O Plano de Deus revelado à Humanidade
ESCATOLOGIA BÍBLICA
O
PLANO DE DEUS REVELADO À HUMANIDADE
Introdução
A salvação escatológica a que se dirige a esperança cristã
preenche o mais profundo anseio de todos aqueles que um dia aceitaram a Jesus
Cristo como Senhor e salvador em sua vida, embora nem sempre estejam plenamente
cônscios dessa tão grande salvação.
A revelação de Deus, que criou o
mundo é o que contém os dados que nos orientam a ter uma escatologia de
esperança. Este assunto talvez seja um dos mais controversos da Teologia
Bíblica. O primeiro motivo de discussão é o próprio conceito de escatologia,
segundo Bernard L. Ramm, nos últimos setenta anos apareceram no estudo
teológico voltado ao tema escatologia bíblica, três diferentes ênfases a
respeito deste assunto; (1) a escatologia futurista, que sustenta que os
eventos escatológicos mencionados no Novo Testamento se verificarão no futuro,
(2) a escatologia realizada, que sustenta que estes acontecimentos já se
cumpriram em Cristo, dizendo que o reino já veio e com ele a realização
escatológica, (3) a escatologia inaugurada que procura incorporar os elementos
entre essas duas posições anteriores. O presente estudo esta focado na tradição
dispensacionalista que apoia a ideia futurista, ou seja, os acontecimentos
escatológicos como o arrebatamento da igreja, 2º vinda de Cristo, tribunal de
Cristo, a grande tribulação o milênio e o juízo do grande trono branco entre
outros são eventos que estão por acontecer.
1.1. O plano divino das eras.
Para que possamos falar sobre a
Escatologia futurista se faz necessário entender os métodos que governam a
interpretação bíblica utilizada por aqueles que adotam a interpretação
profética como eventos futuros. Este método é chamado de sistema
dispensacionalista, Dispensações ou Teologia das Épocas.
O estudo dispensacionalista da
Bíblia consiste na identificação de certos períodos de tempo bem definidos que
são divinamente indicados, juntamente com o propósito revelado de Deus para
cada um. O dispensacionalista apoia a sua doutrina numa interpretação literal
da Palavra de Deus. A interpretação literal é o método de interpretação pelo
qual o estudante da Bíblia procura dar a cada palavra o sentido que ela tinha
na mente do autor humano que escreveu o texto Sagrado. Uma das pedras
fundamentais do dispensacionalismo é a afirmação de que a Bíblia é a Palavra de Deus, verbalmente
inspirada desde o primeiro capítulo de Gênesis, até o último capitulo do
Apocalipse, e que ela é interpretada literalmente, isto é que cada palavra
recebe o seu sentido comum e natural, como foi usada pelo autores humanos, não
ignorando figuras de linguagem símbolos e tipos, este método também pode ser
chamado como método gramático-histórico. A interpretação literal das
Escrituras, possui sua origem na escola de Antioquia que foi uma das duas
grandes escolas no estudo da exegese bíblica no período da antiguidade,
juntamente com a escola de Alexandria que por sua vez, adotava uma
interpretação alegórica das Escrituras.
O dispensacionalismo apresenta um
programa de desenvolvimento da revelação de Deus desde Gênesis até ao
Apocalipse, fazendo das Escrituras uma única revelação divina que parte dum
ponto para um alvo predeterminado e fixo. O dispensacionalista, basicamente é a
pessoa que, crendo na inspiração verbal e plenária das Escrituras Sagradas e
interpretando-as literalmente, acha nelas uma revelação de Deus, dada
progressivamente através de uma série de dispensações. Não vamos estudar aqui a
história do dispensacionalismo, uma vez que não é nosso propósito neste artigo,
visto que sabemos que existe várias contestações quanto a esse modo
interpretativo das Escrituras, principalmente no que tange ao relacionamento
Igreja e Israel.
1.2. O que é uma dispensação
ou mordomia.
A palavra vem “do latim
‘dispensatio” que quer dizer “dispensar”, “distribuir”. É esta palavra que a
Bíblia vulgata usa para traduzir a palavra grega “OIKONOMIA” que significa a
direção ou manejo dos afazeres de um lar, uma mordomia, ou seja é a pessoa que
dirige os afazeres do lar chamada de mordomo (OIKONOMOS). A mordomia é
conferida a alguém por outra pessoa em posição de autoridade. Uma dispensação
ou mordomia conferida por Deus à raça humana ou parte dela é a imposição aos
homens de certas responsabilidades e obrigações a cumprir. Como mordomos, os
homens terão de prestar contas a Deus. É – lhes exigida fidelidade, e falhando
eles nas suas responsabilidades, Deus pode pôr fim à mordomia ou remover os
mordomos das suas posições e nomear outros para os seus lugares. Uma definição apresentada na Bíblia Scofield
é: “Uma dispensação é um período de tempo durante o qual Deus prova os homens
com referência à sua obediência a uma revelação específica da sua vontade”.
1.3. As sete dispensações.
Esses períodos se distinguem nas
Escrituras por uma mudança no método divino de tratar a humanidade, ou parte
dela, no que se refere a estas duas grandes verdades, pecado e responsabilidade
humana. Cada Dispensação pode ser considerada como uma prova para o homem
natural e termina sempre em juízo, demonstrando assim o seu completo fracasso.
Cinco dessas dispensações ou
períodos de tempo, já se consumaram. Estamos vivendo na sexta dispensação
denominada graça, cujo término, segundo tudo faz crer, está por acontecer,
dando assim início à sétima dispensação, chamada o milênio.
Resumo das dispensações
1º Dispensação (Inocência). Esta dispensação começou com
a criação de Adão (Gn. 1.27), e
terminou com a sua expulsão do Éden (Gn.
3. 23). Adão, criado em inocência, ignorando o bem e o mal, foi colocado no
jardim do Éden com sua companheira Eva, sob a responsabilidade de abster-se de
comer do fruto da ciência do bem e do mal. A Dispensação da inocência resultou
no primeiro fracasso do homem, sendo os seus efeitos os mais desastrosos
possíveis, culminou com a expulsão de Adão e Eva do paraíso.
