Isagoge Bíblica
Isagoge Bíblica (Introdução
Bíblica)
1) Introdução geral
Admite – se geralmente ter sido Adriano
monge grego que viveu provavelmente no século V, o primeiro estudioso a usar o
vocábulo Isagoge ou Introdução para designar os estudos que auxiliam o mais
correto conhecimento da Bíblia. Com este objetivo escreveu um pequeno tratado
destinado a ajudar o estudante a familiarizar-se com fraseologia bíblica, isto
por volta de 1602.
2) Designação e
Objetivo
Isagoge é a designação técnica para
descrever os estudos que fornecem informações gerais e preliminares sobre os
assuntos cujo conhecimento seja necessário a uma melhor compreensão das
escrituras. Isagoge é derivado do grego “Eis + agoge” que significa
conduzir para dentro, introdução, introduzir. Para fins didáticos designa-se
como Introdução Bíblica.
O objetivo da Isagoge Bíblica é
preparar o estudante para compreender melhor as Escrituras. A Isagoge dá
condições ao estudante da Bíblia de uma melhor compreensão da Exegese,
Hermenêutica e a Teologia Bíblica, tornando-se então não o edifício, mas o
conjunto dos cálculos e estimativas necessárias à construção.
A Isagoge Bíblica divide-se em dois
ramos principais: Isagoge Especial e Isagoge Geral ou Ampla. A especial estuda
as questões que dizem respeito aos livros que compõem as Sagradas Escrituras,
tais como: sua origem divina transmissão do texto e interpretação. Divide-se em
cinco partes:
A) O tratado da inspiração:
Discute os critérios pelos quais se
distinguem os livros inspirados dos que não o são.
B) O tratado do Cânon:
Discute as questões relacionadas
com a formação dos escritos sacros, quais são concretamente esses livros
inspirados e como distinguí-los dos não inspirados (MSS).
C) Crítica Textual:
Também chamada de Baixa Crítica,
estuda o texto dos manuscritos com o fim de
descobrir e corrigir possíveis erros que neles podem ocorrer e
restaurá-los até onde possível, às condições originais, procurando determinar
os textos originais mais exatos.
D) Crítica Histórica:
Também chamada de Alta Crítica.
Interessa-se por problemas relacionados à idade, autoria, fontes, valor
histórico, composição, publicação de cada livro, circunstâncias de tempo e
lugar em que foi escritos, conteúdo da obra, os textos mais significativos e os
dados característicos de sua mensagem divina, verificando os relacionamentos
históricos e a validade das asserções feita pelos documentos.
E) O tratado da Hermenêutica:
Utiliza-se dos resultados dos
assuntos tratados nas disciplinas anteriores, a fim de mostrar o melhor caminho
a ser percorrido pelo exegeta na sua extração da verdade.
A
Isagoge Geral ou Ampla.
Além de incluir as matérias da
Especial, inclui, Arqueologia, História Natural e Geografia da Palestina.
Classificação Básica da Teologia
Teologia Exegética:
Enfatiza o emprego dos métodos
hermenêuticos a fim de poder examinar corretamente a mensagem dos textos
sacros. Preocupa-se com o sentido primário e literal do texto sagrado. Inclui
os seguintes estudos:
Filologia Sacra:
Estuda as línguas originais em
que os textos sacros foram escritos, o Hebraico, Aramaico, Grego. Toda a
Escritura foi escrita nesses três idiomas ou Línguas.
Teologia Histórica:
Trata do desenvolvimento
histórico da doutrina e se preocupa com as variações sectárias e afastamento
heréticos da verdade bíblica que apareceram durante a era cristã. Abrange:
a) História
da Igreja
b) História
das missões
c) História
dos credos e confissões
d) História
das Doutrinas
Teologia Bíblica:
O objetivo da Teologia Bíblica é
traçar o progresso da verdade nos diversos livros da Bíblia e descrever a forma
de cada escritor apresentar as doutrinas fundamentais. A Teologia Bíblica
preocupa-se com a doutrina em um livro quer no AT quer no NT em particular. As
divisões principais da Teologia Bíblica são:
1) Teologia do Antigo Testamento:
A Teologia do AT é a ciência que
trata da natureza de Deus e da sua relação com universo. Propõe-se a expor do
modo mais ordenado possível, as grandes declarações da verdade divina e o
propósito das atividades de Deus na história e na vida do povo de Israel.
