Cuidando de si mesmo 1 Tm. 4.16
CUIDANDO DE SI MESMO
INTRODUÇÃO
“Tem cuidado de ti
mesmo”. 1
Tm.
4.16. Este foi o conselho do apóstolo Paulo a
Timóteo. Tem cuidado, ou seja, tenha
o hábito de dar atenção constante a si mesmo, de que maneira? Apegando-nos à Palavra
de Deus, para que possamos ser moldados por ela, “conforme a imagem de seu Filho” Rm. 8.29, no amor, santidade e obediência. De ti
mesmo, ou seja, com o que és e com o que fazes. Manter o cuidado de si
mesmo exige uma atenção especial, sacrifício, renuncia, levar a cruz, pois,
precisamos apresentar ao mundo o que Jesus pode fazer na vida daqueles que
abraçam a fé cristã. Viver como um cristão autêntico em pleno século XXI não é uma
tarefa fácil, principalmente falando em termos de Brasil aonde a cada esquina
encontramos uma igreja que se diz evangélica. Diante de tantas opções se faz
necessário compreender o que é cuidar de si mesmo e da doutrina. Isto é o que
vamos tratar neste pequeno trabalho, vamos abordar alguns cuidados que precisamos
cultivar em nossa vida espiritual, ministerial, pessoal, familiar e social, bem
como suas implicações, como poderemos conservar a sã doutrina sem nos corromper
no exercício da tarefa que Deus nos outorgou. Não é nossa pretensão ser a
última palavra ou mesmo atingir um estudo exaustivo do tema, mas trazer algumas
reflexões que nos ajude a vivenciar um cristianismo bíblico e autêntico. Que
Deus nos abençoe e que possamos compreender a importância deste tema tão relevantes
para nossa vida pessoal e ministerial. Amém!
Ev.
Marcos Moraes de Paula
I. Cuidar de se si mesmo
O cuidado de si mesmo
desempenha uma função decisiva na vida do crente seja ele obreiro ou não. Não
se trata, necessariamente, de um olhar narcisista sobre o próprio eu. O cuidado
de si exige saber combinar as aptidões com as motivações.
Exemplo: não basta termos aptidão para a música se não sentimos motivação para
ser um músico. Da mesma forma, não nos ajudam as motivações para sermos músico
se não tivermos a aptidão para isso. Desperdiçamos energias e colhemos
frustrações. Na vida cristã e ministerial
acontece o mesmo não adianta querer ser um obreiro (a) se não houver motivação
e principalmente o que chamamos de vocação, que segundo José Deneval 1998, pode
ser definido como a convicção da chamada de Deus para o ministério, não
chegaremos a lugar nenhum. Ele segue dizendo, à natureza intrínseca da chamada
para o ministério neotestamentário apresenta duas características fundamentais,
primeira, divina, uma vez que a chamada ministerial é de responsabilidade do
Senhor “e Ele deu, uns para...” Ef. 4,11, e
pessoal, ou seja Deus tem a missão certa para a pessoa certa.
Cuidar de si mesmo é
amar-se, acolher-se, reconhecer sua vulnerabilidade, poder chorar saber
perdoar-se e perdoar e desenvolver a capacidade de após os momentos de
adversidade, conseguir se adaptar e evoluir positivamente frente à situação e
ao mesmo tempo aprender com os próprios erros e contradições. O obreiro (a) precisa
entender que cuidar de si mesmo envolve toda sua vida pessoal, familiar,
psicológica, emocional, física e espiritual. Pessoal, porque cada um dará conta
de si mesmo a Deus (Rom. 14.12), familiar
porque estamos inseridos no contexto criado por Deus em que a família é a
celular mater da sociedade (Gn.1. 27,28),
emocional, porque cada pessoa desenvolve suas próprias formas de interagir com
as emoções, de acordo com suas experiências de vida, física porque temos um
corpo que precisa de determinados cuidados, pois é através dele que
manifestamos nossa própria existência, e espiritual porque o cristão tem o que
o homem natural não tem (1 Co. 2:14),
tendo nascido de novo (Jo. 3:3-5)
tem recebido uma nova natureza (2 Co.
5:17).
1.1 O Cuidado pessoal:
Segundo Deneval 1998, uma das armas mais eficazes que
Satanás tem usado contra a igreja do Senhor Jesus é desviar obreiros (as) de
suas reais prioridades, uma delas é o cuidado pessoal. O
cuidado de si mesmo, precisa ser experimentado a partir da nossa experiência
ético-moral que é sempre singular e intransferível. A Palavra de Deus nos
ensina que o primeiro mandamento é amar a Deus acima de todas as coisas, e amar
ao próximo como a si mesmo, (Mat. 22. 34-40). O apostolo Paulo diz; “Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne antes a alimenta e sustenta
como também o Senhor à igreja” Ef. 5. 29.
Amar a si mesmo é o primeiro cuidado que devemos cultivar em nossa vida. Cuidar
de si envolve várias dimensões da nossa existência, a maioria das pessoas é
capaz de sacrificar qualquer coisa incluindo todo o seu dinheiro para gozar de
uma boa saúde. Mas muitas vezes a ignorância espiritual impede-as de fazer um
sacrifício similar quanto à saúde da alma.
Precisamos
compreender que o cuidar de si mesmo envolve o homem em todo o seu ser espírito,
alma e corpo (1 Ts. 5. 23). Cuidar
do próprio corpo é algo natural, visto que, ninguém quer ficar enfermo. Desta
forma alimentar - se procurar dormir bem não é algo difícil de realizar, mas muitas
vezes não nos preocupamos, por exemplo, com a nossa aparência pessoal. Não
somente obreiros, mas todos os crentes precisam cuidar de sua aparecia pessoal.
Trajar-se com decência, elegância e discrição fazem parte da vida daqueles que
cuidam de si mesmo. É interessante notar que (Lv. 8. 7-13) observamos que os sacerdotes se vestiam com suntuosidade
e roupas especiais e era uma exigência divina.
Um obreiro nunca pode se descuidar
da sua higiene pessoal, sua aparência e vida moral, pois, tudo isto faz parte
do nosso testemunho apresentar-se de forma que não cause escândalo, “Não dando
nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado” 2
Co.6. 3, “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos
gregos, nem à igreja de Deus” 1 Co. 10.
32. Apresentar-se de forma condizente com a fé que professamos é dever
de cada crente, e envolve desde a higiene pessoal até nossos atos morais.
Coisas simples da vida são muito significantes para quem nos observa, vejamos;
o obreiro, com barba feita, cabelos cortados, unhas limpas, sapatos engraxados
bem apresentável terá muito mais respeito dos que lhe observam do que aqueles
que não se preocupam com sua apresentação pessoal, alguns até dizem: “o
importante é o espiritual”, cremos que a vida espiritual é sim prioridade, mas,
uma boa aparência pessoal faz parte do cuidado de si mesmo. Quanto às irmãs e obreiras
da mesma forma devem se vestir com decência e prudência para não chamar a
atenção dos homens. É muito perigoso quando algumas irmãs, casadas ou jovens
começam a vestir-se com trajes sensuais e excesso de acessórios que não convém
aos santos.
Precisamos compreender que a igreja não pode ter como referência os
padrões do mundo e sim os padrões da Palavra de Deus. Cuidar do próprio corpo
não significa que estamos cometendo um pecado, quando Paulo diz, “Tendo começado pelo Espírito, acabeis agora
pela carne? Gal.3.3, quer dizer,
por observar cerimônias judaicas, como a circuncisão, que se faz na carne,
Paulo não está condenando o cuidado com o corpo físico e sim, orientando os
crentes da Galácia que estavam deixando a doutrina de Cristo e retrocedendo
para os costumes judaicos. Portanto quando somos advertidos contra a carne não se
está se referindo propriamente ao corpo físico em si, mas no cuidado que
devemos ter com a velha natureza adâmica que é propensa aos desejos pecaminosos
deste mundo. Contudo, não podemos ignorar os pecados que envolvem o corpo como
o adultério e a fornicação que são pecados praticados no corpo. Portanto o cuidado pessoal inicia-se em
amar a si mesmo, passa por nossa higiene pessoal, aparência pessoal e vida
moral (Ef. 5. 3; Rm. 13.13). Quanto à
vida moral trataremos no próximo tópico com mais detalhes.
1.2 O cuidado com a vida moral
O
homem é um ser moral porque é um ser que possui consciência e tem liberdade de
escolha. No jardim do Éden, Deus disse a Adão: “Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque no
dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn. 2. 17). Não vamos tratar de todas as implicações desse juízo
predito pelo Senhor, mas podemos inferir pelos acontecimentos que se seguiram
que o homem a partir da queda se tornou um ser de consciência moral sabendo o
que é certo e o que é errado, passou da dispensação da inocência para a
dispensação da consciência.
Qualquer
pessoa por mais ínfima que seja, produz efeitos sobre outrem, ou sobre algumas
pessoas, tanto para o bem quanto para o mal com efeitos duradouros. Um pai, uma
mãe, professor ou líder pode influenciar positivamente ou negativamente toda a
vida de uma pessoa que lhe admira. O obreiro (a) deve ter em si mesmo exemplo
digno de ser imitado, para a glória de Deus, (2 Ts. 3.9; 1 Tm. 4.12; Tt. 2. 7-8). Como crentes somos observados atentamente, por
nossa família, igreja ao qual pertencemos pela sociedade, pelo reino satânico e
principalmente pelo Senhor. Nas páginas das Sagradas Escrituras, observamos que
o caráter ético-moral é destacado em vários textos, a partir dos dez mandamentos
e percebemos que este fato é amplamente desenvolvido nos dois testamentos. A
vida ética-moral está intimamente ligada ao caráter do obreiro, a ética bíblica
diz respeito à maneira de vida que a Palavra de Deus indica e aprova, o êxito
na vida cristã e no ministério está essencialmente ligado ao caráter
santificado do obreiro (1 Pe. 1. 15-16).
