Este blog tem como objetivo trazer reflexões bíblicas, filosóficas e educacionais que estimule a fé o pensamento critico e o respeito pela vida.

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A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta. Issac Newton. No princípio criou Deus os céus e a terra. Gn. 1.1
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Introdução à Missiologia



Introdução à Missiologia
                                                 

INTRODUÇÃO


              Missiologia: é a ciência que tem por objetivo o estudo da grande comissão dada por Cristo Jesus a sua Igreja. A missiologia dedica-se, principalmente, ao caráter transcultural da tarefa evangelizadora. É o estudo da obra missionária ordenada por Jesus Cristo aos seus discípulos, no sentido nacional e transcultural (MT. 28. 19 / MC 16. 15 / AT 1. 8).
           
              A palavra “Missiologia” vem de duas outras, do latim “missione” que significa função ou poder conferido a alguém para um propósito especial em outra nação, terra, território, grupo ou domínio, e Logia, do grego logos que significa estudo, tratado, doutrina, teoria ou ciência.   

              O estudo de missiologia é de fundamental importância, por se tratar da tarefa suprema da igreja, que é a evangelização dos povos. Durante muitos anos, ouvimos falar a conhecida frase: “Missão esta no coração de Deus”. Nós sabemos que o interesse de Deus sempre foi, e sempre será, alcançar a todos os povos, raças, nações e tribos de todas as línguas. Entretanto, nesses últimos dias, Deus está interessado em saber se missões está também em nossos corações. O ponto fundamental da missiologia é definir as estratégias e os parâmetros da grande comissão dada por Jesus, tais como: Quem envia e quem é enviado; quais são os obstáculos das missões contemporâneas; como será o alcance dos povos não alcançados e a evangelização de todos os povos, de uma maneira geral, assim como também o sustento do missionário e sua família.
            
              Deus fez o papel do primeiro missionário, quando desceu até o Jardim do Éden e proclamou o evangelho aos pais de toda raça humana, escondido nos lombos de Adão (Gn. 3.15), depois disso, Jesus fez o papel de enviado, quando completou a missão daquele que o lhe confiou, e hoje Espírito Santo é o agente das missões contemporâneas.


1. Relação entre a Teologia e a Missiologia

           Como resultado da Teologia temos o relacionamento e a comunicação continuada entre o homem e Deus. Foi aí que surgiu a Missiologia, pois, Deus deu uma tarefa ao homem para continuar o processo de despertamento teológico do mundo perdido. A Missiologia é o meio pelo qual a teologia alcança seus objetivos. Podemos afirmar que a Missiologia é um produto da Teologia, e que uma sem a outra perde seu significado. Somente as duas juntas são capazes de levar avante o plano da salvação.
     
              Portanto, podemos afirmar que Teologia sem Missiologia não tem sentido, já que o alvo final da verdadeira Teologia é justamente o propósito único da Missiologia.
              Teologia sincera move-nos sem dúvida para a missiologia pratica, como um meio efetivo de alcançar o alvo final da própria Teologia, a saber, o homem redimido levando ao homem perdido as boas novas de que Deus enviou seu único Filho para salvá-lo da destruição eterna.   

Deus, o Primeiro Missionário

              Toda criação de Deus é importante. Porém, Deus escolheu o homem de um modo especial, formando-o à sua imagem e semelhança (Gn. 1. 26 - 28).
              Deus criou os seres angelicais, com graus distintos de responsabilidades e autoridades. Deu a um querubim uma formosura jamais vista em outros anjos e sabedoria esplêndida (Ez. 28. 12-17). Esse anjo atuava como primeiro ministro de Deus, tendo além das qualidades citadas, grande poder e livre arbítrio. Mas, com tanto poder e formosura, Lúcifer, conforme ficou conhecido ficou tão deslumbrado com o que Deus lhe dera que desejou “ser semelhante ao altíssimo” (Is. 14. 14), com isso encabeçou uma rebelião jamais vista em toda história, com o propósito de estabelecer um reino espúrio, juntamente com os anjos que lhe acompanharam nesta rebelião (Ap.12:4-9).    
              
               Por ter incitado a rebeldia, Lúcifer, agora chamado de Satanás, recebeu o juízo de Deus e a expulsão dos céus. Tempos depois da rebelião, Deus fez outra criação, a qual também concedeu livre arbítrio: o homem. Ao criá-lo, Deus mostrou o seu cuidado especial: fez um jardim de delícias para a sua nova criação habitar. Satanás, observando isso, encheu-se de ira e ciúme, e partiu para perturbar e atacar o homem, a nova criação de Deus.
                 