2) Teologia do NT:
É o ramo da Teologia Bíblica que
segue determinados temas através de todos os autores do NT, e que depois funde
esses quadros individuais num só conjunto abrangente. Estuda, portanto, a
revelação progressiva de Deus em termos da situação vivencial na ocasião da
escrita. Essa disciplina enfoca o significado mais do que a aplicação, isto é a
mensagem do texto para seus próprios dias mais do que para as necessidades
modernas, além de discutir a problemática geral do NT.
Teologia Sistemática:
A
Teologia Sistemática é uma ciência Teológica que se encarrega do material das
disciplinas anteriores com o fim de arranjá-las de forma lógica e metódica,
para facilitar a compreensão e promover aplicação prática do mesmo. As
disciplinas comuns a Teologia Sistemática são:
Bíbliologia
(Escrituras)
Teontologia
(Deus, seu ser, suas obras, seus decretos)
Angelologia
(Anjos, Satanalogia e demonologia)
Antropologia
Teológica (Homem)
Hamartiologia
(Pecado)
Cristologia
(Cristo)
Soteriologia
(Salvação)
Expiação
Pneumatologia
(Espírito Santo)
Eclesiologia
(Igreja)
Escatologia
(Últimas Coisas)
Divisões da Teologia
Sistemática:
1) Teologia Dogmática ou Confessional
Estuda os ensinos contidos nos credos e
confissões expressos nos Símbolos da Igreja. É a sistematização e defesa das
doutrinas como nos apresentam os credos e confissões eclesiásticas.
2) Teologia Apologética:
É tanto bíblica quanto
filosófica. É um discurso sistemático e argumentativo na defesa da origem
divina e da autoridade da fé cristã.
A
Teologia prática relaciona-se com a aplicação prática dos resultados da
investigação teológica, particularmente no que concerne a obra do ministério
cristão, procurando aplicar à vida prática aquilo que outros departamentos da
Teologia contribuíram, abrange:
a)
Homilética
b)
Organização
Eclesiástica
c)
Liturgia
d)
Educação
Cristã
e)
Outros.
Outros aspectos do
Estudo Teológico:
Filosofia da Religião:
A filosofia da Religião estuda,
com métodos próprios da filosofia os aspectos mais gerais do fenômeno
religioso. O filósofo deve instruir, raciocinar, descrever, fundamentar,
guiando-se pelo que ele próprio deve comprovar, e não pelo testemunho de uma
autoridade quer se trate de uma igreja, quer se trate de uma revelação divina.
Esta atitude é essencial na filosofia da religião para que ela não se
transforme em teologia apologética.
Psicologia da Religião:
A psicologia da religião é o
estudo cientifico da consciência religiosa. Procura explicar, com critérios
científicos e sem recorrer ao conteúdo da revelação, os processos que levam o
homem a sentir, por exemplo, uma experiência de culpa ou de salvação. Ou ter
sentimentos de comunhão com Deus que é transcendente.
Sociologia da Religião:
A religião é um fenômeno humano no
sentido de que tem a ver com a resposta que o homem dá a revelação de Deus. Mas
o próprio homem que é sujeito da religião é um ser social, vive sua experiência
religiosa num meio comunitário, associa-se aos outros para o culto e para a
divulgação da fé e cria diversas instituições para levar avante seus
propósitos. A sociologia da religião estuda esses e outros aspectos.
Fenomenologia
da Religião:
É
a ciência que estuda as diversas formas de aparição de uma religião, ou seja o fenômeno religioso.
Bibliografia
BENTHO,
Esdras Costa. Hermenêutica fácil e descomplicada. Rio de Janeiro. Ed. CPAD.
1995.
Marcos Moraes de Paula
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