A
primeira realidade observada na vida de um obreiro é seu caráter ético-moral. A
palavra ética é de origem grega derivada de ethos, que diz respeito ao costume, aos hábitos dos homens. Segundo Geisler
2003, quando empregamos a palavra ética, estamos
nos referindo a um conjunto fixo de leis (morais) pelo qual se pode avaliar a
conduta humana. Moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da
educação, da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento humano
dentro de uma sociedade. Etimologicamente, o termo moral tem origem no
latim morales, cujo significado é “relativo aos costumes”. As
regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas, sendo uma
palavra relacionada com a moralidade e com os bons costumes[1].
Para nós cristãos os princípios éticos morais
estão claramente desenvolvidos na Palavra de Deus. Paulo escrevendo a Timóteo e
Tito descreve vários conceitos quanto à vida moral daqueles que são chamados
por Deus para exercerem um ministério na igreja, (1 Tm. 3. 2-13; Tt. 1. 6-9). Embora ética e moral remetam para a
mesma realidade e, sejam por alguns consideradas sinônimos os dicionários
apresentam certa distinção. A ética indaga à fundamentação do agir, os
princípios e valores, a dimensão da interioridade dos atos, aquilo que é mais
pessoal. A moral indica ações e normas concretas, é a aplicação dos costumes,
dos hábitos e das regras daquilo que foi objeto da ética. Como podemos observar
a ética procura aprofundar-se no sentido das normas morais.
A
Bíblia relata que o pecado deformou o homem principalmente em seu aspecto moral
e distanciou-nos de Deus e como resultado nos tornamos cegos espirituais o que
afetou nossa conduta moral. Nos capítulos 1, 2 e 3 de Romanos observamos a
decadência espiritual e moral dos homens tanto judeus como gentios, portanto,
toda a humanidade. Porém, ao executar a obra de redenção Jesus nos reconciliou
com o Pai (Rm. 5. 18-21). A partir
desta reconciliação o homem que aceita e recebe a obra redentora de Cristo
passa a ter uma nova natureza, Paulo diz; “E
vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem
daquele que o criou”. Col. 3.10.
Neste texto o apóstolo dos gentios dá instruções para uma vida santificada a
partir dessa nova realidade, de que o homem pecador ao se arrepender e
confessar a Cristo como Senhor, passa a ter uma nova natureza. A vida ética-moral
precisa estar fundamentada no homem interior, (Ef. 3. 16 – 19), ou seja, no homem em que o Espírito Santo habita
e tem livre ação. Somente aqueles que participam da natureza de Cristo, pela
sua experiência pessoal com Ele, poderão agir de conformidade com a ética-moral
estabelecida nas Escrituras. Não basta títulos, não basta aparência de cristão
é preciso realmente ter nascido de novo se alimentar da Palavra de Deus, ter
uma vida de intimidade e comunhão com o Senhor através da oração e viver em
obediência. Aprender o que é renúncia e o significado de carregar a sua própria
cruz (Mat. 16. 24-26), esses com
certeza poderão vivenciar uma vida ética-moral, que terá como resultado o
reconhecimento por parte de todos os que lhe observam.
Os
conceitos morais da sociedade pós-moderna não podem ofuscar a revelação
gloriosa da Palavra de Deus. Não adianta teorizarmos conceitos de moral e ética
é preciso aprofundar-se na intima comunhão com o Senhor e sua Palavra somente
assim poderemos vivenciar uma conduta ética-moral relevante. Quando o apóstolo
Paulo disse a Timóteo para que ele cuidasse de si mesmo, ele tinha em mente os
vários “cristãos” que começaram bem e até pareciam realmente convertidos, mas,
se voltaram para as fábulas e heresias. Quando somos guiados pelo Espírito
Santo com toda certeza nossa vida ética-moral será de conformidade com a
Palavra de Deus, (Jo. 16.13; 1 Jo. 5.
2-4).
1.3 O cuidado com a Família
Temos
observado que as prioridades daqueles que cuidam de si mesmos, parte do cuidado
pessoal que envolve o corpo e a vida ética-moral. Queremos focar neste momento
o lado social do obreiro com sua família, no tocante a ser presente no lar
respeitando e não se esquecendo dos seus deveres para com a sua família, uma
vez que, muitos obreiros dedicam-se integralmente ao serviço eclesiástico, não
reservando tempo para assistir sua família. Observe a ilustração abaixo:
Certo
pai, ao chegar em casa depois de um dia de trabalho ligou a TV e sintonizou no
jornal. O filho se aproximou e perguntou: Pai, quanto você ganha por hora? Ele
respondeu: Vá brincar menino, porque estou assistindo o jornal. Alguns minutos
depois, o garoto voltou a perguntar: Pai, quanto você ganha por hora? Novamente
ele respondeu: Vá brincar, não percebe que estou assistindo ao jornal. Pela
terceira vez o filho insiste em perguntar, porém agora, o pai irado, gritando
muito disse: Se você não se deitar agora eu vou lhe dar uma surra. Logo depois
do jornal começou outro programa, e de repente o homem cai em si, lembra do
menino e resolve conversar com ele. Vai até ao quarto, e o menino já está
dormindo, ele o acorda e diz; Filho vamos conversar? O menino com os olhos meio
fechados pergunta: Pai quanto você ganha por hora? O pai responde: Quinze reais
por hora. Então me empresta dois: Sim respondeu o pai. Tirou os dois reais e
deu ao filho. O menino enfiou a mão na gaveta, tirou treze reais. O pai sem
entender perguntou: Por que você pediu dois reais? O menino respondeu: Para
juntar com treze que eu tinha, e pagar uma hora para você ficar comigo.
O
exemplo mostra que muitas vezes temos tempo para tudo, trabalho, visitas,
igreja, aconselhamento, vizinhos, amigos, TV, exceto para nossa família,
deixando assim, de ser presente no lar, fato este que incorrerá em um
esfriamento afetivo, prejudicando a unidade do lar. Infelizmente temos ainda
que considerar que muitos jovens que estão nas penitenciarias e fundação casa,
são frutos de lares evangélicos desassistidos da presença dos pais, no que
tange a vida e relacionamento social. Também, não podemos esquecer da realidade
dos inúmeros divórcios que tem ocorrido no meio evangélico principalmente por
parte de obreiros. Compete a nós, como servos de Deus e cidadãos que possui
vida social, olharmos com mais intensidade a riqueza que nos foi proporcionada
chamada família, para tal, faz-se necessário ajustarmos nossa agenda no desejo
de, nos socializarmos com aqueles que de nós foram gerados.
Estamos
vivendo dias em que muitos obreiros estão afetados pelo stress de uma vida
agitada, não tendo tempo nem para desenvolver atividades de lazer junto à sua
família. Devemos ter consciência das atividades peculiares de cada faixa
etária, ou seja, uma criança de 5 anos não deve ter tratamento semelhante a um
adulto, no que tange, ao seu comportamento, assim, é natural para esta, pela
sua concentração de energia, querer brincar, correr e pular. Com isso queremos
enfocar que o obreiro não somente deve administrar como compartilhar destes
momentos de lazer com sua família, pois quando percebemos nossos filhos já
cresceram e não participamos de sua infância. Lembrando que ao crescer nossos
filhos trarão consigo lembranças que lhes darão orgulho de seus pais ou
repugnância principalmente quanto a prática religiosa, por vincular está, a
censura do lazer.
Aquele
que teme a Deus e ama a sua Palavra descobrirá que frequentemente não é fácil
obedecer às orientações de Deus a respeito do casamento e da família. Vejamos
alguns deveres indispensáveis para um bom relacionamento familiar, maridos
devem amar a suas mulheres como Cristo Amou sua igreja (Ef. 5. 25-28; Cl. 3.19) respeitá-las (1 Pe. 3.7), ser-lhe fiel (Hb.
13.4; Ml. 2. 14,15), com os filhos, amá-los (Tt. 2.4; Instruí-los na Palavra de Deus (Dt. 4.9; Pv. 22.6), não os provocar (Ef. 6.4, Cl. 3.21) e corrigi-los (Pv. 13.24; 19,18; Hb. 12.7).
Mas,
para que cumpramos a Palavra de Deus é necessário perceber que a família carece
de atenção, cuidado e tempo juntos. Sabemos que a primeira prioridade pessoal
do obreiro é seu relacionamento com Deus (At.
6.1-7), entretanto, entendemos que a família, ou seja, a esposa e os filhos
devem também ter prioridade em nossa vida. Deneval 1998, aponta para a orientação
de Paulo a Timóteo quando ele diz: “que o
Bispo governe bem a sua própria casa, criando seus filhos sob disciplina, com
todo respeito”, 1 Tm. 3.4. Logo em seguida, ele diz que aquele que não governar
bem a sua casa está desqualificado para o ministério. É imperativo que o
obreiro não esqueça seus deveres para com a sua família. E estes deveres não
podem ser exercidos apenas como uma obrigação formal tem de partir de um
coração desejoso de ver e lutar pela felicidade de sua família. Amor, tempo,
instrução e correção não podem ser supridas por coisas como muitos fazem hoje
para compensar sua ausência.