2º Dispensação
(Consciência). Pela
queda, Adão e Eva adquiriram e também o transmitiram à sua descendência o
conhecimento do bem e do mal. Isso proporcionou à sua consciência uma base para
um julgamento moral correto, o que colocou a sua posteridade sob a seguinte
responsabilidade, fazer o bem e evitar o mal. O resultado da Dispensação da
Consciência foi que toda a terra se corrompeu, (Gn. 6. 5, 11,12). E assim Deus terminou a segunda prova a que
submeteu o homem natural ao juízo. O dilúvio (Gn. 7. 11,12, 23).
3º Dispensação (Governo
Humano). O
homem em autoridade sobre a Terra, do terrível juízo do Dilúvio, Deus salvou
oito pessoas às quais, depois que as águas baixaram deu a terra purificada, com
amplos poderes para governá-la. Essa responsabilidade recaiu sobre Noé e seus
descendentes. A Dispensação do Governo Humano resultou na planície de Sinar, na
tentativa ímpia do homem em desejar tornar-se independente de Deus e terminou
com o seguinte juízo. A Confusão das línguas. (Gn. 9. 1,2; 11. 1-9).
4º Dispensação (Patriarcal
ou promessa). Dos
descendentes dispersos daqueles que construíram a torre de Babel, Deus chamou
um homem, Abrão que posteriormente passou a se chamar Abraão, com quem o Senhor
fez um concerto uma aliança. Algumas promessas foram feitas a Abraão e aos seus
descendentes. Foram promessas puramente graciosas e incondicionais algumas já
foram, outras ainda serão cumpridas literalmente. Outras foram também feitas,
mas, seu cumprimento estava condicionado à fidelidade e obediência dos
israelitas. É importante destacar, que a natureza dessa dispensação foi
diferente das anteriores de Adão até Noé, pois essas ofereciam ao homem a
opção, ou a fé ou a incredulidade; a obediência ou a desobediência. Segundo
Lawrence Olson, “Esta dispensação serve de ilustração e tipo de muitas coisas em
vigor durante a dispensação da igreja, uma vez que Abraão é o pai da fé. Rm.
4. 1-17; 1 Co. 10.11; Gl. 3. 15-22. O fim da dispensação Patriarcal é
típico da vida cristã no fim do século Pós-diluviano, assim como a vida
antediluviana é típica da vida não regenerada nos dias antecedentes à segunda
vinda de Cristo. Lc. 17.26.
5º Dispensação (Lei). Mais uma vez a graça de Deus
vai auxiliar o homem desamparado e redimir o povo escolhido da mão do opressor.
No deserto do Sinai, Deus lhe propôs o concerto da Lei. Em vez de humildemente
apelar para que continuasse a relação da graça, o povo responde, pressurosamente;
“Tudo o que o Senhor tem falado, faremos”. A história de Israel no deserto e em
Canaã é um longo relatório de flagrante e persistente violação da Lei e, por
último, depois de muitos avisos, Deus termina a prova a que submeteu Israel pela
Lei, em juízo. Primeiramente Israel levada para o cativeiro Assírio em 722 A.C
logo depois Judá para Babilônia 586 A, C, assim foram expulsos de Canaã, sendo
que a sua dispersão pelo mundo ainda continua atualmente. Um pequeno grupo
voltou sob as ordens de Esdras e Neemias. Desse grupo, na plenitude dos tempos
nasceu Cristo. Nascido de Mulher, nascido sob a Lei. (Êx. 19. 1-8; II Rs. 17. 1-18; II Rs. 25. 1-11; Rm. 10.5; Gl. 3.10; At.
2. 22,23).
6º Dispensação (Graça ou
Igreja).
A morte sacrificial do Senhor Jesus Cristo e sua ressurreição, introduziu no
mundo a Dispensação da Graça, que quer dizer favor imerecido, Deus dando
justiça em vez de exigir justiça, como quando sob a Lei. A salvação perfeita e
eterna é agora oferecida graciosamente, tanto ao judeu como ao gentio, sendo a
fé a condição única. (Jo. 3. 16; 6.29;
47; Jo. 5.24; Jo. 10. 27,28). O resultado predito desta prova do homem sob
a graça é o juízo sobre um mundo incrédulo e uma igreja apóstata. (Lc. 18. 8, Lc. 17. 26-30; Ap. 3. 11-18; II
Ts. 2. 7-12).
O
primeiro evento no fim desta Dispensação será a descida do Senhor Jesus nos
ares, quando os santos que dormem serão levantados e juntamente com os crentes
vivos daquele tempo, serão transladados, 1 o. 15. 50 – 58; 1 Tes. 4. 13 - 18
em seguida o tribunal de Cristo enquanto na terra a grande tribulação logo em
seguida a descida pessoal de Cristo a terra seguida do milênio, julgamento do
trono branco, novos céus e nova terra. Esses acontecimentos, estudaremos mais
detalhadamente adiante.
7º Dispensação (O milênio). O homem sob o reino pessoal
de Cristo, depois dos juízos divinos purificadores ligados à vida pessoal de
Cristo a terra, Jesus reinará sobre Israel restaurado e sobre a terra por mil
anos. Este evento será tratado mais adiante.
2. Arrebatamento da Igreja
(pré-tribulacionista)
(I Ts. 4. 13-18; I Co. 15. 51,52; 1 Tes.
1.10, Ap. 3. 10).
Os
apóstolos e a igreja dos primeiros três séculos esperavam de todo o coração que
Cristo voltasse para sua igreja durante os seus dias. A bendita esperança que
motivava a igreja do primeiro século era a volta iminente ou a súbita e
inesperada vinda de Cristo a qualquer momento. As Escrituras indicam que
algumas pessoas na igreja em Tessalônica ficaram perturbadas porque alguém
afirmou que a vinda do Senhor já havia passado. A resposta de Paulo para eles
em 1 e 2 Tessalonicenses provavelmente deu mais impacto à crença no retorno
iminente de Cristo, (2Ts. 1. 6-10).
A segunda vinda (parousia), de Cristo consiste de um só
evento, contudo o mesmo ocorrerá em duas fases. A palavra arrebatamento provém
da tradução latina da palavra grega harpazo,
literalmente isto significa “apoderar-se de ou apanhar agarrar”. O
arrebatamento pré-tribulacionista é o segmento segundo a qual a igreja, o corpo
de Cristo, em seu todo, será por ressurreição e por transferência retirada da
terra antes de começar a grande tribulação.
