Este blog tem como objetivo trazer reflexões bíblicas, filosóficas e educacionais que estimule a fé o pensamento critico e o respeito pela vida.

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Liderança Cristã



LIDERANÇA CRISTÃ

“Desafios para a igreja no Terceiro Milênio”


INTRODUÇÃO


“Um profundo senso do chamado de Deus para servir outros deve marcar a vida dos líderes”.
(Russell P. Shedd)



 O tema “liderança” tem recebido ampla atenção nos últimos anos, tanto nos meios seculares quanto nas instituições religiosas. Milhares de livros estão sendo lançado anualmente visando abordar este complexo tema que é, de fato, de interesse geral de todos e principalmente para aqueles que sentem a chamada de Deus para o ministério, seja ele pastoral, missionário ou em outro segmento no seio da igreja.

Quando falamos de Liderança Cristã, estamos enfocando a capacidade que Deus dá a alguns membros de seu corpo para comandar. Esses líderes não estão necessariamente nos púlpitos das igrejas, mas também nos departamentos da igreja. Uma igreja que cresce é composta de bons lideres; além disso, o crescimento tão desejado por muitos pastores depende muito da valorização que se dá à liderança da igreja através de treinamentos constantes.

Deus, para realizar seu propósito nesta terra, sempre levantou homens. Quando Ele quis trazer libertação a Seu povo da escravidão do Egito, escolheu um homem chamado Moisés, qualificou-o e o enviou para dar cabo a Seu propósito. Desde o início, Deus cercou Moisés de pessoas que acreditavam em sua liderança, e que se colocavam dispostas a apoiá-lo em suas decisões.

            Jesus, em seu ministério terreno, escolheu doze homens, o qual chamou apóstolos, passou a maior parte de sua vida ministerial os ensinando e por fim os enviou para que dessem continuidade ao ministério que Ele havia iniciado. Jesus podia dedicar toda Sua vida às multidões, mas não o fez, Ele preferiu trabalhar na formação de homens que prosseguissem liderando, assim como Ele liderou.

Da mesma forma que o oleiro molda o barro, por três anos e meio Cristo moldou o caráter de cada um de seus apóstolos. E para concluir sua tarefa em prepará-los soprou sobre eles, disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo" (Jo. 20. 21-21).

Somente com uma vida conduzida pelo Espírito Santo (cf. Jo. 16.13), é que teremos condições de ouvir o chamado e atendê-lo, conscientes de que não estamos no ministério por nossos próprios méritos, talentos ou habilidades, mas pela misericórdia daquele que nos chamou e vocacionou para sermos líderes. "Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo" (Ef. 4. 7). ARC.

1. O conceito de liderança

A liderança está intimamente relacionada com as competências de comunicação e de transmissão de ideias. Assim, tem sido muito complicado definir o que é ser um líder e o que é Liderança, havendo inúmeras definições para este elaborado conceito. Vejamos algumas:

Liderança é influência, ou seja, é a capacidade que uma pessoa tem de influenciar a outros. Um homem pode liderar outros apenas na medida em que pode influenciá-lo a segui-lo. Este fato é apoiado por definições de liderança feitas por homens que exerceram grande influência. Lord Montgomery como líder militar, define como “a capacidade e desejo de unir homens e mulheres num propósito comum, e o caráter que inspira confiança”.

É uma influência interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida por meio do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que caracterizam são, portanto, quatro: a influência, a situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar.

O general Charles Gordon perguntou certa vez a Li Hung Chang, um velho líder chinês: Que é liderança? Como se divide a humanidade? Ele recebeu a seguinte resposta enigmática: “Há apenas três tipos de pessoas no mundo; aquelas que não se mexem, as que são movíveis e as que movem os outros”.

Percebemos que a liderança pode ser vista como um fenômeno de influência interpessoal, o líder pode ser percebido como aquele que decide o que deve ser feito e faz com que essas pessoas executem essa decisão de forma pacífica e voluntária. Daqui se depreende quão importante é, atender ao modo como o líder é visto pelos outros na sua função de liderar, bem como atender à percepção que o próprio líder tem acerca do modo como utiliza a sua liderança.