                 Deus estabeleceu um relacionamento de companheirismo, e comunhão com Adão e Eva, no Jardim do Éden, mediante o amor. Para que eles continuassem esse relacionamento com Deus, teriam apenas que passar na prova de obediência total à vontade divina, mas eles falharam. Deus em sua onisciência já havia previsto a possibilidade do homem pecar e idealizou um meio para resgatá-lo. E foi assim que Deus desceu ao Jardim do Éden, naquela tarde sombria, e proclamou, como autêntico missionário, a primeira mensagem evangelística, registrada em Gênesis 3.15, “... porei inimizade entre ti e a mulher, entre a sua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirá o calcanhar”. Esta é a primeira referência a Cristo na Bíblia, relacionando a derrota de satanás, a sua sentença e as boas novas da vitória sobre o fracasso do homem em servir a Deus.
Naquele momento, Deus estava anunciando Cristo a todos os descendentes de Adão, que iriam nascer no decorrer dos séculos.
Jesus, o Missionário enviado por Deus

 Em João 3. 16 encontramos o plano de Deus se caracterizando, ao enviar o seu único Filho ao mundo, para construir a história da redenção, numa inexplicável expressão de amor, a ponto, do apóstolo João, que soube tão bem descrever a cena apoteótica do amor de Deus, ter usado a expressão “de tal maneira”, como uma forma de tentar explicar a profundidade do amor de Deus ao mundo. Amor este que ultrapassa as fronteiras culturais, racionais e linguísticas, não se restringindo a uma raça, nação ou grupo cultural especifica. Ele ama a todos os povos e deseja que todos os homens se arrependam e sejam salvos, mediante a obra realizada por Jesus Cristo.
 Conforme o texto de (2 Pd. 3. 9) “... Ele é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se".

A Grande Comissão feita por Jesus Cristo
    
             Após a ressurreição, o Senhor Jesus Cristo priorizou três ordens aos discípulos, a saber: "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mc. 16. 15). "Ide, portanto fazei discípulos de todas as nações" (MT. 28. 19). "E sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém..., até aos confins da terra". (At. 1. 8). Estas três passagens bíblicas são suficientes para descrever as prioridades do Senhor Jesus, que é a evangelização do mundo. Antes mesmo da ressurreição, o Senhor Jesus Cristo já havia dito que primeiro, o evangelho seria pregado a todas as nações e depois viria o fim (MT. 24. 14). Já naqueles dias, o Senhor Jesus sentia tanto a necessidade da obra missionária que certa vez, ao olhar para seara, e ainda faltando quatro meses para a colheita! Já via os campos brancos para a ceifa: “Não dizeis: Ainda há quatro meses até a ceifa? Eu vos digo: Erguei os vossos olhos e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa” (João 4. 35).

Espírito Santo, o Propagador das Missões


              O livro de Atos dos apóstolos menciona os grandes feitos dos apóstolos no início do cristianismo, em Jerusalém. Nós sabemos, entretanto, que os discípulos nada fariam se não fosse o preceito dado pelo Senhor Jesus, antes da sua ascensão aos céus: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vos o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda Judeia, Samaria, e até os confins da terra" (At. 1. 8).
              
            Após terem sido cheios do Espírito Santo, o mundo foi alcançado pela pregação do evangelho, e isso se deve ao grande propagador de missões, o Espírito Santo. É ele o maior incentivador da obra missionária, pois impulsiona, encoraja e chama os missionários, nós percebemos tal afirmação no livro de Atos, capítulo 13, quando a Igreja de Antioquia estava reunida: "Disse o Espírito Santo: Separai-me agora, Saulo e Barnabé, para obra que os tenho chamado” (At. 13. 2). A missão do Espírito Santo é chamar os missionários, como também é convencer o mundo do pecado da justiça e do juízo (Jo. 16. 8).
              Os missionários são enviados para pregar ao pecador, mas é o Espírito Santo quem os convence a aceitar a mensagem pregada pelos missionários.

6 - Bíblia, o Livro Missionário


              Sem a Bíblia, a evangelização do mundo seria não só impossível, mas também inconcebível. Ela nos dá o mandato, o modelo e o poder para evangelização do mundo,                                  a Bíblia não apenas contém o evangelho, como ela é o próprio evangelho (boas novas).                                  

              Através dela, Deus está evangelizando, isto é, comunicando as boas novas ao mundo. Jesus mesmo ordenou aos seus discípulos, dizendo: “Ide por todo mundo pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15).
              A Bíblia é o manual do missionário, sem ela não há salvação: “De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus" (Rm. 10. 17). ”E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8. 32), portanto a Bíblia é a ferramenta inseparável do bom soldado (Js. 1. 8).

              Diante desta breve exposição do contexto bíblico da origem das missões tendo seu inicio com o próprio Deus vamos agora analisar alguns pontos importantes que são tratados por esta disciplina.