1.4 O cuidado psicológico emocional
Este
tem sido um assunto no meio evangélico que é pouco tratado, tudo isto porque
alguns pensam que distúrbios psicológicos e emocionais não ocorrem com um
crente cheio do Espírito Santo, mas devemos pensar então: Por que um crente
cheio do Espírito Santo precisa fazer uma cirurgia do coração, como que um
crente cheio do Espírito Santo tem diabetes ou câncer, ou gastrite, hepatite ou
qualquer outra enfermidade? Temos uma tendência de achar que problemas psicológicos
e emocionais são causados apenas por pecados, ação demoníaca até mesmo juízos
de Deus, como os amigos de Jó pensavam, mas isto não é verdade.
Que
problemas psicológicos e emocionais podem ser devido à pecados concordamos
plenamente, pode ser por ação demoníaca sim pode, mas, não é vias de regra
principalmente para o crente que é fiel. Porém isto está acontecendo com muitos
em nosso meio e uma grande parte não procura um tratamento adequado por medo de
serem taxados como crentes infiéis ao Senhor. John Piper 2002, escreveu um
livro chamado, “O sorriso escondido de
Deus”, neste livro Piper conta a história de três grandes homens de Deus,
John Bunyan (1628-1688) que escreveu o livro mais lido no mundo depois da
Bíblia “O Peregrino”, este homem ficou doze anos na prisão e tinha crises de
depressão profundas, William Cowper, (1731-1800) conhecido como o poeta de um
novo avivamento religioso, ele compunha hinos maravilhosos, mas, sofria de
terríveis crises de depressão e tentou se matar por várias vezes e passou sua
vida sendo monitorado para não executar seu propósito e David Brainerd (1718-1747)
um grande missionário entre os índios peles-vermelhas nos Estados Unidos que
morreu de tuberculose aos vinte e nove anos de idade, um homem de oração e amor
intenso pelas almas e teve uma morte tão prematura, Brainerd além de lutar com
uma tuberculose terrível lutava com uma depressão que o acometia periodicamente.
Confesso que a partir da leitura deste livro comecei a entender que problemas
psicológicos e emocionais e enfermidades acontecem com muitos crentes fiéis ainda
hoje. É fato que a Palavra de Deus não trata especificamente desses problemas
com os conceitos e termos contemporâneos, mas, não podemos ignorá-los.
Segundo o pastor (Paul Hoff 1992),
todas as pessoas têm necessidades sociais, físicas e psicológicas que devem ser
satisfeitas para que desfrutem de uma boa saúde mental. Entre as principais
necessidades sociais encontra-se a necessidade de segurança, de aprovação, de
ter amigos, de obter êxito ou de conseguir algo útil, e de estar livre do
menosprezo social. A pessoa necessita também sentir-se segura quanto às
necessidades materiais básicos, tais como o meio de ganhar a vida, um lugar
onde possa morar e projetar algo para o futuro. Todo mundo necessita que alguém
ou algum grupo respeite sua individualidade e o aceite pelo que ele é. Além do
mais, a pessoa tem necessidades físicas, tais como alimentação, bem-estar
corporal. Têm também necessidades psicológicas, necessidades de divertir-se, de
ter liberdade de ação e de poder lutar pela conquista de seus objetivos
pessoais, aspirações e ideais. Quando algumas dessas necessidades básicas são
obstruídas com toda certeza pode causar problemas emocionais. O equilíbrio
psicológico e emocional consiste em manter um estado de apreciação da vida
buscando o equilíbrio de mente, corpo e alma para com Deus e sua criação.
Ter um problema psicológico não
significa que faltou “força de vontade”. Ter uma depressão não significa que a
pessoa “quer sofrer”. Ter síndrome do pânico não significa que todos os
sintomas passarão se esta pessoa “souber que não tem problemas em seu corpo,
mas tem em sua mente”. Ser portador do TOC – transtorno obsessivo - não
significa que para ficar curada ela deve “apenas parar de fazer o que vem
fazendo”. Ser bipolar não significa que a pessoa “precisa se controlar”. Eu
gostaria de mostrar que um problema de ordem emocional – mental -
comportamental – sentimental, enfim psicológico, deve ser respeitado e tratado
como qualquer outra doença. Ter um problema psicológico emocional não significa
que tal pessoa não seja um crente fiel.
Geralmente, obreiros passam por
muitas situações difíceis, com a família, com os irmãos na igreja, no próprio
ministério e às vezes verdadeiros furacões interiores e tempestades ocorrem em
nosso cotidiano. A grande questão é que por ter algum cargo ministerial ou
outro qualquer na igreja pensamos que vamos ser mal interpretados se alguém
souber que estamos com problemas emocionais. Precisamos compreender que Deus
deu entendimento ao homem nestas áreas para que fossem tratados. Cremos no
poder curador do nome de Jesus, mas, se o Senhor não quer curar então temos que
buscar ajuda especializada. Quando Jesus esteve no tanque de Betesda, o Senhor
curou apenas um homem e a Palavra de Deus nos diz que; “Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados,
esperando o movimento da água”, Jo. 5.3. O Senhor esteve ali e curou apenas um
e quem pode questionar a soberania do Senhor? Imagine esta situação, uma
família que tenha seus filhos todos criados na igreja, mas, de repente um
desses filhos se volta para as drogas, ou a filha perde a virgindade antes do
casamento e vai morar com um homem sem se casar, de que forma um pai obreiro ou
uma mãe obreira irá enfrentar esta situação? Uma situação desta pode causar
problemas emocionais e psicológicos nesta família? A resposta é sim.
Infelizmente hoje muitas famílias crentes estão enfrentando problemas onde um
dos filhos ou filhas tem problemas de sexualidade. Isto causa um grande
transtorno e pode sim produzir no pai na mãe ou irmãos problemas emocionais. Ser
caluniado, desprezado, desrespeitado, problemas financeiros etc., tudo isto
pode causar problemas emocionais.
Segundo (Paul Hoff 1992), existem
quatro etapas em que as mudanças físicas e sociais produzem, em geral, tensão
psicológica extraordinária. São estas: a adolescência, a maternidade, a
menopausa e a velhice. Como obreiros precisamos saber lidar com tais problemas.
Porém, se obreiro não estiver numa condição emocional bem ajustada como poderá
cuidar dos membros da igreja? O obreiro deve conhecer esses problemas com certa
profundidade, se ele quiser compreender sua esposa, seus filhos e os demais
membros da igreja, se ele quiser compreender sua própria condição emocional. Podemos
dizer que a saúde emocional é um estado de bem-estar em que a pessoa é capaz de
utilizar as suas habilidades em seu favor além de poder lidar com fatores
estressantes da vida de forma tranquila além de ser produtiva e contribuir com
a sociedade.[2]
Contudo, confiar em Deus e nas suas
promessas e ser fiel a ele continua sendo a principal arma do crente contra essas
situações. Desta forma, se você é um crente fiel e mesmo assim está passando
por algum problema desta natureza procure ajuda especializada. Continue
confiando no Senhor. No nosso próximo tópico trataremos de como podemos nos
precaver desse mal.
1.5 O cuidado com a
vida espiritual
Deixamos
este item para este momento, todavia o relacionamento com Deus que é a base da
vida espiritual entendemos ser a primeira prioridade na vida de um crente. Vamos
abordar este tópico partindo de um exemplo extraído das Escrituras, a fim de
que tenhamos uma melhor compreensão do cuidado que devemos ter com a nossa vida
espiritual. Vida espiritual nos fala do nosso relacionamento íntimo com o
Senhor. No livro de Atos dos apóstolos encontramos uma situação interessante.
Os apóstolos foram tentados a desvirtuar suas reais prioridades (At. 6. 1-7) Deneval 1998. Aparentemente o motivo era justo. Os
helenistas achavam que suas viúvas estavam sendo desprezadas na distribuição
diária de alimentos, então foram aos apóstolos e pediram uma solução para o
problema. Os apóstolos não abriram mão de suas prioridades: “Nós nos consagraremos à oração e ao
ministério da Palavra”, At. 6.4. A
Bíblia diz que eles elegeram outros para executar este trabalho. Aprendemos
duas grandes verdades nesta passagem, que precisamos priorizar a nossa vida
pessoal e a ministerial. A primeira prioridade pessoal do obreiro que cuida de
si mesmo é o seu relacionamento com Deus (At.
6.4), ao tomarem esta decisão eles estavam seguindo o exemplo de Jesus, que
embora sendo Senhor e Mestre, separou parte das horas do dia para se dedicar a
comunhão com o Pai, (Mc. 1. 35; Lc. 5.
16, Mat. 14. 23). Compreendemos
que a vida agitada do século XXI, muitas vezes não nos deixa tempo para nos
dedicar a oração e ao estudo da Palavra de Deus como convém aos santos, mas sem
estas ferramentas espirituais não vamos conseguir executar a obra de Deus como
convém. O resultado desta negligencia é que podemos ficar vulneráveis as
tentações, seduções e aos ataques psicológicos e emocionais do inimigo da nossa
alma.