O arrebatamento não retirará todos
os que professam fé em Cristo, mas, apenas os que tenham nascido de novo e
recebido a Sua vida. A porção descrente da igreja visível, junto com os
descrentes da nação de Israel, entrará no período tribulacional.
A igreja é o corpo, do qual Cristo
é a cabeça (Ef. 1.22; 5.23; Cl. 1.18),
sua noiva (1 Co 11.3; Ef. 5. 23), o
objeto do seu amor (Ef. 5.25), os
ramos dos quais Ele é a videira e a raiz (Jo.
15. 5), o edifício do qual Ele é a base e pedra angular (1 Co. 3.9; Ef. 2. 19-22), existe entre
o crente e o Senhor uma união e uma unidade. O crente não esta mais separado
dEle, mas é trazido para perto dEle.
2.1. Quanto à ressurreição
dos crentes. I Co. 15. 22-24.
Embora a igreja dos primeiros três
séculos não usasse a palavra arrebatamento para descrever essa ressurreição dos
crentes que já haviam morrido e o translado dos cristãos vivos, ela esperava
ansiosamente o evento. Mesmo durante a Idade das Trevas, quando a interpretação
literal da Bíblia foi ofuscada, alguns ainda aguardavam o translado iminente da
igreja.
Paulo em I Co. 15. 22-24 declara que cada um será ressuscitado por sua
ordem, Cristo, as primícias, depois os que são de Cristo na sua vinda. Como já
foi citado acima o evento da segunda vinda do Senhor se manifestará em duas
fases, a primeira ocorrerá o rapto da igreja que será a transladação dos
crentes, tanto vivos como os que já morreram, para estarem com o Senhor nos ares como esta
descrito por Paulo em I Ts. 4. 13-18, na
segunda fase o Salvador retornará no final da
Grande Tribulação para socorrer Israel, ou seja, o Senhor descerá pessoalmente
na terra, (Zc. 14. 1-5)
Duas ressurreições, diferentes quanto ao tempo e também quanto aos que dela farão parte, verificar-se-ão no
futuro. Elas são bem distintas entre si, uma é chamada da vida e outra da condenação, ou ressurreição dos justos e injustos. As Escrituras
referem-se a esse assunto usando as seguintes palavras:
Não
vos maravilheis disto, por que vem a hora em que todos os que estão nos
sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição
da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação. Jo. 5. 28,29 (cf. 1 Co. 15. 22-23; 1 Ts.
4.13-16; Fp. 3.11).
Os sinais dados à igreja dos últimos dias são; o
esfriamento da fé, muitos seguirão espíritos enganadores, dissolução das
famílias, delinquência juvenil, mentirosos e enganadores (2 Tm. 3. 1 – 9). Em nenhum lugar Paulo dá à igreja os sinais
mencionados nos céus, fogo, pragas que ocorrerão durante a tribulação.
Deus trasladou Enoque antes do
julgamento pelas águas, e providenciou um modo de escape para Noé. Noé é tipo da
Igreja Fiel. Deus também chamou Ló para fora de Sodoma antes de o julgamento
recair sobre a cidade. É evidente que Deus chamara a igreja para fora do mundo
antes que o julgamento da tribulação aconteça.
3. Os acontecimentos para a
igreja após o arrebatamento
Dois acontecimentos são descritos
nas Escrituras de significados escatológicos em que a igreja tomará parte
posteriormente ao arrebatamento são eles: o tribunal de Cristo e as bodas do
Cordeiro.
3.1 Tribunal de Cristo
Em 2 Coríntios 5. 10 e Romanos 14.10,
mesmo que nesta última referência a leitura correta é tribunal de Deus é
mencionado que os crentes serão avaliados diante do Filho de Deus. Paulo em 1
Coríntios 3. 9 - 15 nos dá maiores
esclarecimentos e com mais detalhes, sobre a seriedade deste assunto,
reconhecemos neste texto uma ênfase sobre os que ensinam ou lideram a igreja,
porém cremos que todo cristão terá que prestar contas de como construiu sua
vida a partir do que aprendeu de Cristo através das Escrituras e da atuação do
Espírito Santo em sua vida.
Primeiramente precisamos compreender
o significado do tribunal, duas palavras são traduzidas por tribunal no Novo
Testamento, crit erion, usada em
Tiago 2.6 e em 1 Co. 6. 2,4, significando instrumento ou
meio de pôr a prova ou julgar qualquer coisa; lei pela qual alguém julga ou
local onde o julgamento é feito, Tribunal de juiz, banca de juízes. Logo a
palavra se refere ao padrão ou critério pelo qual o julgamento era dispensado
ou ao local onde o julgamento era realizado. A segunda palavra é bema, na Grécia antiga onde se
realizavam jogos desportivos os atletas ao termino de suas provas reuniam – se
em frente a um palanque ou tribunal que se chamava bema, onde estaria sentado o juiz que então distribuía os prêmios
aos vencedores.
No relato de Paulo em 1 Co. 3. 9 – 15 sobre este julgamento
Ele destaca que as obras do crente feitas por motivos indignos comparam – se a
feno, palha e madeira, substâncias de fácil combustão, enquanto as obras
realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são como ouro, prata e pedras
preciosas que resistem à prova de fogo. Os acontecimentos referentes ao
tribunal de Cristo ocorrerão imediatamente após a transladação da igreja para
fora da esfera terrestre.
O juiz no tribunal de Cristo. 2 Co. 5.10 deixa claro que esse exame é
conduzido diante da presença do Filho de Deus. João 5. 22 declara que todo o julgamento foi confiado as mão do Filho. Devemos observar que a questão aqui não é
verificar se o julgado é ou não crente salvo, o que será julgado são as obras
do crente.
Como resultado deste julgamento
haverá um galardão pela obra demonstrada indestrutível pela prova do fogo,
lembrando que fogo aqui se refere ao rigor com que o Senhor vai lidar neste
julgamento. No Novo Testamento existem cinco áreas em relação às quais se
mencionam especificamente o galardão:
1. Uma coroa incorruptível para os que obtiveram
vitória sobre o velho homem 1 Co. 9.25
2. Uma coroa de alegria para
os ganhadores de almas 1 Ts. 2.19
3. Uma coroa de vida para os
que suportaram a provação 2 Tm. 4.8
4. Uma coroa de justiça para
os que amam a Sua vinda 2 Tm. 4.8
5. Uma coroa de gloria para
os que se dispuseram a apascentar o rebanho de Deus 1 Pe. 5.4.
