Este blog tem como objetivo trazer reflexões bíblicas, filosóficas e educacionais que estimule a fé o pensamento critico e o respeito pela vida.

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A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta. Issac Newton. No princípio criou Deus os céus e a terra. Gn. 1.1
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A missão no Antigo Testamento



A MISSÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
                                                                                    


INTRODUÇÃO

            Com muita frequência, o Antigo Testamento é interpretado em termos estritamente nacionalistas ou do ponto de vista legalista, no entanto, é o AT quem lança as bases para a compreensão de missão no NT. O amor criador e redentor de Deus é a base central para o conceito de missão no AT a missão no AT é ação ou iniciativa de Deus à missio Dei que significa, antes de tudo, que a missão é obra de Deus.
            O conceito de "missio Dei" foi mutuado da escolástica por Karl Barth em 1932. De lá pra cá, o conceito assumiu um leque bastante amplo de significados, às vezes contrários aos intentos de Barth. Em todo caso a ideia ajudou a expressar a convicção que a Igreja não é autora e a detentora da missão. Esta “última é, antes de tudo e fundamentalmente, obra de Deus uno e trino.”
            É ele o protagonista da missão. Esta missão se revela como o plano de Deus na história humana e leva a termo o projeto do Reino. A Igreja continua o caminho missionário, mas não se substitui a Deus. Somente Ele é a fonte, o método e o fim da missão.   A iniciativa de Deus antecipa, acompanha e leva a termo a atividade missionária.       
            Em Gênesis 3.15 dá se a revelação, o inicio do plano redentor de Deus para humanidade e em Atos dos Apóstolos revela-nos que toda a ação missionária está sob a responsabilidade do Deus Trinitário. "Nem quem planta nem quem rega é alguma coisa, mas Deus que dá o crescimento" (I Co. 3.7).
            Ao conhecer nosso Deus por meio de Jesus Cristo, e estudarmos a sua Palavra descobrimos que a iniciativa missionária é do próprio Deus.            
            Desde que o homem caiu em pecado, desobedecendo à ordem do seu Senhor (Gn 3), Deus está em busca do homem. As consequências do pecado são tantas que separam o homem de Deus, deixando-o morto em pecado (Gn. 2.17, Ef. 2.1).
            Devido a esse fato, a primeira promessa de um Redentor que está por vir é de tremenda relevância. Essa promessa foi feita a toda raça humana. Gênesis 3.15, o proto-evangelismo é uma promessa de importância universal. Aqui, a universalidade bíblica nasceu à medida que a esperança foi anunciada para toda a raça humana. 

 Gênesis 1- 11
     
            
             Boa parte de Gênesis 1-11 fala do fracasso humano em relação à sua incumbência dada por Deus, da mesma forma que boa parte do Antigo Testamento focaliza o fracasso do povo escolhido em relação ao seu papel diante de Deus e diante do mundo. Aliás, em Gênesis 3-11, o fracasso humano aumenta e se intensifica cada vez mais.

             Com o fracasso humano, surge uma necessidade de reparo e restauração. O Deus que age na história e no mundo é o Deus que resgata e que restaura. Com a queda, já surge uma promessa, ainda que enigmática, de restauração (Gn 3.15). Ao longo das Escrituras, esta promessa de endireitar o mundo e a humanidade caídos é ação divina, mas também envolve a participação humana (Gn 12.3). Assim, junto com a queda nasce, em primeiro lugar, a missão salvadora de Deus e, depois e eventualmente, a missão evangelística da igreja.

Gênesis 12

              Gênesis 12 introduz uma nova era na história da salvação, uma história que é particularista em método, mas universalista em promessa, desígnio e efeito. Só é possível compreender a chamada de Abrão quando se examina o prólogo primevo, do capítulo 1 a 11 de Gênesis. Após a criação do mundo, os capítulos iniciais do livro de Gênesis relatam o quanto o homem se afastou de Deus. Ou seja, o pecado trouxe tristes resultados para a vida humana e a sociedade foi pouco a pouco se degradando – Gênesis 6.5. Nos dias do dilúvio Deus enviou Noé (2 Pe. 2.5), ele com muita fidelidade deu cabo de sua missão, não lhe faltou nada, Noé construiu a arca e abrigou-se nela com sua família. Mesmo assim podemos observar que o pacto com Noé e seus filhos definitivamente envolve todas as nações.