Para muitos a questão fundamental
na vida ministerial do obreiro é realizar a obra de Deus, precisamos sim
realizar a obra de Deus, porém, não devemos esquecer que o Deus da obra deve
ser nossa primeira prioridade. Temos muitas responsabilidades na igreja e na
vida da congregação por isso devemos cultivar uma vida espiritual sadia e
frutífera, caso contrário, estaremos fadados ao insucesso. O obreiro (a) é
alguém que tem responsabilidades espirituais para com sua própria pessoa, sua
família, sua igreja e sociedade. A razão principal do fracasso de tantos
obreiros é a sua falta de espiritualidade, isto porque priorizam a obra, porém
não priorizam sua intimidade com o Deus da obra.
Portanto, para se alcançar uma
vida espiritual plena, é necessário que o obreiro tenha disciplina e se
entregue diariamente a oração e ao estudo da Palavra de Deus, reservando um
tempo do seu dia para estar com o Senhor a sós. Quando se descuida da oração e
do estudo da Palavra de Deus, abre-se um caminho para a derrota, para o
fracasso, para o pecado e para a ruína de seu ministério. As grandes
personalidades cristãs, as quais tiveram um grande êxito, sempre estiveram em
contato vivo com a Palavra de Deus e a oração, exemplos; Daniel Berg, Gunnar Vingren,
Lutero, Moody, Whitefield, Wesley, Billy Graham entre outros. E o exemplo maior
é nosso Senhor Jesus que por muitas vezes estava só orando e buscando comunhão
com o Pai, (Mc. 1.35).
II. O cuidado com a
Doutrina
Até
agora tratamos sinteticamente dos cuidados que devemos ter com nossa vida
pessoal, mas, o conselho de Paulo é que Timóteo deveria cuidar também da
doutrina. Vamos abordar a doutrina de forma diferenciada da forma tradicional.
A forma tradicional é estudar a doutrina de Deus (Teontologia), Cristologia
(doutrina de Cristo) Pneumatologia (doutrina do Espírito Santo), Escatologia
(doutrina das últimas coisas), etc., no contexto da Teologia Sistemática. Vamos
fazer diferente iremos tratar das doutrinas relacionando-as com os temas
contemporâneos, ou seja, utilizando os temas que estão sendo discutidos em
nossa geração. Muitas vezes conhecemos bem todas as doutrinas cristãs
sistematicamente, mas, não conseguimos relacioná-las com os temas importantes
do século XXI.
“Na verdade, se os fundamentos forem destruídos, o que pode fazer o
justo” Sl. 11.3
Este
versículo reflete bem a importância das doutrinas bíblicas para
contemporaneidade, visto que sem fundamentos não existe alicerce. E os grandes
questionamentos humanos atualmente estão firmados em pensamentos do tipo existe
realmente um Deus pessoal bom e justo, uma vez que muitas catástrofes, muito
sofrimento humano está acontecendo, pessoas consideradas boas sofrendo
enquanto, que outras perversas parecem sempre estarem muito bem e felizes. Será
realmente que a Bíblia é a Palavra de Deus. Mas, fato é que as doutrinas
bíblicas foram se desenvolvendo durante séculos de estudo e meditação justamente
para responder a tais indagações. Sabemos que o Senhor Jesus Cristo é o
fundamento do cristianismo juntamente com seus ensinos, ou seja, a Bíblia
Sagrada que é composta de Antigo e Novo Testamento. Mas, para aplicarmos a
Palavra de Deus em nosso cotidiano é importante que estejamos conscientes do
modo de pensar da nossa geração, “século XXI”. Por isso é necessário que além
dos conhecimentos teológicos e principalmente da história da igreja é
necessário que tenhamos um prévio entendimento da história geral, assim teremos
condições de compreender o pensamento pós-moderno e estruturar nossa
experiência de fé tendo como base a Palavra de Deus. Vamos fazer uma rápida
síntese do período da renascença até aos dias de hoje, porquanto é a partir
desse período que ocorre as grandes transformações no pensamento humano até aos
dias de hoje. Queremos ressaltar que veremos todo esse período sempre pelo viés
interpretativo da visão religiosa, para depois examinarmos os conselhos os
fundamentos e princípios bíblicos, que nos auxiliará no exercício do
ministério.
A Renascença, Renascimento
ou Renascentismo são os termos usados para identificar o período da história da
Europa aproximadamente entre meados do século XIV e o fim do século XV, que foi
um movimento cultural surgido no norte da Itália. A Renascença tem uma
importância fundamental para a compreensão do desenvolvimento humano até aos
nossos dias, por quê? Porque até à
renascença a igreja católica dominava o mundo, todo o saber, todo pensar, todo
o refletir estava nas mãos da igreja. Tudo tinha que passar pelo víeis, ou
seja, pela lente interpretativa da igreja. Com a renascença, toda a estrutura
medieval, em que a igreja dominou o mundo foi mudada, transformada pelo menos
em cinco áreas importantíssimas.
1º
Área foi a da economia, porque surge uma nova classe social chamada burguesia,
(Burguesia é uma classe social do regime capitalista, onde seus membros são os
proprietários do capital, ou seja comerciantes, industriais, proprietários de
terras, de imóveis, os possuidores de riquezas e dos meios de produção), sobretudo com a descoberta de novas frentes de
economia, a descoberta da América, Brasil a rota das Índias, tudo isso
contribuiu para que a economia saísse do domínio e do controle da igreja. A
partir daí a igreja perdeu o controle econômico e isto foi importantíssimo,
porque se tornou em um divisor de águas na história humana.
2º
Área foi a das artes, até a renascença, na idade média nenhum pintor artístico
podia expressar a sua arte se não pelo víeis da igreja. Poderia se pintar em um
quadro o seu próprio rosto, porém o corpo deveria ser de um santo venerado pela
igreja. Tudo tinha que ser filtrado pela hermenêutica, pela visão da igreja,
até que Michelangelo (Um dos maiores representantes das artes plásticas do
Renascimento italiano), e Leonardo da Vinci um dos mais importantes artistas
italianos do Renascimento, iriam romper com este padrão. Com obras totalmente
distintas da visão da igreja. Com isto, ou seja, com esta atitude a arte deixa
de ser um monopólio da igreja, e isto foi uma grande revolução para o período.
3º
Outra área muito importante neste processo de transformações foi a área
política. Até a Renascença a igreja tinha um relacionamento espúrio com o
estado, o papa depunha reis e colocava reis no trono, até que Maquiavel escreve
o livro, o príncipe e mostra a necessidade de existir uma divisão entre estado
e igreja, ou seja a igreja não pode ingerir no estado e o estado não pode
ingerir na igreja, pois são dois poderes que devem ter independência. A partir
daí rompe – se essa questão fundamental que foi a questão política.
4º Área
foi a ciência. A ciência também estava nas mãos da igreja. Até que Nicolau
Copérnico faz uma afirmação ousada para sua época de que o mundo não era
geocêntrico, mas heliocêntrico. (Na Grécia Antiga, por volta de 350 a.C.,
Aristóteles passou a idealizar a teoria de que a Terra estaria no centro do
universo, e de que todas as outras esferas girariam ao redor dela. Muito tempo
se passou e então no século II d.C., o astrônomo e matemático Claudio Ptolomeu,
não apenas reforçou a teoria de Aristóteles, como elaborou a teoria Geocêntrica
– teoria que defendia plenamente a ideia de que a Terra se encontrava no centro
do universo). Na verdade Copérnico não teve coragem de defender essa tese, a
não ser no final da sua vida, pois ele sabia das implicações disso, mas seu
discípulo Galileu Galilei, vai defender essa tese e ele é preso e precisa se
retratar para não morrer. Porém, o simples fato de já mostrar que a terra não
era o centro do universo e sim o sol tirou a hegemonia da igreja a ciência.
Hoje sabemos que a terra não é heliocêntrica, pois o universo é muito mais
vasto e amplo do que podia se conceber nos séculos 14 e 15.
5º Área
foi a religiosa, pois até então a igreja era detentora da verdade. Mais
importante do que os textos bíblicos era as interpretações que a igreja passava
dos textos sagrados, desta forma, as pessoas só podiam ler a Bíblia pelas
lentes interpretativas da igreja. Era a igreja que dizia o que era verdade e o
que não era, porque a interpretação da igreja era a interpretação oficial,
disto surgiram os vários dogmas não pautados pela Palavra de Deus, tais como
adoração aos santos, dogma de Maria a extrema unção etc., até que um monge
agostiniano tem acesso ao texto de Rm. 1.17 e isso muda sua vida, sua visão com
respeito a religião e teologia, e muda de certa forma a história da igreja,
porque tira das mãos da igreja oficial o domínio da interpretação, ou seja, o
livre exame das Escrituras.
Outros acontecimentos
foram de vital importância neste processo, um deles foi a descoberta da
imprensa por Gutemberg, em 1450, em seguida vem os pré-reformadores até que
finalmente em 31 de outubro de 1517 vem a proclamação da reforma e o mundo
começa um novo período de liberdade.
Depois no século 17
vem o racionalismo e no século 18 o iluminismo. O iluminismo põe o homem no
centro e deixa Deus de lado, o homem passa a ser a medida de todas as coisas, o
homem agora é o centro de tudo e surge o pensamento; não precisamos de Deus o
homem é um Deus. O iluminismo vem com esta bandeira da centralidade do homem da
grandeza e força do homem do poder da capacidade do homem, o que ficou
conhecido como humanismo.