A palavra grega stephanos
que é traduzida por coroa, está associada à qualificação de honra e à
dignidade concedidas ao vencedor. Embora venhamos a reinar com Cristo, a coroa
real será apenas dEle, a nossa coroa é a do vencedor.
3.2 As Bodas do Cordeiro
Em muitas passagens do Novo
Testamento a relação entre Cristo e a igreja é revelada pelo uso de figuras do
noivo e da noiva, Jo. 3.29; Rm. 7.4; 2
Co. 11.2; Ef. 5. 25 – 33; Ap. 19. 7, 8; 21. 1- 22. 7. Na transladação da
igreja, Cristo aparece como noivo que leva a noiva consigo, para que o
relacionamento que foi prometido seja consumado e os dois se tornem um.
Segundo Scofield as bodas do
Cordeiro é a consumação do casamento entre Cristo e a igreja como sua esposa. A
figura está de acordo com o costume oriental das três etapas que compunham o
casamento, 1º o noivado, compromisso legal, quando os membros do corpo de
Cristo são salvos como indivíduos, 2º a vinda do noivo para buscar sua noiva no
arrebatamento da igreja e 3º a ceia das bodas do Cordeiro que ocorre em ligação
com a segunda vinda de Cristo para estabelecer o reino milenar.
Quando ocorrerá as bodas? Nas
Escrituras as Bodas ocorre entre o arrebatamento da igreja e a segunda fase da
segunda vinda de Cristo. É importante observar que na primeira fase da vinda de
Cristo para o arrebatamento Jesus virá e encontrará com a igreja nos ares, 1 Ts. 4. 17, sete anos depois na
segunda fase o Senhor descerá na terra 1
Ts. 3. 13; 2 Ts. 1. 6 -10; Ap. 19. 11- 21.
As Escrituras revelam poucos detalhes desta grande ceia nos
céus, sabemos que haverá uma grande ceia, Ap. 19. 7 - 9 e que Jesus
pessoalmente há de servir aos salvos sentados à mesa junto com Abraão, Isaque e
Jacó, Lc. 12. 35,37; 22. 30; 13.28,29. Quando
Ele instituiu a Santa Ceia, disse que não beberia mais neste mundo do fruto da
videira, até o dia em que o bebesse de novo no reino de seu Pai, Mat. 26.29; Mc. 14.25.
4. A Doutrina Bíblica da
grande tribulação
Em seu sermão no Monte das Oliveiras,
o Senhor Jesus nos advertiu de que este mundo ainda veria um tempo de Grande
Tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido Mat. 24. 21. O período da grande
tribulação ocupa mais espaço nas Escrituras do que qualquer outro evento. A
tribulação ocupa mais espaço que o reino Milenar, o céu, o inferno, ou qualquer
outro assunto, exceto a Salvação e a promessa da segunda vinda de Cristo. A
Tribulação é mencionada pelo menos 49 vezes pelos profetas hebreus e pelo menos
15 vezes no Novo Testamento. A tribulação é também chamada ‘um tempo, dois
tempos e metade de um tempo em Dn. 12.
7, Ap. 12.14 e outras passagens. Esses termos podem ser traduzidos como “um
ano, dois anos e metade de um ano”, totalizando três anos e meio, que equivale
a metade do período de sete anos da Tribulação.
O período tribulacional testemunhará
tanto a ira de Satanás na sua hostilidade contra Israel, Ap. 12. 12 – 17, quanto as ira do fantoche de Satanás, a besta, na
sua hostilidade contra os santos, Ap.
13.7. Todavia, essa manifestação de ira nem mesmo começará a exaurir o
derramamento de ira do Senhor que acontecerá naqueles dias. As Escrituras estão
repletas de declarações de que esse período não é a ira do homem, nem de
Satanás, mas a ira de Deus, Is. 24.1;
26.21; Jl. 1.15; Sf. 1.18; Ap. 6. 16,17; 11.18; 14.7, 10; 15.4, 7; 16. 1,7;
19.1,2.
Com base nessas passagens, não se pode negar que esse
período é particularmente a hora em que a ira e o juízo de Deus caem sobre a
Terra. Esse período difere de toda a tribulação anterior não apenas em
intensidade, mas também em tipo, já que vem do próprio Deus.
O primeiro e grande propósito da
tribulação é preparar a nação de Israel para o Messias. A profecia de Jeremias 30.7, esclarece que essa hora, que está
por vir refere – se particularmente a Israel, pois, ela é a hora da angústia de
Jacó. Este fato é demonstrado por vários trechos do Antigo Testamento, Dt. 4. 30; Jr. 30.7; Ez. 20.37; Dn. 12.1;
Zc. 13. 8,9, e também no sermão
profético de Jesus, Mat. 24. 9 -26. O
objetivo de Deus para Israel na tribulação é promover a conversão de judeus.
O segundo grande propósito da
tribulação é derramar juízo sobre os homens e nações descrentes. Apocalipse 3. 10 declara: “Eu te guardarei da hora
da provação que há devir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que
habitam sobre a terra”, observamos neste verso que esse período alcançará todas
as nações, Jr. 25. 32,33; Is. 26.21;
2Ts. 2.12.
Com base nessas passagens,
podemos ver que Deus está julgando as nações da terra por causa de sua incredulidade.
Não há texto
bíblico mais explícito quanto ao tempo da Grande Tribulação do que a profecia
de Daniel 9.24-27 acerca das setenta
semanas determinadas por Deus para a manifestação dos juízos de Deus sobre
Israel e sobre o mundo. A identificação começa com Dn 9.24: “Setenta semanas estão determinadas”. A palavra semana
interpreta-se como semana de dias. O número sete indica a quantidade de dias da
referida semana. Porém, a palavra dia interpreta-se como ano. Cada dia equivale
há um ano e, sete dias multiplicados por setenta (70 x 7) dá o total de 490
anos.
