Este blog tem como objetivo trazer reflexões bíblicas, filosóficas e educacionais que estimule a fé o pensamento critico e o respeito pela vida.

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A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isso fica sendo a minha última e mais elevada descoberta. Issac Newton. No princípio criou Deus os céus e a terra. Gn. 1.1
Marcos M. de Paula. Tecnologia do Blogger.
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Missões nos Evangelhos



Missões nos Evangelhos


Missões nos Evangelhos




INTRODUÇÃO

             
              Nos evangelhos temos as boas novas acerca de Jesus Cristo e trazidas por Ele. Trata-se das boas novas da salvação dos homens, e sobre como Jesus, em sua missão, deu um novo enfoque à espiritualidade, ensinando como isso se aplica a nós.
           
                O ministério de Jesus Cristo havia terminado. A ressurreição fora comprovada como uma realidade, pelos discípulos de Jesus, mediante suas diversas aparições a eles, de tal modo que todas as possíveis dúvidas haviam sido dirimidas. Agora a partida do Senhor para as dimensões celestes era iminente. Um novo movimento religioso havia sido inaugurado, que só esperava ser mundialmente propagado. Era preciso contar com a colaboração de obreiros para esse mister. A obra missionária de Jesus precisava ter prosseguimento, pelo esforço dos primeiros apóstolos e de seus discípulos de todos os tempos. 

1.  Missões no Novo Testamento
             
              Novo Testamento, sem dúvida, o Senhor Jesus foi o primeiro missionário enviado pelo Pai (Jo. 20.21). E porque ele foi enviado pelo Pai, enviou também a seus discípulos (Lc. 9. 1 – 6). Como Salvador, ele veio para resgatar o homem do pecado e garantir-lhe vida eterna (Jo. 5. 24). Como enviado de Deus, ele trouxe um plano de resgate da humanidade que envolve todos aqueles que lhe seguem. Foi o que ele disse aos primeiros apóstolos “Vinde a mim e eu vos farei pescadores de homens” (Mat. 4.19). Jesus não reuniu em torno se Si pessoas que viessem a viver uma vida ociosa, pois, o próprio Jesus viveu uma vida intensa, de muita atividade. Seus discípulos de igual modo, e depois sua igreja nos primeiros séculos também. Na igreja de Cristo não há lugar para ociosos, preguiçosos, irresponsáveis e medrosos que cruzam os braços e deixam o tempo passar. Na igreja de Cristo todos têm que trabalhar. A filosofia de vida de Jesus era esta: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo. 9.4). No capítulo 5.17 de João ele disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” A igreja que trabalha é aquela que evangeliza, prepara missionários (a) para a grande seara do Senhor.

2. Os quatros Evangelhos
        
             Os quatros Evangelhos apresentam um registro autêntico da vida, das palavras e do ministério de Cristo. Mas eles não são uma biografia no sentido moderno da palavra. Eles são breves e incompletos para este propósito. Ao invés disso, eles são quatro retratos de Cristo ou quatro introduções à mesma Pessoa de quatro pontos de vista. Cada um dos evangelistas retrata Cristo com precisão, mas de acordo com seu próprio propósito e intenção, dentro de seu próprio padrão de referência e plano.
            
               A primeira pergunta que se nos apresenta, antes de começar o estudo de missões nos Evangelhos é está: por que há quatro Evangelhos? Por que não são dois, três ou apenas um?    
           
                Alguns estudiosos respondem que isso pode ser explicado facilmente, pelo fato de ter havido, nos tempos apostólicos, quatro classes representativas do povo – judeus, romanos, gregos e um tomado dessas três classes, a igreja, sendo assim cada um dos Evangelhos foram escritos adaptando-se ao caráter e as necessidades e ideias de cada um destes.

2.1 EVANGELHO DE MARCOS
           
                Assumindo a posição tradicional de que Marcos foi o primeiro a escrever seu relato, sua maneira histórica de apresentação é essencial. Ele apresenta Cristo como o profeta de Deus e o servo de Jeová. Todo o seu retrato consiste no Profeta de Deus divulgando a mensagem de Deus e o servo de Jeová sempre ativo, cumprindo a vontade e o propósito de Deus. O evangelho segundo Marcos retrata o tempo do ministério público de Jesus. Começa com a apresentação de João e o batismo de Jesus por João. Termina com o sofrimento de Jesus e com os relatos dos encontros com o Cristo ressurreto. A ênfase dessa narrativa está nos atos de Jesus. Marcos resume toda ação no ministério de Jesus com uma citação do Mestre: “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” 10.45.
              