Entretanto, o líder cristão influencia aos outros não apenas pelo poder de sua própria personalidade, mas pela personalidade irradiada, interpenetrada, e fortalecida pelo Espírito Santo. Visto que ele permite que o Espírito tome o controle integral de sua vida, o poder desse Espírito flui livremente através dele, para os outros. Ex: Moisés, Nm. 11.17.

Liderança cristã é assunto de poder espiritual superior, o qual jamais é gerado pelo próprio homem. Não existe, de modo algum, um líder espiritual feito por si mesmo. Ele só é capaz de influenciar os outros espiritualmente, porque o Espírito Santo trabalha através dele, num grau superior ao daqueles a quem ele lidera.
2. O que é um Líder

            Segundo alguns especialistas na área de liderança o líder nasce feito; outros, no entanto, acreditam que todas as pessoas têm potencial de liderança, basta desenvolvê-lo. Há indivíduos que nascem com o dom de liderança, mas que precisam ser trabalhados.
Vejamos a definição de líder do dicionário Aurélio: Líder: 1º Indivíduo que chefia, comanda e/ ou orienta, em qualquer tipo de ação, empresa ou linha de ideias, 2º Guia. Chefe, ou condutor que representa um grupo, uma corrente de opinião etc.

Contudo, há uma diferença entre chefiar e liderar. Segundo DUSILEK (1987), chefiar é atingir objetivos através de recursos humanos e materiais; liderar é levar as pessoas a agir com esforço e dedicação para atingir os objetivos desejados. O chefe é instituído formalmente. Nasce de um ato burocrático, de alguém que nomeia que designa. Já o líder nem sempre possui autoridade formal. É interessante notar que nem todo chefe é necessariamente um líder, nem todo líder ocupa cargo de chefia. O chefe poderá fazer com que seus subordinados trabalhem e alcancem objetivos, usando de sua autoridade hierárquica. O líder levará seu pessoal a atingir os mesmos objetivos com maior eficiência e eficácia por conseguir manter a sua equipe unida, motivada e coesa.

O chefe se contenta com tarefas; o líder consegue entusiasmo, interesse pelo trabalho e cooperação. O chefe trabalha com subordinados, o líder tem seguidores. Em outras palavras, o chefe vê o cumprimento de suas ordens, a execução das possíveis tarefas através de sua imposição. O líder conquista as pessoas e as tarefas são realizadas através do compromisso do liderado. O líder exerce influência sobre os seus liderados, o que é influência? Prestígio, crédito, preponderância, confiança. Sendo assim, cabe ao líder saber que tipo de influência ele está exercendo sobre seu grupo visto que existem dois tipos de influência, a influência negativa e a influência positiva. Todo líder deve ter esta preocupação, que tipo de influência está exercendo sobre os seus liderados.

Conhecer exemplos bíblicos de liderança assim como de chefia secular, tipos de personalidades e comportamentos humanos são necessários para o líder "nato" para que ele desenvolva com mais eficiência sua influência sobre um grupo de pessoas. O líder formado, isto é, aquele que já conhece as técnicas e conhecimentos necessários para liderança, se não tiver uma personalidade firme, ou se possuir uma autoestima muito fraca, prejudicará o grupo. Pouco lhe valerá os conhecimentos intelectuais, se não tiver maturidade emocional. Um bom líder é aquele que agrega as duas tendências, por um lado uma carga genética favorável (dom natural), pelo tipo de personalidade que possui; por outro, um conhecimento gerado de tudo que implica a direção de um grupo e a arte de liderar, e como elemento principal na liderança cristã a dependência do Espírito Santo, pois, é Ele quem nos vocaciona. Portanto, não se nasce líder com todas as características para exercer qualquer tipo de liderança, mas pessoas que, desenvolvendo suas próprias habilidades, e treinamentos adequados podem chegar a ser reconhecidas pelos grupos com os quais convivem para liderar.