Os três períodos das 70
semanas. O primeiro período de sete semanas, equivalente há
49 anos, teve o seu início no reinado de Artaxerxes através de Neemias,
copeiro-mor Ne. 2.1,5, 8, quando
pediu ao rei para voltar à sua terra e reedificar a cidade e os seus muros. Isto
ocorreu em 445 a.C. quando foi dada a ordem “para restaurar e reedificar
Jerusalém” Dn 9.25.
O segundo período de 62 semanas, equivalente há 434 anos, refere-se ao
tempo do fim do Antigo Testamento até a chegada do Ungido, o Messias. Nesse
período, o Ungido seria rejeitado e ultrajado pelo seu povo, e morto. A cidade
de Jerusalém é destruída, e há guerras até o fim. Dn 9. 25,26. Os 434 anos vão de 397 A.C até os dias da morte de
Jesus. Logo depois, em 70 d. C os romanos destruíram Jerusalém. Até então, 69
semanas (ou 483 anos) se cumpriram.
O terceiro período abrange “uma semana” (7 anos) conforme está no texto
de Dn 9.27. Misteriosamente,
acontece um intervalo profético na sequencia natural das 70 semanas
identificado como os tempos dos gentios (o nosso tempo), no qual se destaca,
especialmente, a Igreja constituída de um povo remido por Jesus e que está em
evidência até o seu arrebatamento para o céu. Após esse período terá início, a
última semana, a 70ª.
A última semana profética.
No texto de Dn 9.26 surge “um povo e
um príncipe” que virão para assolar e destruir Israel sob “as asas das
abominações”. Esse príncipe não é outro senão “o assolador”, o “Anticristo”, “o
homem do pecado” e “o príncipe que há de vir” Dn 9.26. Ele fará uma aliança com Israel “por uma semana” Dn 9.27. Virá com astúcia e
inteligência. Sua capacidade de persuasão será enorme e, na aliança que fará
com Israel, não terá a plena aprovação desse povo. Sua tentativa será a de
restabelecer a paz, sobretudo no Oriente Médio oferecendo um tratado. O mundo
todo o honrará e o admirará naqueles dias. Ele se levantará de uma força
política mundial, uma confederação europeia, que, na linguagem figurada da
profecia, aparece como “um chifre pequeno” que surge do meio de “dez chifres”
do “animal terrível e espantoso”, conforme Dn
7.8. Esse “animal terrível e espantoso” pode ser identificado como o
sistema europeu, equivalente ao antigo Império Romano. Num breve espaço,
“metade da semana” (três anos e meio), esse líder alcançará o apogeu do seu domínio
mundial e então haverá uma falsa paz. Nesse momento se dará o rompimento da
aliança com Israel. O príncipe, embriagado pelo poder político, entrará em
Israel e então se iniciará “a grande angústia de Israel” (2 Ts 2.4; Ap. 13.8-15), a Grande Tribulação.
5.
Os juízos da tribulação
Conforme Jesus disse em Mateus
24:21, esse período será o maior sofrimento da humanidade de todos os
tempos:
"Porque haverá então grande
aflição (opressão), como nunca houve desde o princípio do mundo até agora,
nem tampouco há de haver [outra vez]."
Nesse período de sete anos dividido
em dois períodos de três anos e meio, Deus enviará três julgamentos a terra:
O Julgamento dos Selos (Apocalipse
6)
O Julgamento das Trombetas
(Apocalipse 8 e 9)
O Julgamento das Taças (Apocalipse
16)
Estes três julgamentos acontecerão
fisicamente aqui na terra. É importante lembrar que a visão de João em
Apocalipse não é simbólica, mas real. O que temos que analisar constantemente
ao ler o livro de Apocalipse é que os cenários onde os eventos ocorrem se
alternam entre o céu e a terra. Ou seja, no mundo espiritual, os eventos
ocorrem primeiramente e depois se convertem em eventos físicos no nosso mundo
natural. Neste ponto, gostaríamos de salientar que não ignoramos a
interpretação do livro do Apocalipse levando-se em conta o contexto em que o
livro foi escrito, mas entendemos que há sim uma mensagem que vai além do
período de perseguição que estava ocorrendo quando João escreveu este livro.
5. 1 O Julgamento dos Selos
Este julgamento é o primeiro dos
três julgamentos que o Senhor enviará à terra durante o período de
Tribulação, como punição ao governo do anticristo e a todos seus
seguidores.
1º Selo: O
cavalo branco Ap.
6:1-2. Este selo representa o governo do anticristo enganando ao
mundo com sua falsa proposta de paz. Atenção: Não confundam o cavalo
branco deste selo com o Aparecimento Glorioso de Jesus, que virá em um
cavalo branco, no fim do livro de Apocalipse.
2º Selo: O
cavalo vermelho Ap.
6:3-4. Este selo representa Guerras e morte, deflagrada pelo
anticristo em resposta a todos os governantes que se opuserem a ele. É possível
que armas nucleares sejam envolvidas nesta guerra, será um período de
violência, morte e guerra.
3º Selo:
O cavalo negro Ap. 6:5-6. Este selo representa uma grande fome à
inflação incontrolável por causa da guerra. A palavra "dinheiro" (em
outras traduções "denário") significa o salário diário do tempo
bíblico para o mínimo de subsistência. Haverá escassez de produtos básicos de
sobrevivência e a carestia será grande, a fome se alastrará por todo mundo.
Quando o versículo 6 diz: "Uma
medida de trigo por um dinheiro [um salário de um dia de trabalho], e três
medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho."
significa que o dinheiro das pessoas vai valer muito pouco, e que para se
comprar o mínimo, será necessário todo o salário, devido à inflação alta por
causa da guerra.
4º Selo: O
cavalo amarelo Ap.
6:7-8. Este selo representa a morte, um quarto da população da
terra morrerá por consequência da guerra, fome, enfermidades.
5º Selo: Os
mártires Ap. 6:9-11. Este selo mostra os mártires, ou seja,
aqueles que morreram por Cristo, João vê o que esta acontecendo no céu. Os
mortos por amor da Palavra de Deus são os que foram martirizados por sua fé em
Cristo e pela verdade da sua Palavra.
6º Selo: O Terremoto Mundial Ap. 6: 12-17. Este
selo mostra um terremoto violento de proporções mundiais, ou seja,
atingirá o mundo todo ao mesmo tempo. Esta profecia confirma a preocupação
atual dos geólogos, sobre o movimento em conjunto das placas tectônicas.