A partir daí
começamos a viver uma geração homocêntrica, antropocêntrica e nesta geração o
otimismo era imenso o homem haveria de construir um paraíso pelas suas próprias
mãos, está era a perspectiva no mundo secular, ou seja, através da ciência da
filosofia se construiria um mundo melhor. No mundo religioso este otimismo
estava presente só que num outro eixo, por exemplo: foi o período básico de
duas coisas:
1º foi o período fundamental,
conhecido como período escatológico que chamamos de pós-milenismo. O
pós-milenismo estava no auge, e o que o pós-milenismo ensinava? Ensinava que nós a igreja vamos cristianizar
o mundo, nós vamos ganhar o mundo para Jesus, foi o período das missões
modernas o lema era vamos ganhar o mundo, nós vamos conquistar o mundo para
Jesus. Neste período levantam –se alguns grupos religiosos ufanistas, por
exemplo os adventistas do sétimo dia, o movimento dos santos dos últimos dias e
1906 na rua Azuza Los Angeles o movimento Pentecostal uma explosão mundial como
nunca se tinha visto na história da igreja, trazendo um avivamento espantoso. Enquanto o mundo
dizia vamos construir um paraíso, um mundo melhor, pelo humanismo, pelas artes,
ciência e pela filosofia, pelo saber humano, na igreja o otimismo era vamos
construir um paraíso para quando Jesus voltar e estabelecer o seu reino
estejamos todos prontos, preparados. Este fervor otimista estava tomando a
humanidade inteira. Foi dessa maneira que entramos no século XX.
Só que este ufanismo
teve um golpe tremendo, pois em 1914 acontece a 1º guerra mundial, sendo a
primeira vez que se usava a ciência para matar pessoas, metralhadoras, fuzis,
gás de mostarda, trinta milhões de seres humanos são mortos, de certa forma a
1º guerra mundial refutou as teses de Augusto Comte pai do positivismo, Comte dizia que, o que precisávamos para a
humanidade ser perfeita e estabelecer um paraíso na terra era a educação. Foi
sob este lema que o Brasil nasce debaixo dessa bandeira, do positivismo ordem e
progresso. Porém a 1º guerra mundial mostrou que o conhecimento sem a
transformação não muda ao homem em um ser civilizado e nem espiritual, mas o
transforma num monstro. Não basta informação é necessária transformação (Jo. 3.3).
Depois desta guerra,
a Alemanha, saiu destruída, porém em 1932 a Alemanha ressurgi das cinzas e um
chanceler alemão prometia novamente ressuscitar os sonhos de um paraíso na
terra Hitler. Em 1939, a Alemanha invade a Polônia então tem início a 2º guerra
mundial. E agora essa guerra tem proporções muito mais amplas e vastas e 60
milhões de pessoas perdem a vida, 6 milhões de judeus são trucidados. E o que
acontece, os três países do eixo Alemanha, Itália, e Japão se unem para lutar
contra o mundo inteiro e nesta guerra brutal e desumana os Estados Unidos saem
fortalecidos, porque 1945 lança a bomba atômica em Hiroshima e Nagazake e está
guerra termina. Porém, termina com Alemanha, Itália e Japão destruídos
arrasados. A partir daí os EUA vão investir nestes países para mostrá-los como
vitrine do mundo, para dizer o seguinte: que o capitalismo é o reino do bem e o
socialismo o reino do mal, porque já em 1917 o império Russo dominava a questão
do comunismo, pois dominou 1/3 do planeta.
E o comunismo foi o
principal braço da opressão do martírio dos cristãos, assim como ocorreu nos
três primeiros séculos da história da igreja, neste período morreu muitos
cristãos sobre o braço do comunismo. É importante salientar, que agora começa
um novo período na história, a chamada guerra fria, de um lado o capitalismo
liderado pelos EUA e do outro o socialismo liderado pela União Soviética, está
guerra ficou conhecida como guerra nas estrelas. Até que chegamos à década de
50, chamada de anos de ouro (golden years), pela primeira vez jovens,
adolescentes vão ter uma moto, é a época em que as pessoas estão tendo
geladeira, radio em suas casas, é a época em que famílias estão encantadas com
os bens de consumo em que as mulheres estão saindo de casa para trabalhar os
bens começam a encher os olhos das pessoas.
É aqui que começa um
período interessante, o pai e a mãe saem de casa para trabalhar encantados com
os bens de consumo e esquecem os filhos, pensam que podiam substituir presença
por presentes. E o que acontece com está geração? Levanta-se na década de 60 os
4 cabeludos de liverpool os Beatles com três bandeiras: sexo, drogas e
misticismo. E está geração virou a cabeça, com a contracultura, começou a era
dos hippies. Essa geração mudou todo paradigma, se o paradigma era viver em
família, vamos viver fora da família, se o paradigma era casar-se, agora vamos
viver praticando sexo grupal, se o paradigma era ter a religião ocidental,
vamos buscar a religião oriental, se o paradigma era usar roupa tradicional,
vamos usar roupa não convencional. O que acontece?
Chegamos ao ano de
1968, esse ano é um ano extremamente importante, foi a época da revolução dos
estudantes (O movimento de maio de 1968, na França, tornou-se ícone de uma
época onde a renovação dos valores veio acompanhada pela proeminente força de
uma cultura jovem. A liberação sexual, a Guerra no Vietnã, os movimentos pela
ampliação dos direitos civis compunham toda a pólvora de um barril construído
pela fala dos jovens estudantes da época. Mais do que iniciar algum tipo de
tendência, o maio de 68 pode ser visto como desdobramento de toda uma série de
questões já propostas pela revisão dos costumes feita por lutas políticas,
obras filosóficas e a euforia juvenil). Outro evento importante deste período
foi o da primavera de Praga, (A Primavera de Praga foi um movimento político
ocorrido na Tchecoslováquia em 1968. Liderado pelo chefe de estado Alexander
Dubček, o movimento buscou implantar reformas liberalizantes, que eram
contrárias ao socialismo centralizador e conservador soviético).
No Brasil os
estudantes usando sandálias havaianas entram no palácio do Planalto e balançam
os dedos na cara do presidente Costa e Silva, neste período Costa e Silva baixa
a famosa lei chamada AI5, mergulhando a nação brasileira numa amarga ditadura
militar. Na mesma época os estudantes americanos colocavam florezinhas nos
canos dos fuzis dos soldados, os EUA perderam a guerra do Vietnã. Vem a década
de 70 e o que aconteceu com o movimento hippies? Esses jovens estavam morrendo
de sífilis, gonorreia e Blenorragia na miséria com a vida absolutamente
infeliz, eles perceberam que está vida sem rumo, sem freios estava os levando
para a destruição, devido as drogas e sexo irresponsável.
Aí veio a década de
80, a era Reagan e nesta era, também chamada de guerra nas estrelas um fato
curioso acontece, é que a união Soviética perde essa guerra do neoliberalismo e
chega o ano de 1985 em que Mikaiu Borbashovisk escreve o livro a Perestroika e
admite publicamente a União Soviética está quebrada, falida. Chegamos a um ano
importante que é 1989, foi o ano em que o muro de Berlim foi derrubado, isto
significava que de certa forma não foi uma parede de concreto que foi
destruída, foi uma questão de ideologia e nesse momento entramos na década de
90 sem mais uma bandeira ideológica. O que aconteceu os Shopping Center
explodem no mundo e as pessoas não tem mais idealismo, não tem mais utopia, não
tem mais a cara pintada para sair na rua para reivindicar direitos os jovens
agora querem curtir o aqui e agora tão somente, foi a partir de 1989 que
entramos na chamada pós-modernidade. Observem que a modernidade e a
pós-modernidade teve sua origem em muitos movimentos que marcaram os séculos
anteriores, formulando as novas ideologias de ação política, novas reflexões
filosóficas acompanhados do processo de industrialização que mudou a face do
mundo nas áreas do trabalho, ciência, religião, política, o que ocasionou
diversas formas de pensamento. Vejamos:
A. Pluralização. Pluralização é a ideia de que existem muitas ideias, muitos valores
e nenhum deles é absoluto. Neste mundo plural pregar uma mensagem absoluta, uma
verdade não é possível, uma vez que existem muitas verdades.
B. O Humanismo. Em termos filosóficos, o
humanismo significa a valorização exacerbada do homem, tornando-o “a medida de
todas as coisas. No Humanismo não há lugar para Deus.
C. Secularismo. É a filosofia que valoriza as
coisas seculares (deste século), e não valoriza as coisas espirituais. É a vida
profana. É a sistemática oposição aos reclamos de uma vida santa e piedosa
proclamados pelos profetas, apóstolos e mesmo pelo Senhor Jesus. É um tempo
dominado pelo “deus deste século” 2 Co.
4.4.
D. Naturalismo. É a filosofia, segundo a qual
todos os fenômenos observáveis têm causas naturais, físicas, químicas, ou
orgânicas, sem a intervenção de Deus, ou de qualquer outra causa transcendente.
A chamada Teoria da Evolução é a expressão máxima dessa visão filosófica. É por
excelência uma visão ateísta do mundo e de todas as coisas. “Disse o néscio no seu coração não há Deus”. Sl. 53.1. Neste pensamento, o
criacionismo cristão é totalmente ignorado.
F. Relativismo. Nessa filosofia não há lugar para
os conceitos absolutos de verdade, dignidade, ética e muito menos de fé em
Deus. Tudo depende de conceitos subjetivos. O certo e o errado dependem das
circunstâncias.
Percebemos que a pós-modernidade
visa derrubar fundamentos importantes, como conceitos e valores absolutos. Com
o abandono das verdades absolutas, não há parâmetros objetivos a serem
seguidos. Desde a música ao turismo, à TV e mesmo à educação, o consumidor não
quer mais aquilo que é bom, mas ele quer experiências. O parâmetro passa ser o
sentimento, a experiência. Daí começou a surgir à filosofia do “sentir bem”.