3. O Líder deve preparar – se

            Como já citado em parágrafo anterior, alguns dizem que o líder nasce com este dote, outros afirmam que podemos preparar um líder, na realidade todos possuem um potencial de liderança, o que precisamos é desenvolver esta habilidade, para isto, o líder precisa de preparo adequado no qual ele através de cursos poderá adquirir conhecimentos sobre: Técnicas de liderança, personalidade, comportamento humano, e de administração, pois, quem exerce liderança deve estar em constante treinamento para melhor execução de suas atividades. Talvez alguns achem estranho citar administração como um elemento importante no preparo do líder, mas, na atualidade conhecer princípios de administração é essencial para um bom desenvolvimento da obra de Deus, que no nosso caso é chamado de administração eclesiástica.

Foi preocupado com o preparo do líder que Paulo escreveu a Timóteo: “Procura apresentar – te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (I Tm. 2.15 ARC). Nesta recomendação lemos duas expressões interessantes: aprovado e maneja. Só será aprovado quem está preparado, o aluno só é aprovado quando estuda, só maneja bem quem está bem treinado. A Bíblia descreve líderes natos, escolhidos desde o ventre, mas para exercerem suas funções precisou de preparo, Jeremias é um exemplo disso, o Senhor disse a respeito dele: Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta. (Jer. 1.15 ARC).

Observamos que Jeremias foi escolhido desde o ventre, mas teve que passar por um preparo, um doloroso treinamento. Paulo era um líder preparado, foi instruído aos pés de Gamaliel (At. 22.3), recebeu preparo para ser um grande rabino conforme cita J. Oswald Sauders em seu livro: Paulo, o Líder (pg. 15), sua família falava grego e ele conhecia o aramaico, seu preparo não foi somente intelectual, mas também profissional, pois, fazia tendas.

Quer por nascimento, quer pelo preparo, Paulo possuía a tenacidade do judeu, a cultura do grego e a praticidade do romano, essas qualidades o capacitaram a adaptar-se aos poliglotas entre os quais ele deveria atuar. Essas qualidades também o adaptaram de modo singular para ser um líder missionário. Visto que ele obterá educação teológica aos pés do mais famoso rabino da coletividade judaica, ninguém poderia impugnar com justiça sua escolaridade ou seu extenso conhecimento da Lei. Também ele estava igualmente familiarizado com os sistemas filosóficos correntes, e podia disputar com seus oponentes no terreno destes. (At.9.29).

Mesmo com todo este preparo é importante lembrar que Paulo ao ser chamado por Deus precisou reformular sua teologia e durante muitos dias e anos formativos, sob a instrução do Espírito Santo, passou por um novo treinamento, ou seja, reciclando tudo o que já havia aprendido. Após um período de reclusão na Arábia, Paulo voltou a Damasco (Gal.1.17), e três anos mais tarde foi a Jerusalém em todo este percurso Paulo estava sendo treinado e preparado. Estes são apenas alguns poucos exemplos, mas, se lermos a Bíblia com os olhos de quem busca líderes poderíamos destacar, Moisés, Josué, Ezequias, Davi entre outros.

Portanto, preparar-se para o exercício da liderança não é uma questão opcional, mas, sim de uma obrigação, mesmo quando temos a convicção do chamado e vocação de Deus precisamos nos preparar, o Senhor nos dá do seu Espírito e nós precisamos fazer a nossa parte, muitos ministérios e obras missionárias estão ruindo por conta de lideres despreparados, que possamos ter essa consciência de não assumir uma liderança sabendo que nos falta o preparo adequado. O líder deve desenvolver suas habilidades naturais, deve manter – se reciclado, ou seja, atualizado dentro de suas funções, isto trará benefícios, a ele ao grupo e à igreja da qual faz parte.

4. A Filosofia Cristã da Liderança - Mat.20.20-28

No cenário descrito em Mateus 20, a mãe de Tiago e João, se aproxima de Jesus para pedir-lhe que faça sentar os seus filhos junto a Ele em Seu reino. Este episódio deu a Jesus a oportunidade de apresentar três atitudes fundamentais na liderança cristã: o sofrimento, a igualdade e o serviço.