7º Selo: Preparação para o Julgamentos das trombetas Ap. 8:1-2. O sétimo selo é a preparação para o
próximo julgamento: o das trombetas. Observe que este momento foi tão sério que
houve um silêncio de meia hora no céu.
5. 2 O Julgamento das Trombetas
Este julgamento é
o segundo dos três julgamentos que o Senhor enviará à terra durante o
período de Tribulação, no inicio do capitulo 8, o cordeiro abre o último selo
do livro, o sétimo, ato interrompido pelo parêntese da visão dos dois grupos de
redimidos do capitulo 7.
1º Trombeta:
Saraiva fogo e sangue Ap. 8:7. Trata-se de uma chuva de saraiva
(granizo), misturado com fogo e sangue que desce do céu. Esta chuva queimará um
terço de toda terra fértil, das árvores e de todas as plantas.
2º Trombeta: Uma montanha de fogo Ap. 8:8-9. João
usou o termo "montanha de fogo" para descrever um cometa que cairá no
mar, matando um terço da vida marinha, transformará um terço da água do mar em
sangue e destruirá um terço de todas as embarcações.
3º Trombeta: Estrela chamada Absinto Ap. 8: 10-11.
Mais um cometa que cai na Terra, e ao cair, afeta um terço de todas as fontes
de águas, tornando-as amargas e venenosas. O nome Absinto foi dado por João
porque o fruto absinto é amargo, e neste caso, o cometa torna amargas as águas.
Muitas pessoas morrerão porque beberão desta água.
4º Trombeta: Trevas Ap. 8: 12. Deus fará com que o
sol, a lua e as estrelas diminuam sua luz e calor (no caso do sol) em
um terço. Significa que o dia terá um terço a mais de escuridão e, mesmo quando
for durante o dia, a luminosidade e o calor do sol serão um terço menores. O
dia será mais frio e menos iluminado.
5º Trombeta: Ataque dos gafanhotos de Apoliom Ap. 9:1-11. Um
incalculável enxame de gafanhotos gigantes infernais invade a terra, e durante
cinco meses atormentam os homens, exceto os que receberam o selo de Deus, v. 4;
7. 4; 14. 1.
6º Trombeta: Os
quatro anjos libertados Ap. 9: 13-19. Os 4 anjos serão libertados e
liderarão 200 milhões de cavaleiros, que são demônios. Estes cavaleiros
matarão um terço da humanidade com fogo, fumaça e enxofre.
7º Trombeta: Grandes vozes no céu Ap. 11: 15-19. Esta
trombeta é uma introdução aos novos julgamentos de Deus. A sétima trombeta
abrange eventos que se estendem até a volta de Cristo e incluem os julgamentos
das sete taças.
5.3 O Julgamento das Taças
Esse é
o último dos três julgamentos que o Senhor enviará à terra durante o
período de Tribulação. Será uma punição
especialmente focada no anticristo e a todos aqueles que aceitaram sua marca.
1º Taça: Feridas
malignas e dolorosas Ap. 16:2. Este primeiro julgamento atinge somente
aos que optaram e receberam a marca da besta. É importante lembrar que a marca da besta é uma escolha consciente, ou seja, a
pessoa tem a escolha de recebê-la ou não, após escolher a marca, a pessoa
perderá, de uma vez por todas, a sua chance de salvação.
2º Taça: O
mar transforma-se em sangue Ap. 16:3. Todo o mar se transformará
em sangue em estado de putrefação (como de morto). Como consequência, toda
vida marinha morrerá. O versículo não menciona, mas é óbvio que, com o mar
transformado em sangue em putrefação os seres marinhos todos morrerão, o odor
que se espalhará pelos mares será insuportável.
3º Taça: Os rios e outras fontes de água também se transformam
em sangue Ap. 16:4-7. Imediatamente após a terceira taça, o mundo
inteiro fica sem água para beber. O alvo deste julgamento é o anticristo. Como
ele derramou o sangue de muitos crentes matando-os, agora Deus dá a ele o que
ele quer: sangue, e sangue de morto.
4º Taça: O sol passa a queimar os seres humanos Ap.16:8-9.
Deus aumenta a temperatura do sol, de modo que todos os homens
passam a ser queimados quando expostos aos raios solares. Mesmo assim,
muitos ainda blasfemarão contra Deus e não se arrependerão.
5º Taça: Haverá trevas sobre o reino do anticristo Ap. 16: 10-11.
Este julgamento de Deus visa o reino do anticristo, porque a ira
de Deus foi despertada porque o anticristo se declarou deus. É importante perceber que as feridas da
primeira taça ainda estão fazendo efeito sobre os homens. Contudo, os
versículos acima enfatizam que as feridas pioram com a escuridão do reino da
besta. Ainda muitos insistirão em não confessar a soberania de Deus.
6º Taça: O rio Eufrates seca Ap.
16: 12. A secagem do rio Eufrates é uma preparação para a vinda
dos reis do oriente (leste asiático). Os "reis do oriente" aqui
mencionados são muito provavelmente a China. Geograficamente, o rio Eufrates
separa o Oriente Médio do resto da Ásia. Ao secar, os chineses poderão vir, com
seus exércitos, também por terra, até chegarem ao vale de Megido ou Armagedom,
para a última batalha contra Jesus Cristo.
7º Taça: O maior terremoto da
história da humanidade, seguido de uma chuva de pedras Ap. 16: 17-21.
É o último dos julgamentos. O santuário exclama: "Está feito!".
Este terremoto será violentíssimo e de nível mundial desmontará a Babilônia
(aqui citada como "grande cidade") em três partes, por causa
da ira de Deus.
Após o terremoto, pedras de quase 34
kg cairão do céu sobre os homens. "Um talento" é uma medida de
massa e equivale a cerca de 34 kg. Ainda sim, os homens continuam a blasfemar
de Deus e não reconhecem seu Senhorio.