Deste modo, começamos a entender o
porquê de tantas mudanças no comportamento humano na atualidade, todos esses
pensamentos filosóficos tendem a renegar a existência de Deus e fazer com que o
próprio homem seja à base de tudo. Se analisarmos bem, esses conceitos são
transmitidos sorrateiramente na mente das pessoas pela mídia eletrônica,
principalmente na TV e internet, revistas, livros, cinema, artes etc. Este
sistema de pensar não quer aceitar as verdades absolutas de Deus em Cristo.
Porém, nós como obreiros da casa de Deus não pode aceitar que esses conceitos
venham a ofuscar os ensinos da Palavra de Deus. Nós cremos “No princípio criou Deus os céus e a terra”, Gn. 1.1. Nós ainda cremos
nas verdades absolutas da Palavra de Deus, “Toda
Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente instruído para toda boa obra”, 2 Tm.3 16-17. Não podemos deixar de anunciar que, “Deus amou o mundo de tal maneira que deu
seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
vida eterna”. Jo. 3.16. O apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo já
dizia: “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos”,
Rm. 1. 22.
O fundamento do cristão ainda é
revelado na Palavra de Deus, na carta de Paulo aos Efésios ele declara: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos
e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina”, Ef. 2. 20. Portanto, para o mundo e
a ciência pode não existir verdades absolutas, mas para os crentes é diferente,
ainda cremos no que o Senhor Jesus disse: “Eu
sou o caminho a verdade e a vida e ninguém vem ao Pai senão por mim”, Jo. 14.6. Aleluia!
2.1 Cosmovisões
Outro fato importante que devemos
analisar visto termos que ter o cuidado com a doutrina e preservá-la, se trata
dos tipos de cosmovisões existentes em nossa era. Cosmovisão, numa definição
bem simples é a forma como alguém procura explicar os fatos da realidade e como
se relacionam e se ajustam um ao outro (como alguém vê o mundo). Hoje existem
sete tipos de cosmovisões, teísmo, ateísmo, panteísmo, panenteísmo, deísmo,
politeísmo, e o deísmo limitado. Não vamos tratar de todos esses conceitos
apenas as três cosmovisões mais influentes em nossa cultura ocidental: ateísmo,
panteísmo e teísmo.
Vamos considerar a cosmovisão em
que se insere o cristianismo, o teísmo
cristão. Primeiramente enfocamos que o teísmo cristão assevera a validade
da missão salvífica de Cristo, como realização especial de Deus, este é um dos
pilares da fé cristã, Geisler, 2001.
O teísmo cristão ensina que há somente um Ser
infinito e pessoal, que está além deste universo físico finito. Nós teístas cristãos
cremos que os atributos do Deus da Bíblia podem ser parcialmente conhecidos por
meio da natureza, do mesmo modo que os atributos de um artista podem ser
reconhecidos em sua pintura. A Bíblia informa-nos que Deus plantou raízes
profundas no coração e na mente de todo ser humano um conhecimento permanente
de alguns de seus atributos, conhecimento este claramente perceptível na
observação da natureza. “Porquanto o que
de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou, porque
as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder
como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis”, Rm. 1. 19,20. O
salmista Davi também reconhece que o mundo físico manifesta a gloria e o poder
criador de Deus, “Os céus manifestam a
gloria de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”, Sl. 19. 1. Deus pelo seu imenso poder
também colocou no coração humano a eternidade, “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração deles,
sem que o homem possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o
fim”, Ecl. 3. 11 mundos nesta passagem é a tradução do hebraico “olam”, que significa “eternidade”. ARC.
Portanto a crença num Deus pessoal
criador dos céus e da terra é um fundamento inabalável para nós cristãos,
Geisler 2001.
Antes de examinar-nos o ateísmo e
panteísmo é importante lembrar que, a discordância fundamental entre as
cosmovisões baseia-se na existência e na natureza de Deus. O motivo de
compararmos algumas cosmovisões é demonstrar a natureza lógica das declarações
essenciais de verdade entre o ateísmo, panteísmo e teísmo observando o que cada
uma delas diz a respeito de Deus, da realidade, da humanidade, do mal e da
ética.
O Ateísmo prega que não existe Deus nenhum, seja no próprio universo,
seja além dele. O universo ou cosmos é tudo o que existe ou existirá, ele é autossustentável.
As ideias básicas do ateísmo é a convicção básica de que Deus não existe, eles
dizem:
Deus – Não existe. Existe somente
o universo.
Universo - É eterno, ou
casualmente veio a ser.
Humanidade - (origem) – Evoluiu,
somos compostos de moléculas e não somos imortais.
Mal (origem) – É real, causado
pela ignorância humana.
Ética (base) – É criada pela
humanidade e fundamentada na própria humanidade.
Outra
visão de mundo importante para nossa compreensão é a crença de que Deus é o
universo. Esta visão se chama panteísmo, manifesta-se
na forma popular como Movimento Nova era. Para o panteísta não há criador além
do universo, criador e criação são dois modos diferentes de enxergar a mesma
realidade (relativismo), e em última análise existe apenas uma realidade, não
muitas realidades diferentes. Deus permeia todas as coisas e se encontra em
todas elas. Deus é o mundo e o mundo é Deus, Deus é o universo e o universo é
Deus. Os panteístas acreditam que Deus e o mundo são um.
Em
resposta a essas cosmovisões o teísmo cristão sustenta a crença de que o mundo
é mais do que apenas o universo físico. Ao mesmo tempo, os teístas cristãos não
aceitam a ideia de que Deus é o mundo, Cremos na existência de Deus e vemos sua
existência como o componente essencial da cosmovisão cristã. Esse Deus é o Deus
pessoal, separado do mundo, que criou o universo e o sustém. Os fundamentos do
teísmo (cristão) são:
Deus – É um só, pessoal, moral,
infinito em todos os seus atributos. (Sl. 102. 12; 1 Tm.1. 17;6. 16). É uno e
trino ao mesmo tempo: Pai, Filho e Espírito Santo, sendo que cada um se
manifesta de forma diferenciada, porém sendo todos da mesma essência.
Universo – É finito, criado pelo
Deus infinito. (Gn. 1.1; Is. 42. 5).
Humanidade (origem) – Somos
imortais, criados e sustentados por Deus em Cristo. (Gn. 1. 26; 19. 19-23; Hb.
1.3).
Humanidade (destino) – Por escolha
seremos eternamente separados de Deus ou viveremos eternamente com Ele. (Jo. 3.
18-19; Mc. 16.16;).
Mal (moral origem) – É a privação
ou imperfeição causada pela escolha. (Gn. 3)
Mal (destino) – Será finalmente
derrotado por Deus. (1 Co. 15. 24; Ap. 11.15).
Ética (base) Os princípios éticos
se baseiam na natureza de Deus.
Ética (natureza) – Os princípios
éticos são absolutos, objetivos e prescritivos.
Portanto,
Deus é o único Ser verdadeiramente soberano e independente (livre). Além disso,
Deus é um ser pessoal, têm inteligência, vontade, emoções e é um ser moral.
Podemos dividir os atributos de Deus em duas categorias fundamentais: Atributos
transferíveis e intransferíveis. Os atributos intransferíveis de Deus são
aqueles que não podem ser concedidos a nenhum outro ser, são sua aseidade (auto
existência), soberania, infinidade, imutabilidade e eternidade. Somente Deus
possui essas qualidades porque elas são essenciais à sua natureza (o que ele é
- Divino). Os anjos e os seres humanos não têm e não podem ter essas qualidades
porque não são da essência de sua natureza.
É relevante nos aprofundar no
entendimento das cosmovisões existentes, uma vez que nossas ideias influenciam
nossas emoções, reações e conduta. É importante para nós cristãos conhecer bem
aquilo em que cremos e assim cumpriremos a Palavra de Deus, “antes, santificai a Cristo, como Senhor, em
vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a
qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”, 1 Pe. 3. 15. No próximo tópico vamos
abordar outro tema de fundamental relevância para fé cristã, a humanidade e
divindade de Jesus uma vez que ela é importante na defesa da fé ortodoxa.
2.5 A divindade de Jesus
O cristianismo ortodoxo afirma que
Jesus de Nazaré era Deus em carne humana, doutrina absolutamente essencial para
fé cristã cf. Jo. 1.1; Cl. 1.17; Mq.
5.2; Jo. 17. 5; Jo. 8.58. Deus na sua onisciência viu, desde a eternidade,
que o homem a ser criado cairia em pecado, ficando sujeito à perdição eterna.
Ele então preparou um caminho de salvação, por meio do sacrifício de seu
próprio Filho. Jesus participou e concordou e, desde então, já estava disposto
a dar a sua vida por nós, ele foi chamado de “o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” Ap. 13. 8. A vida eterna é assim
prometida “antes dos tempos dos séculos” Tt. 1.2.
Jesus, “o Deus bendito eternamente” Rm.
9.5, fez-se homem. Esse mistério chama-se “encarnação”. A Palavra de Deus
nos diz: “Grande é o mistério da piedade:
Aquele que se manifestou em carne” 1
Tm. 3.16. A doutrina da encarnação de Jesus excede tudo que a compreensão
humana possa entender, porém, desse milagre depende a substância do Evangelho
da salvação e a doutrina da redenção. A encarnação deu a Jesus condições de ser
Mediador entre Deus e os homens cf. 1 Tm.