O sofrimento: As pressões da liderança são enormes. Um líder deve estar preparado para sofrer, algumas vezes em segredo, para cumprir com seu chamado.

A igualdade: Os ministros são iguais em autoridade no corpo de Cristo. Eles se relacionam como cavalheiros ao redor de uma mesa redonda e não como soldados de um exército com um sem fim de cargos. O governo bíblico é uma associação de ministros que trabalham juntos como despenseiros de Deus, portanto, iguais e que se respeitam mutuamente. As complexas hierarquias autoritárias não têm lugar no Reino de Deus porque são carnais em sua concepção e nos levam às mesmas coisas, pelas quais Cristo repreendeu aos dois discípulos, em Mateus 20.

O serviço: Os líderes devem ter uma atitude de servo no lugar de uma atitude de chefe. Para os líderes, as pessoas são o tudo de seu trabalho e não as ferramentas que podem usar para conseguir seus próprios fins. O que estavam Tiago e João buscando e como chegaram a isto? Eles buscavam status e honra por meio da manipulação. Eles pensavam que o Reino de Deus se estabeleceria como qualquer outro governo, com Jesus como governante supremo, seguido por uma série de pessoas ordenadas em cargos. Note que os dois discípulos não mencionaram nada sobre fazer o trabalho, somente se referiram aos cargos. Podemos imaginar eles maquinando entre si: Jesus pode ser um pouco duro conosco algumas vezes. No entanto, Ele é muito gentil com as mulheres. Vejamos se conseguimos que mamãe fale com Ele, e talvez ela tenha sucesso e consiga um melhor trato para nós. Isto é manipulação e politicagem, procedimentos típicos no mundo, notem que Jesus não os repreende por sua ambição, porque a ambição é uma boa coisa se é para a glória de Deus. Jesus os admoesta contra buscarem a própria honra.

Jesus também esclarece que Ele não está encarregado das promoções no departamento da equipe. O Pai, sim (v.23). Eles estavam falando com a pessoa errada. Disto podemos ver uma indicação do primeiro princípio da liderança cristã no Novo Testamento: é um dom de Deus.


Considerações finais

Chegamos ao fim da nossa primeira jornada, observamos que liderança cristã esta intimamente ligada à influência interpessoal que um homem ou uma mulher pode exercer sobre outros principalmente pela atuação do Espírito Santo, percebemos também que o líder precisa se preparar para exercer sua vocação que é um dom de Deus. Observamos que uma boa liderança é aquela em que se conquistam as pessoas para que seja executado o trabalho, pois, uma liderança impositiva só nos leva a conflitos.

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA. João Ferreira de. Bíblia Sagrada. Ed. Revista e Corrigida – São Paulo. SBB 1994.

SHEDD, Russel P. O líder que Deus usa (Resgatando a liderança Bíblica para a igreja no Novo Milênio). São Paulo. Ed. Vida Nova 2001.

SANDERS, J. Oswald. Paulo o Líder (Uma visão para a liderança cristã hodierna). São Paulo. Ed. Vida 2002.

Apostila Liderança Cristã, (Princípios e Prática). Roger L. Smalling. 2005.

Apostila Liderança Cristã, (Crescendo no entendimento e exercício da boa liderança). Jose Elias Croce. 2008.

DUSILEK, N.G. Liderança Cristã, (A arte de crescer com as pessoas). Rio de Janeiro. Juerp, 1987.

CHIAVENATO, I. Recursos humanos. Ed. Compac. São Paulo: 1997.

SANDERS, J. Oswald. (Liderança). São Paulo. Ed. Mundo Cristão, 1985.

Apostila, (Ética de Liderança Bíblica). Pr. Isac Virgilio Lúcio. 1999.

ELABORADA POR EV. MARCOS MORAES DE PAULA

A DEUS SEJA TODA GLORIA

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