6. A Batalha do Armagedom
O Armagedom será a última grande guerra
mundial da história e acontecerá em Israel em conjunção com a segunda vinda de
Cristo. A batalha ou campanha do Armagedom é descrita em Daniel 11. 40 -45; Joel. 3. 9 -17; Zacarias 14. 1- 3; Apocalipse 16. 14
-16. Ela ocorrerá nos últimos dias da Tribulação, quando os reis do mundo
se reunirão para a peleja do grande dia do Deus Todo – Poderoso em um lugar
conhecido como Har – Magedom. O local em que se travará a batalha será na
planície de Esdraelon, em redor do monte de Megido, ao norte de Israel, cerca
de 30 quilômetros ao sudoeste de Haifa.
De acordo com a Bíblia, grandes
exércitos do leste e do oeste vão se encontrar e se reunir nessa planície. Do
sul surgirão ameaças ao poder do Anticristo, e ele se moverá para o leste a fim
de destruir seus inimigos, antes de finalmente voltar suas forças contra
Jerusalém com a intenção de conquistá-la. Quando ele e seus exércitos se
aproximarem de Jerusalém, Deus intervirá e Jesus Cristo voltará para salvar seu
povo, Israel.
O Senhor e seu exercito celestial destruirão os
exércitos, capturarão o Anticristo e o falso profeta e os lançarão no Lago de
Fogo, Ap. 19. 11 – 21. Esta batalha será decisiva e porá fim por
assim dizer ao antigo ciclo terrestre, permitindo o começo do reino milenar do
Senhor Jesus Cristo.
7. O Milênio
A palavra Milênio é um termo do
latim que significa “mil anos”. Ap. 20. 1 – 7, diz que Cristo
estabelecerá seu reino e reinará por 1000 anos, o Milênio é o ponto crucial da
história e um precursor para a eternidade. Durante esse tempo, Jesus Cristo
será o foco de toda a criação, e Ele reinará fisicamente sobre o mundo inteiro,
com poder e grande gloria, será uma tempo em que a justiça e a paz
prevalecerão.
Imediatamente após a Batalha do
Armagedom e segunda vinda pessoal de Cristo, Satanás é preso por mil anos, Ap. 20. 1 - 3. Satanás como deus desta
era, 2 Co. 4. 4, vem realizando a
sua obra com o fim de derrotar o propósito do plano de Deus. Na era milenar a
justiça divina deverá ser demonstrada, Is.
11. 5; 32. 1; Jr. 23. 6; Dn. 9.24. Será também o teste final de Deus para a
humanidade nas circunstâncias ideais. Todos os recursos de tentação serão
retirados para que o homem demonstre o que ele de fato é independentemente da
influência satânica. A fim de que possa haver a manifestação completa da
justiça e o teste da humanidade livre da tentação externa, Satanás será
afastado desta esfera.
É evidente que não há e nunca haverá
um reino teocrático na terra sem a presença pessoal e manifesta do Senhor Jesus
Cristo. Toda a era depende de seu retorno a terra como prometido. Tudo o que
existe no milênio tem origem no Rei revelado O milênio não poderia existir sem
a manifestação de Cristo, de quem depende toda a era milenar.
O reino milênial será caracterizado
pela obediência, um dos propósitos essenciais da criação era estabelecer um
reino no qual houvesse obediência completa e voluntária da parte dos súditos de
Deus. A árvore foi colocada no jardim como um teste de obediência, Gn. 2. 16,17. A desobediência veio logo
em seguida. Deus não abriu mão de seu propósito de trazer todas as coisas à Sua
sujeição, O apóstolo Paulo enfatiza esse propósito, Ef. 1. 9,10.
O cumprimento da vontade de Deus no
Milênio será muito facilitado por vários motivos:
1. Pelo cumprimento da
nova aliança, Israel experimentará novo coração e mente para que possa abrigar
a Lei de Deus em seu interior, Jr. 31.
33,
2. O Espírito Santo será
derramado sobre toda carne para habitar, encher e ensinar, Jr. 31. 33, 34; Jl. 2. 28 -32; Ez. 36. 25 -31,
3. Satanás será
aprisionado, os ímpios serão eliminados, Sl.
37. 9,10; Jr. 31.29,30, e os perversos sistemas sociais, religiosos,
econômicos e políticos do cosmo satânico serão liquidados.
4. Em vez de desunião de
Israel, a unanimidade será total, que eles verão juntos ao Senhor em Sião, Is. 52. 8,
5. O conhecimento
universal do Senhor eliminará a oposição à vontade de Deus causada pela
ignorância.
6. Haverá ampla
submissão dos gentios à autoridade de Cristo, Sl. 22. 27,28; Ml. 1.11.
Essa obediência perfeita
será outra manifestação do caráter espiritual do Milênio.
A plenitude do Espírito Santo será
comum no Milênio, em contraste com sua raridade em outros tempos, e será
manifesta na adoração, no louvor ao Senhor e na obediência espontânea a Ele,
bem como no poder espiritual e na transformação interior, Is. 32. 15; 44.3; Ez. 39.29; Jl. 2. 28,29. Em contraste com a
apatia espiritual, a frieza e o mundanismo do presente, haverá fervor
espiritual, amor a Deus, alegria santa, entendimento universal, verdade
espiritual e uma maravilhosa comunhão entre os santos.
As condições no Milênio serão bem
diferentes das atuais, a ferocidade dos animais será removida e todas as
espécies viverão em paz e harmonia entre si e um pequeno os guiará, Is. 11. 6 – 8, a vida humana será
prolongada, o homem outra vez viverá até alcançar idade provecta de centenas de
anos, Is. 65. 20 -22; Zc. 8.4.
O fim do milênio
marcará também o fim de todas as dispensações terrestres e o fim do tempo, mas
antes de adentrar na eternidade três acontecimentos estão previsto para acontecer,
é o que veremos a seguir.
8. A preparação para o reino
eterno
Há três episódios preditos nas
Escrituras que podem ser vistos como atos purificadores do universo no que diz
respeito ao que restou de maldição, para que o reino eterno possa ser
plenamente manifesto:
1. A libertação de
Satanás e a rebelião liderada pelo mesmo,
2. O julgamento dos
pecadores no grande trono branco.
3. Novos céus e nova
terra.
8. 1 A libertação de Satanás e a
rebelião por ele liderada. Ap. 20. 2 – 3, 7 -9.