2. Missão abrange três estágios:

              Visto que o significado da palavra missões é enviar, mandar, remeter, o enviado vai com a finalidade de anunciar Cristo e o plano de Deus para a salvação de todos os homens. Sendo assim missões abrange três estágios bem definidos que são: 

A. Missão local: Abrange a comunidade local e circunvizinhanças. Ex: bairros e cidades vizinhas.

B. Missão nacional: Abrange todos os limites da nação de origem do missionário (a).

C. Missão transcultural: Abrange até os confins da terra.

3. Como a igreja deve ver a obra de missionária

              A igreja deve ver a obra missionária como um privilégio jamais concedido ao mundo. É tão grande esse privilégio que os anjos queriam realizá-lo, mas não puderam (I Pe. 1. 3-12). A igreja é uma embaixada do reino de Deus neste mundo. Cada um que na igreja se envolve com a evangelização e obra missionária torna-se um embaixador de Deus entre os homens. É assim que a igreja deve ver o trabalho missionário hoje. Não obstante a igreja ser o instrumento de Deus na terra para a propagação de seu reino, ela deve ter também como objetivo visualizar pela direção do Espírito Santo e preparar homens e mulheres para o campo missionário. É a igreja quem deve enviar e dar respaldo para os que pelo Espírito Santo são chamados e separados para a obra missionária (At. 13).
          A igreja através de seus lideres deve buscar subsídios para o sustento do missionário realizando entre os fieis uma conscientização da necessidade de contribuir, orar e abraçar a causa missionária que é a obra de Deus. A cooperação é o melhor caminho para a realização da obra missionária (Fil. 4.14).
             
             Paulo não poderia levar a cabo tudo o que fez sem o apoio e a ajuda da igreja de Filipos. Essa igreja deu-lhe suporte financeiro e sustentação espiritual.
             Aqueles que estão na linha de frente precisam ser encorajados por aqueles que ficam na retaguarda. “… porque qual é a parte dos que desceram à peleja, tal também será a parte dos que ficaram com a bagagem; igualmente repartirão(1Sm 30.24).
             Deus chama uns para irem ao campo missionário e aos demais para sustentar aqueles que vão. A obra missionária é um trabalho que exige um esforço conjunto da igreja e dos missionários.

4. O missionário e seu preparo
         
          Jesus treinou seus discípulas antes de enviá-los a pregar, (Mc. 1.17), a vocação do missionário implica no discipulado (vinde após mim), em ser treinado por Cristo (eu vos farei), e no esforço de ganhar homens (pescar).  Em primeiro lugar Jesus chamou, nesse processo é reservado um tempo para o treinamento, para estarem com ele. Então vem á última parte, (enviar para pregar).
        
         Num período de três anos e meio os discípulos estiveram com Jesus e puderam receber lições preciosas que seria a base para os seus ministérios. No sermão da Montanha, Jesus trabalhou o caráter dos discípulos, ele também deu aulas práticas de evangelismo, estratégias de missões e lhes deu a grande comissão, prometendo estar com eles todos os dias!  

          Quando um candidato à obra missionária é discipulado na sua igreja local, e tem experiência de trabalho nessa igreja, já é um grande passo.
              Porém existem outras áreas que merece ser incluídas no preparo deste futuro missionário, Tais como:

a)  Preparo Espiritual
     Chamada pessoal definida,
     Vida espiritual, profunda experiência de salvação e comunhão com Cristo, falar, andar e viver,
      Fé, maturidade e firmeza espiritual,
      Convicções espirituais inabaláveis que vem de buscar a Deus e confiar na sua Palavra.
      Ser cheio do Espirito Santo.

b)  Preparo Teológico
     Para atender as exigências do seu trabalho,
     Visando que o povo espera um bom conhecimento bíblico da parte do missionário,
     Para firmar suas próprias convicções e sempre ensinar biblicamente, nos mais diversos assuntos e        doutrinas para poder convencer o não crente e instruir os novos convertidos.

c)  Preparo cultural
     Estudos em Antropologia
     Estudos em Sociologia
     Curso de primeiros socorros
     Começar estudar o idioma do país antes de chegar lá,
     Estude geografia,costume, história, religião, os mais diversos aspectos da vida do povo.

d)  Preparo financeiro
      É exigida hoje em dia em quase todos os países do mundo uma quantia garantida mensalmente            pela missão ou pela igreja.
      Deve-se saber o custo de vida numa base média do país onde pretende trabalhar.

Conclusão

     Nestas poucas paginas visamos apenas os aspectos básicos  da missiologia o assunto é extenso e seria necessário um espaço muito maior para abordarmos todo o assunto, mas creio que tudo o que foi abordado nestas páginas nos dão uma visão mesmo que sintética da extensão e complexidade desta disciplina, creio que nas próximas disciplinas o aluno obterá um complemento para sua formação. Que Deus vos abençoe.   


BIBLIOGRAFIA:

Almeida, João Ferreira de: ARC de 1995, ARA 2002 – SP

Apostila IBES – Missões

Filho, Alcino Justino: Missões no ritmo do Coração de Deus. Ed. Vox gospel 2004

Kairós, Preparando Missionários para século XXI. Ed. Kairós 1998

Apostila SETESC – Missões

Boyer, Gary L. – Missiologia Ide e Pregai - SP


Elaborado por Ev. Marcos Moraes de Paula




3 comentários:

  1. Eu gostei muito aprendi muito. Graca e paz do SENHOR JESUS. Continuem assim nos ajudando

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  2. O que mais me chamou a atencao alem de ter compreendido foi a chamada espiritual .Eu amei

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  3. Excelente síntese do papel da Igreja. Deus abençoe!

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Todos os comentários são bem vindos, porém espera-se que o respeito seja a base fundante dos relacionamentos sociais.