            Em todo esse período Deus quis salvar os homens, que o rejeitaram continuamente.    Mesmo após o dilúvio observamos que o homem ainda assim continuou se afastando de Deus o clímax da corrupção da humanidade é relatado na história da torre de Babel – Gênesis 11.1-9. É significativo notar que, justamente no contexto do relacionamento de Deus com toda a humanidade, surge a chamada de Abraão. Isso mostra que Deus vocaciona Abraão em função do seu propósito de salvar todas as nações. “Na verdade, toda a história de Israel nada mais é do que a continuação do trato de Deus com as nações, e que, portanto, a história de Israel só pode ser entendida na perspectiva do problema não resolvido da relação de Deus com as nações”. (JOHANNESBLAUW), (A Natureza Missionária da Igreja, Aste, 19 p.). Deus chamou Abraão a fim de abençoar “todas as famílias da terra”. (Gn. 12.3)                                       

                   O alcance da bênção era universal, ninguém pode reduzir esse chamado de Deus a algo sem importância. Abraão realmente recebeu uma comissão missionária que também foi dirigida a todos os seus descendentes.

1. A vocação de Israel
                
                      O Antigo Testamento mostra que Deus vocacionou seu povo para servir a todas as nações.  Um momento muito importante da história da Israel foi quando o povo de Deus se libertou da escravidão do Egito. No Sinai, ao fazer uma aliança com o povo, Deus fez uma declaração que tem grandes implicações missionárias: Êxodo 19.3-6 Deus tinha uma finalidade ao libertar seu povo. Ele desejava que Israel se tornasse um reino sacerdotal e uma nação santa. O povo de Deus deveria cumprir uma função especial dentre todos os povos. A ideia do texto não é que todos os israelitas deveriam tornar-se sacerdotes, mas que o povo, como um todo, deveria atuar como um mediador entre Deus e as outras nações. Israel recebeu a incumbência de representar o Senhor diante de todos os povos.


Vejamos abaixo um Salmo que apresenta a vocação sacerdotal do povo de Israel:
     
                      “Seja Deus gracioso para conosco e nos abençoe, e faça resplandecer O seu rosto sobre nós, para que se conheça na terra o seu caminho, e entre todas as nações a sua salvação. Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.” (Sl 67.1) ARA.

                   Este Salmo faz uma releitura teológica da bênção sacerdotal de Aarão, Números 6.24-26. O salmista compreendeu que o sacerdócio não deveria ser desenvolvido em um âmbito exclusivista, isto é, somente para abençoar Israel. Alguns hebreus nacionalistas entendiam a bênção de Aarão nos seguintes termos “O Senhor abençoe e guarde apenas os israelitas”. O salmista se opõe a essa interpretação e afirma que o objetivo da bênção de Deus é levar a salvação “entre todas as nações”. O caráter missionário deste salmo pode ser visto no fato de que ele aplica a todos os povos aquilo que alguns relacionavam somente aos filhos de Israel. O Antigo Testamento mostra que o povo de Israel não cumpriu sua vocação missionária. Diversos textos Bíblicos mostram que, lamentavelmente, os israelitas não obedeceram aos propósitos de Deus.

                  De um modo geral, as atitudes do povo de Deus foram marcadas pelo egoísmo, em vez de agirem com justiça e honestidade, preferiram satisfazer seus próprios interesses, em vez de ser um canal de bênçãos para os demais, optaram por levar vantagem em tudo o que faziam. Deus não aprovou as ações de Israel e julgou seu povo.