O fim para o qual Satanás é solto percebe –
se pela atividade que exercerá na época de sua soltura. Ele sai para conduzir
as nações, para liderar uma rebelião contra a teocracia de Deus. Há ainda mais
uma tentativa por parte de Satanás de alcançar o objetivo do seu primeiro
pecado. A libertação de Satanás e vista nas Escrituras como o teste final que
demonstra a corrupção do coração humano. Deus sujeitou a humanidade caída a
vários testes no desenvolvimento do seu plano do reino e da redenção. O homem
fracassou em todos eles.
Não podemos esquecer que durante os
mil anos a terra se tornará repleta de gente. Apesar da presença da igreja
glorificada, de multidões de judeus salvos e gentios, haverá muitos que como
Caim, que conhecia o reto caminho do Senhor, mas, o rejeitou, hão de permanecer
rebeldes nos seus corações. Sendo solto da sua prisão vai ajuntar todos os
rebeldes, cujo numero diz a Bíblia será como a areia do mar, Ap. 20.8. Estes vão marchar contra
Jerusalém com a intenção de destronar o Rei. Não haverá batalha. As Escrituras
descrevem em poucas palavras o que acontecerá, “Mas desceu fogo do céu e os devorou” Ap. 20.9. Com este evento todos os
nãos salvos da raça humana terão experimentado a morte física. Quatro acontecimentos
notáveis seguirão a destruição dos rebeldes.
1º Satanás será lançado no Lago de Fogo
2º A terra e os céus serão destruídos
3º Todos os não salvos
serão ressuscitados para comparecerem ante o grande trono Branco para receberem
a sua sentença eterna
4º Uma nova terra e novos céus serão
criados.
8. 2 O grande Trono Branco (o julgamento dos
pecadores)
Chegando o fim do Milênio e a ultima
revolta contra Deus e o seu Cristo, todos os nãos salvos terão passado pela
morte física. Depois, então haverá uma ressurreição de uma só vez, de todos os
nãos salvos. Eles ressuscitarão para comparecer ante o Grande Trono Branco para
receberem cada um a sua sentença, Ap.
20.12. Os que foram
ressuscitados para a vida foram retirados do túmulo mil anos antes, Ap. 20. 3- 6. Os ressuscitados aqui
serão julgados para receber a segunda morte, Ap. 20. 14, isto é, a separação eterna do reino de Deus. Esse é o
ato final no plano realizado para que Deus seja tudo em todos, 1 Co. 15.28. O propósito de Deus no
julgamento do fim do milênio é afastar do reino todos os escândalos e os que
praticam a iniquidade. Por meio desse julgamento a soberania absoluta de Deus
terá sido então manifesta.
O destino dos perdidos é um lugar no
lago de fogo, Ap. 19. 20; 20. 10, 14,15;
21.8. Esse lago de fogo é descrito como fogo eterno, Mat. 25.41; 18.8, e como fogo que não se apaga, Mc. 9. 43, 44, 46, 48, enfatizando o
caráter eterno da retribuição dos perdidos. Os ímpios serão julgados segundo as
suas obras, o registro de suas obras será aberto e lido e receberão a sentença
final, Ap.20. 12.
8. 3 Novos céus e nova terra
Em nenhum lugar as Escrituras apresentam
detalhes da vida no reino eterno e Deus, mas nossa experiência atual com Ele
nos apresenta uma prévia da gloria divina:
Será uma vida de
comunhão com Ele, 1 Co. 13,12; 1 Jo 3.2;
Jo. 14.3, Ap. 22.4, uma vida de descanso, Ap. 14,13, uma vida
de total entendimento, 1 Co. 13.12, uma
vida de santidade Ap. 21.27, uma
vida de Alegria Ap. 21.4, uma vida
de serviço Ap. 22. 3, uma vida de
abundância Ap. 21.6, uma vida de
gloria 2 Co. 4.17; Col. 3.4, uma vida de adoração Ap. 19.1.
“Depois estas cousas vi, e eis grande multidão que ninguém podia
enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e
diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos, e
clamavam em grande voz dizendo; Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao
Cordeiro [...] O louvor, e a gloria, e a sabedoria e as ações de graça, e a
honra e o poder e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém”.
Ap. 7. 9 -12.
Considerações finais
Ao
término da nossa jornada quero fazer algumas considerações, o tema Escatologia
Bíblica é um tema apaixonante que nos faz crescer na bendita graça e esperança
na pessoa do Senhor Jesus Cristo que nos proporciona a alegria de saber que um
dia Ele enxugará de nós todas as lágrimas. Talvez, para alguns todos esses
eventos pareçam ser um script de um filme de ficção científica, mas cremos ser
verdadeiramente fatos reais e também metafísicos, uma vez que muitas coisas vão
além de uma explicação real e literal do contexto vivido por João. Respeitamos
todas as posições contrárias, contudo aos que creem dessa forma, aconselho que
possamos perseverar em seguir e servir a esse Deus maravilhoso, sabendo que o
nosso trabalho não é vão no Senhor, uma vez que o mais importante de tudo isso
é sabermos que Cristo voltará e precisamos estar preparados, em santidade, amor
e fidelidade.
A importância deste tema não se
esgota nestas poucas paginas é preciso explorar muitas outras reflexões ligadas
ao tema Escatologia Bíblica que não foram abordados neste trabalho, estes foram
apenas uma síntese do sistema dispensacionalista, que Deus nos abençoe em
Cristo Jesus.
ESTE ARTIGO FOI ELABORADA POR EV. MARCOS MORAES DE PAULA.
BIBLIOGRAFIA
BÍBLIA, Português.
Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Sociedade
Bíblica do Brasil, 1995. Edição revista e corrigida no Brasil.
SCOFIELD. Bíblia de
Estudo Scofileld. São Paulo, Ed. Holy Bible, 2009.
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LAHAYE, Tim. Glorioso Retorno, o final dos tempos.
São Paulo, Ed. Press Abba, 2004.
SCOLFIELD, C. I. Manejando Bem a Palavra da Verdade, São
Paulo, Ed. Batista Regular 2002.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia, Uma análise do
eventos futuros. São Paulo, Ed. Vida 2006.
GUILEY, Paulo C. o plano das épocas, São Paulo, Ed. Missão
Brasileira Messiânica, 1984.
OLSON, N. Lawrence. O plano Divino através dos Séculos, São Paulo, Ed. CPAD 1999.
REFERÊNCIAS
A DEUS SEJA TODA A GLÓRIA
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