2.5, e ser misericordioso e fiel sumo sacerdote cf. Hb. 4. 14 - 16, para expiar o pecado do povo cf. Hb. 2.17. Sendo homem, podia fazer
reconciliação pelos homens, sendo Deus, a sua reconciliação fica com um valor
eterno.
Não é somente desde a eternidade
que Jesus é Deus cf. Jo 1. 1-3. Ainda
depois que Ele “aniquilou-se a si mesmo,
tomando a forma de servo”, Fp. 2. 7,
continua sendo Deus verdadeiro, revelando “a gloria do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”, Jo.1 14. As Escrituras, que
incontestavelmente provam a sua deidade, foram escritas para que todos creiam
que Jesus é o Cristo o Filho do Deus vivo, 1
Jo. 5. 10; Jo. 20. 30-31. Assim sendo, cremos que Jesus é o Filho de Deus
que viveu, morreu, ressuscitou e foi elevado aos céus um dia voltará para
buscar os seus servos que creram e viveram mantendo sua fé, fidelidade e
obediência a Ele.
2.6 O Espírito Santo
É
absolutamente necessário também conhecer o que a Bíblia nos ensina sobre o Espírito
Santo. A falta de conhecimento desta doutrina tem causado grande prejuízo
espiritual na vida de muitos. Jesus disse “Errais,
não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”, Mat. 22.29. Deus é uno e, ao mesmo tempo, triúno (cf. Gn. 1. 26; 3.22, 11.7; Dt. 6.4; 1
Jo.5. 7). O Pai, o Filho e o Espírito são três divinas e distintas Pessoas.
São verdades que transcendem a razão humana e as aceitamos alegremente pela fé.
A fé em Deus deve preceder a doutrina (cf.
1 Tm. 4.6). Se a unidade composta do homem, espírito, alma e corpo,
continuam como um fato inexplicável para a ciência e para os homens mais sábios
e santos, quanto mais a triunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Vamos tentar explicar de um modo bem
simples está essência existente entre a Trindade, veja: é uma simples
comparação, nós temos um elemento muito conhecido que é a água, a água é uma substância composta H2O,
ou seja,
cada molécula é composta por dois átomos de hidrogênio e um de
oxigênio. A água pode ser encontrada em três estados físicos, sólido, ou seja,
gelo liquido e gasoso, ou seja, vapor. Em qualquer um desses estados
constatamos que a essências será H2O, assim também é a Santíssima
Trindade são três pessoas distintas, mas, a mesma natureza divina, ou
seja, a mesma essência.
As três divinas Pessoas da Trindade
são co-eternas e iguais entre si. Mas em suas operações concernentes à criação
e à redenção, Deus, o Pai, planejou a criação (cf. Ef. 3.9); Deus Filho, executou o plano, criando (cf. Jo. 1. 3; Cl. 1. 16; Hb. 1.2, 11. 3),
e Deus, o Espírito Santo, vivificou, ordenou, pôs tudo, todo o universo, em
ação, desde a partícula infinitesimal e invisível até ao super-macroscópico
objeto existente (Jó. 33. 4; Jo. 6. 63;
Gl. 6. 8; Sl. 33.6; Tt. 3. 5). Ou seja, o Pai domina, o Filho realiza, e o
Espírito Santo vivifica, preserva e sustenta.
Na
redenção da humanidade, o Pai planejou a salvação, no céu, o Filho consumou-a
na terra, e o Espírito Santo realiza e aplica essa tão grande salvação à pessoa
humana. Entretanto, num exame cuidadoso da Bíblia vemos que, em qualquer desses
atos divinos, as três Pessoas da Trindade estão presentes.
Quando
pensamos numa pessoa provavelmente pensamos em um ser humano muito semelhante a
nós mesmos, que tem a capacidade de
pensar, sentir e tomar decisões. Mas a capacidade de saber sentir e escolher
nos foi dada por Deus, e nós somos feitos à Sua imagem. Ele é o ideal daquilo
que uma pessoa completa e perfeita é, e nós somos simplesmente as cópias
maculadas, não é, portanto, nosso propósito dizer que o Espírito Santo é uma
pessoa porque é como nós. Pelo contrário, a nossa personalidade segue o padrão
do modelo divino, logo temos a capacidade de pensar, de sentir e de decidir.
Todas as qualidades que descrevem a
personalidade são achadas no Espírito Santo. Ele é um ser vivo. Na realidade,
Ele é a fonte e o Doador da vida, e um dos seus nomes é o “Espírito de vida” cf. Rm. 8.2. Frequentemente pensamos que
uma pessoa é quem tem corpo físico visível, não percebemos o significado
verdadeiro da palavra pessoa, que se refere às qualidades da personalidade, a
capacidade de saber, de sentir e de escolher. Sendo o Espírito Santo uma pessoa
e não simplesmente uma força impessoal, isso leva-nos a uma mais íntima
comunhão com Ele em nossa vida diária. Porque é uma Pessoa completa que pode
pensar, sentir e escolher, Ele é o cabal perfeito para comunicar a Deus os seus
desejos, e a você, a vontade de Deus. Vejamos três exemplos:
A.
Inteligência (mente) 1 Co. 2. 10,11; Rm.
8. 27,
B.
Emoções (sentimentos) Ef. 4. 30,
C.
Vontade (distribuição de dons) 1 Co. 12.
11.
O Espírito Santo, como ser que é não
é apenas um vento ou uma força ativa. Paracleto
é uma palavra de origem grega que quer dizer Intercessor, Consolador (Jo. 14. 16, 26). Logia é uma palavra
que significa estudo, tratado. Outro termo para identificarmos a doutrina do
Espírito Santo é Pneumatos, palavra
grega que significa elemento de composição que contém a ideia de espírito,
sopro, vapor e ar (Jo. 3. 8; At. 2. 2). Desta
forma, uma das primeiras ênfases na doutrina do Espírito Santo é sua
personalidade como pessoa, Ele age como tal, nas mais diversas circunstâncias.
A Bíblia nos diz que Ele sofre resistência, At. 7. 51; revela 2 Pe. 1.
21; ensina Jo. 14. 26;
testemunha a nossa filiação Gl. 4. 6;
Rm. 8. 16; intercede Rm. 8.26; Fala Ap. 2.7; testifica de Jesus Jo.
15. 26; comanda At. 16. 6,7.
Todas essas atribuições nos revela a personalidade do Espírito Santo. O
Espírito Santo é Deus! Cf. At. 5. 3,4.
2.7 Teologia da
Prosperidade
Temos observado que nas últimas três décadas um
movimento teológico conhecido como Teologia da prosperidade tem avançado e
conseguido grande aceitação no meio evangélico brasileiro, não vamos tratar
aqui das raízes desse movimento que inicialmente era conhecido como confissão
positiva. Para um aprofundamento indicamos o livro de Paulo Romeiro “Super
Crentes, Evangélicos em crise e Decepcionados com a graça. Segundo (Paulo
Romeiro 1993), uma das afirmações mais contundentes desta corrente é que o
cristão deve ser próspero financeiramente e sempre livre de qualquer
enfermidade. Quando isto não acontece, é porque este crente deve estar vivendo
em pecado ou porque não tem fé. Este é basicamente o pensamento principal desta
teologia. Diferentemente das heresias conhecidas como os mórmos e testemunhas
de Jeová a teologia da prosperidade não nega
diretamente nenhuma das verdades fundamentais do Cristianismo. O problema não é
o que a teologia da prosperidade diz, e sim o que ela não diz.
Ela está certa quando diz que Deus tem prazer em abençoar seus filhos
com bênçãos materiais, mas erra quando deixa de dizer que qualquer bênção vinda
de Deus é graça e não um direito que nós temos e que podemos reivindicar ou
exigir dele. Ela acerta quando diz que podemos pedir a Deus bênçãos
materiais, mas erra quando deixa de dizer que Deus tem o direito de negá-las
quando achar por bem, sem que isto seja por falta de fé ou fidelidade de nossa
parte. Ela acerta quando diz que devemos sempre declarar e confessar de maneira
positiva que Deus é bom, justo e poderoso para nos dar tudo o que precisamos,
mas erra quando deixa de dizer que estas declarações positivas não têm poder
algum em si mesmas para fazer com que Deus nos abençoe materialmente. Ela
acerta quando diz que devemos dar o dízimo e ofertas, mas erra quando deixa de
dizer que isto não obriga Deus a pagá-los de volta. Ela acerta quando diz que
Deus faz milagres e multiplica o azeite da viúva, mas erra quando deixa de
dizer que nem sempre Deus está disposto, em sua sabedoria insondável, a fazer
milagres para atender nossas necessidades, e que na maioria das vezes ele quer
nos abençoar materialmente através do nosso trabalho duro, honesto e constante.
Ela acerta quando diz que Deus costuma recompensar a fidelidade, mas
erra quando deixa de dizer que por vezes Deus permite que os fiéis sofram muito
aqui neste mundo. Ela está certa quando diz que podemos pedir e orar e buscar
prosperidade, mas erra quando deixa de dizer que um não de Deus a estas orações
não significa que Ele está irado conosco. Ela acerta quando nos encoraja a
buscar a Deus, mas erra quando induz os crentes a buscá-lo em primeiro lugar
por aquelas coisas que a Bíblia constantemente considera como secundárias
passageiras e provisórias, como bens materiais e saúde perfeita[3].
Vamos observar as afirmações da teologia da
prosperidade.
1º. que a fé é
importante ninguém discute cf. Hb. 11.