                   O centro das mensagens dos profetas é o de que a justiça, o amor e a misericórdia de Deus se estendessem por intermédio do povo de Israel a todas as nações, Habacuque, Miquéias, Joel, Sofonias, Obadias etc. Todos enfatizam a mensagem missionária, a responsabilidade do povo de Deus em ser uma nação missionária. Mas Israel não cumpriu sua vocação então em cumprimento da aliança feita com Javé o juízo era iminente. Um dos profetas que anunciaram o juízo de Deus foi Oséias:

                      E o Senhor disse: Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus.” (Oséias 1.9) ARC.
           
                  Se compararmos as passagens da Bíblia que mostram Deus escolhendo seu povo com o texto de Oséias, veremos um grande contraste. Por causa da infidelidade de Israel, Deus declarou: “Vocês não são mais o povo de Deus!” De modo diferente ao que os israelitas pensaram, o fato de ser o povo escolhido fazia com que devesse ter uma grande responsabilidade.

                  Como não cumpriam sua parte no pacto com Deus, recebiam um julgamento exemplar. É triste notar que Israel falhou em executar o plano de Deus. No entanto, convém ressaltar que a falha humana não atrapalhou os propósitos do Senhor. O Messias enviado por Deus haveria de cumprir plenamente a vontade divina. Ao contrário do que muitos pensam, obtemos no Antigo Testamento uma sólida base para a obra missionária.            

                   No entanto, como qualquer um pode notar, existe vários aspectos de MISSÕES que não são encontrados no Velho Testamento. Não há, por exemplo, uma ordem explicita para que o povo de Israel deliberadamente vá ás outras nações, a fim de convertê-las à fé judaica.
Conclusão

                   Com a chamada de Abrão, Deus da - se início a formação de uma nação que deveria continuar o seu plano de levar sua gloria sobre a terra (Gn. 12.1-3). Deus chama Abrão e todos os seus descendentes e ser uma benção para todas as nações. Como vimos embora à promessa tenha sido dada a Abraão, a tarefa deveria ser cumprida pela nação de Israel. O propósito de Deus para Israel era missionário, infelizmente eles não cumpriram a ordem dada por Deus.
                   O termo “mishpahã”, família ou clã, descrito em Gênesis 12.3 tem o mesmo valor grego “etne” em Mateus 28.19 e de “etnous” de Ap. 7.9. Desses textos originou-se o termo latino “étnico”, significando raças, tribos, povos e nações. Na eleição de Deus Israel como “Laos” (povo exclusivo), esta incluída a sua vocação missionária para todos os povos. A eleição de Deus a Israel implica em serviço, não em favoritismo. A eleição não tem nenhum propósito em si, somente no reino de Deus. A eleição não é primariamente privilégio, mas responsabilidade. Se a responsabilidade é recusada, a eleição pode até se tornar motivo para punição: “portanto, vos digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que lhe produza os respectivos frutos” Mat. 21.43 ARA ver também, (I Pe. 2. 4-10).
                   Israel falhou em cumprir o papel missionário, e até hoje eles pensam na benção de Deus de modo exclusivista. Deus por meio de seu filho Jesus Cristo decidiu organizar um povo, que é a Igreja (o Israel espiritual), e esta igreja está debaixo da responsabilidade de pregar e enviar anunciadores (missionários) para o mundo, porque ela própria é o produto da mensagem trazida ao mundo por Jesus Cristo. Toda responsabilidade da obra missionária deste tempo presente está com a igreja. Omitir-se é tornar-se culpado do sangue de milhares e milhares de pecadores que estão debaixo das garras do pecado, perdidos e sem salvação.


BIBLIOGRAFIA

Almeida, João Ferreira: Bíblia Sagrada Revista Atualizada ARA 2000/ ARC 1995

Apostila IBES – Missões

PETERS, George W. – Teologia Bíblica de Missões. 2ª edição CPAD. Rio de Janeiro2000.

JUSTINO, Alcino Filho – Missões no Ritmo do Coração de Deus.

Apostila – SETESC.

BLAUW, Johannes. A natureza missionária da Igreja: exame da teologia bíblica da missão. São Paulo: Associação dos Seminários Teológicos Evangélicos (ASTE), 1966.


Elaborado por Ev. Marcos Moraes de Paula



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