1,6, mas dizer que não alcançamos uma vida prospera e que é por falta de fé
que temos problemas na vida é forçar uma interpretação bíblica equivocada. Eles
utilizam provérbios 18.21 para dizer que a vida está no poder da língua, ou
seja, o que bem a utiliza coma do seu fruto. Dizem que, se algo negativo for
declarado, isto se concretizará. Na verdade, temos na Palavra de Deus exemplos
de pessoas que, num momento de dificuldade, acabaram exteriorizando suas
angústias e tristezas, sem com isto tornar em realidade. É o
caso de Jacó Gn. 42.36, Davi, perseguido por Saul, em meio ao desespero,
tornou-se extremamente negativo 1 Sm. 27. 1, contudo nem por isso Davi pereceu.
Os três jovens na fornalha também servem como exemplo de que nem sempre uma
declaração negativa se transforma em maldição, Dn. 3. 16-18. Outro exemplo
nesta questão é quando o pai do Jovem possesso disse a Jesus; “se podes! Mc. 9.
17- 27, nestes exemplos vemos uma declaração positiva e uma negativa, nem por
isso suas palavras trouxeram maldição para suas vidas. Outro ponto fundamental
da teologia da prosperidade é, dizer que a enfermidade é consequência do pecado
ou falta de fé na vida do crente. A Bíblia está repleta de exemplos de
verdadeiros servos de Deus que passaram por privações, Eliseu, Jó, o próprio
apóstolo Paulo e muitos outros. E quando entramos na história da igreja quantos
milhares de servos e servas de Deus que passaram por dificuldades na vida,
mesmo sendo fieis. Não fazemos apologia
ao sofrimento, mas, as Escrituras são claras e o próprio Jesus disse, “no mundo tereis aflições”. Jo. 16.33. Desta forma devemos tomar cuidado com essas
doutrinas estranhas que não se coadunam com as Escrituras.
2.8 Aborto
Convém definir o que se entende por “aborto”. Aborto é a
morte espontânea ou provocada do produto da concepção dentro do ventre materno
e antes do início do parto. Geneticamente a ciência tem demonstrado que
a vida começa na concepção. Toda a característica genética de um ser humano
individual plenamente desenvolvida está realmente, não potencialmente, presente
desde o momento da concepção. O que diz a Bíblia? Deus criou o homem e a mulher, abençoou-os e disse-lhes: “Frutificai
e multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.” “E viu Deus tudo quanto tinha criado, e eis que era muito bom” cf. Gn 1.28, 31. Verificamos desde o
princípio que a reprodução era um dos propósitos da criação do homem por Deus.
Por outro lado, não lemos em passagem alguma que o homem tenha o direito de
matar o seu semelhante - aliás, um mandamento é “não matarás” cf. Êxodo 20.13, Rom.13:9.
Ora, a criança que está no ventre da
mãe é um ser com identidade própria. Sabia que o primeiro órgão a ser formado
no feto é o coração? E que o coração começa a bater 21 dias após a concepção?
Neste sentido, quem aborta está a assassinar um ser humano criado por Deus. A
palavra de Deus no Salmo 139.13 diz
que é o Senhor Quem opera a formação de um ser vivo, e que o faz mover no
ventre de sua mãe: “Pois Tu formaste o
meu interior; Tu entreteceste-me no ventre da minha mãe”. Entendemos que o
tema abordo é complexo, mas não podemos aceitar que isso seja algo comum,
legalizado, pois provavelmente se tornará mais uma aberração causada pelo
pecado. Precisamos pregar a Cristo para que essas almas alcancem o conhecimento
da verdade, pois, Jesus disse; “conhecereis
a verdade e a verdade vos libertará”, Jo.
8.32.
2.9 Sexualidade
A sexualidade tem sido outro assunto importante na
atualidade, a escolha da opção sexual tem marcado nosso tempo de forma que não
podemos deixar de refletir quanto a esta questão tão importante. Não vamos
tratar deste assunto exaustivamente assim como, não tratamos os temas que
antecederam, mas vamos procurar analisar de forma que possamos descrever o que
pensamos baseados na nossa regra de Fé que é a Palavra de Deus.
Em toda a Bíblia observamos que o desvio sexual sempre foi
um ato desprezível aos olhos de Deus. Partindo do princípio da criação a
Palavra de Deus é bem enfática quando diz: “E
criou Deus o homem à Sua imagem: à imagem de Deus o criou homem e mulher os criou”
Gn. 1.27. O Antigo Testamento
mostra-se extremamente severo quanto ao assunto, requerendo a pena de morte
para os homossexuais, indicando que o homossexualismo está alicerçado sobre uma
profunda perversão moral, cf. Lev. 18.
22, 29; 20.13. Alguns questionam
se a Lei de Deus condena o homossexualismo, dizem que a Bíblia é só uma escrita
humana com antigos costumes judaicos preconceituosos. Essas pessoas condenam a
autoria da lei mosaica e são relativistas
éticos, ou seja, dizem que depende de como você vê a situação. Esses argumentos
devem ser ignorados porque o próprio Senhor Jesus e os apóstolos aceitaram a
autoria divina e a autoridade do Antigo Testamento, cf. Mat. 22. 39-40; Jp. 10. 35; 2 Tm. 3. 16-17.
Em Romanos 1. 26 ss, Paulo mostra sua amargura diante do
homossexualismo. Ele atribui essa condição à apostasia geral em que os homens
caíram, afastando-se de Deus. Especificamente por terem reduzido a verdade de
Deus em mentira, isto é, em idolatria cf. Rm.
1. 25. Deus os entregou “as paixões infames”. Portanto, quando alguém se
afasta de Deus pode sofrer muitas consequências terríveis, uma delas é a
perturbação da natureza moral, passando a pessoa a amar os atos mais perversos
e errados possíveis. Parte dessa desgraça, de acordo com Paulo, é o
homossexualismo. Precisamos considerar com seriedade as condições e valores
morais, reconhecendo que a alma humana pode envolver-se em toda espécie de
perversão prejudicial. Não somos contra os homossexuais, mas sim, contra a
prática homossexual. Todos nós seres humanos, temos defeitos que necessitam
atenção e mudança. Devemos adicionar a isso o elemento do amor e da
misericórdia cristãs. Os homossexuais precisam ser tratados de modo
misericordioso. Precisamos ajudá-los como faríamos no caso de qualquer outro
tipo de pecador, aos quais o evangelho de Cristo foi enviado.
Considerações finais
Nosso propósito neste trabalho foi abordar temas
importantes para a construção e preservação dos princípios éticos, morais e
espirituais da vida cristã. Observamos o quanto é importante para a vida cristã
cuidar de si mesmo. Analisamos que o cuidar de si mesmo envolve toda a nossa
vida pessoal, familiar, ministerial e intelectual. Estamos vivenciando não
somente o século da evolução tecnológica, mas, também o século da confusão,
muita gente falando aquilo pensa sem passar por uma avaliação bíblica. Sendo
assim, é importante para toda a igreja que estejamos em alerta, firmados na
Palavra de Deus, na oração e obediência aos ditames dela, precisamos estar conscientes
e convictos da nossa fé. “Crescendo na graça e no conhecimento de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, cf. 2 Pe. 3.18. Reconhecemos que tudo que foi tratado neste trabalho está
longe de esgotar a profundidade dos temas abordados, e que existem muitos
outros a serem tratados, mas, que a partir deste trabalho cada um de nós possa
buscar uma compreensão mais aprofundada de cada tema proposto. Que Deus nos
conceda a cada dia o Espírito de discernimento. Amém!
Esta apostila foi elaborada por Ev. Marcos
Moraes de Paula
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA. João Ferreira
de. Bíblia Sagrada. Ed. Revista e Corrigida – São Paulo. SBB 1994.
Apostila
SETESC. Seminário Teológico SCS. 2004
BERGSTÉN,
Eurico. Introdução à Teologia
Sistemática. Rio de Janeiro. Ed. CPAD 1999.
Consolador, Mestre e Guia. ICI –
Campinas – 1985.
GEISLER,
Normam, Peter Bocchino. Fundamentos
inabaláveis. São Paulo. Ed. Vida 2001.
E.
Lund. P. C. Nelson. Hermenêutica. Regras
de interpretação das Sagradas Escrituras. São Paulo. Ed. Vida 1999.
MARTINS,
Jaziel Guerreiro. Manual do Pastor e da Igreja.
Curitiba. Ed. A. D. Santos 2005.
MENDES,
José Deneval. Teologia Pastoral. São
Paulo. Ed. CPAD 1988.
HOFF,
Paul. Pastor como conselheiro. São
Paulo. Ed. Vida 1996.
CHAMPLIN.
R. N, J. M. Bentes. Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filosofia. São Paulo. Ed. Candeia 1997.
ROMERO,
Paulo. Super crentes. São Paulo. Ed.
Mundo Cristão 1993.
PIPER,
John. O sorriso escondido de Deus. O fruto da aflição na vida de John Bunyan, William
Cowper e David Brainerd. São Paulo. Ed, Shedd publicações 2002.
A Deus toda a gloria
[2] http://www.equilibrioemvida.com/2015/08/como-cuidar-da-saude-mental-e-saude-emocional/.
Acesso em 28/02/2019.
[3] http://tempora-mores.blogspot.com.br/2012/06/afinal-o-que-esta-errado-com-teologia.html.
Acesso em 16/10/2019.
Deus o abençoe grandemente! Muito bom esse estudo.
ResponderExcluir