               A urgência de tal ministério é enfatizada nas palavras recorrentes logo, imediatamente e em seguida. A finalidade está expressa no mandado para anunciar o Evangelho para toda a criatura (16. 15,16). Ele é o profeta cuja mensagem deve ser divulgada em todo o mundo (13.10).

2.2 EVANGELHO DE MATEUS
             
              Mateus apresenta a Galiléia como o ponto de partida do ministério de Jesus em cumprimento da profecia. Jesus adota a mensagem de João Batista, a saber, a vinda do reino dos céus. Pela expressão reino dos céus, queremos dizer o governo de Deus em Cristo e por meio dele. Observamos logo de início Jesus já escolhendo alguns discípulos (4. 18-20). Sem dúvida muitos congregaram ao seu redor, entretanto, destes, escolheu apenas 12 para ajudá-lo a pregar o evangelho e a quem prepararia para futuros líderes da igreja.
            
               Mateus, principalmente, aceita o retrato de Marcos. Porém procede no sentido de ampliá-lo e acrescentar a ele a nobreza de Cristo. A realeza dominante de Cristo torna-se mais proeminente em Mateus. Ao combinar, de forma maravilhosa os vários aspectos da vida de Cristo, o escritor procura encaixar o retrato da nobreza e realeza de Cristo na moldura da revelação do Antigo Testamento e lhe concede a autoridade total sobre a criação e a história. Ele aponta como Cristo é a realização das visões e profecias dos profetas do Antigo Testamento, a personificação de expectativas e aspirações da humanidade, e a realidade por trás de toda tipologia do Antigo Testamento.
           
                A realidade espiritual em Cristo surgiu e as sombras devem desaparecer. Mateus de uma forma linda observa o Rei, a quem a autoridade universal foi conferida, proferindo um mandado para que todas as nações sejam discipuladas e unidas em um único corpo sob o domínio do Deus trino e uno (28. 18-20). 

2.3 EVANGELHO DE LUCAS
            
               O Evangelho segundo Lucas apresenta-nos uma narrativa histórica que expõe Jesus Cristo como perfeito Homem Divino. Lucas escreveu especialmente segundo alguns estudiosos dizem para o povo grego, cuja missão era melhorar o homem, moral, intelectual e fisicamente, e cujo ideal era o homem perfeito. Assim como os judeus fracassaram em obter a salvação por meio da Lei e cerimônias, da mesma maneira os gregos fracassaram em obtê-lo mediante a cultura e a filosofia. A educação era para os gregos o que a lei era para os judeus.
              
              Para o retrato que já foi ampliando, Lucas acrescenta o sacerdócio e a salvação de Cristo, os quais, embora implícitos nas prévias apresentações, não haviam sido ampliados tão plenamente. Lucas, indubitavelmente, aprendeu isso primeiro com Paulo, então experimentou em sua vida. Finalmente uma pesquisa aplicada o levou a aceitar o fato e a teologia disso. Essa amplificação ele então aplica na moldura da história universal que começa com Adão e que ele vê como um teatro das atividades de Deus sem macular a divisão entre a história sagrada, como vista em Israel e a história geral das nações. A validade universal do Sacerdócio e da salvação de Cristo fica evidente a partir da genealogia que começa com Adão e culmina na importância universal da morte e ressurreição de Cristo e na oferta de arrependimento e remissão dos pecados feita em Nome d’Ele, entre todas as nações, como está expressa na Grande comissão (Lc. 24. 47).

2.4 EVANGELHO DE JOÃO
             
              O evangelho de João é um acervo de testemunhos que provam que Jesus é o Cristo, o filho do Deus vivo. Foi escrito por João em resposta a um apelo da Igreja, que já possuía os outros evangelhos, para ter as verdades mais profundas do evangelho, e foi escrito com a finalidade de promover a vida espiritual da Igreja. Contém a substância da pregação de João à Igreja, as verdades espirituais que ele recebera do Senhor. O propósito de João neste Evangelho é apresentar Cristo a todos os cristãos como o Verbo encarnado de Deus.
           
                O maior retrato é feito por João. De maneira alguma ele contradiz os autores anteriores, nem apaga ou modifica seus registros. Embora não esteja declarado explicitamente, o leitor capta que João aprecia tudo o que foi dito pelos evangelistas anteriores, os quais refletem os pontos de vista dos escritores, das várias testemunhas oculares e dos testemunhos de Pedro (Marcos) e Paulo (Lucas). João, porém, segue para além deles e ergue a cortina para que possamos ver a posição de Cristo como o eterno Filho de Deus, igual e eterno com o Pai em suas relações metafísicas e cósmicas. No Evangelho de João Jesus é conhecido como o Logos, a luz que iluminava todos os homens, a vida, o Filho. Em Cristo, Deus está relacionado diretamente a este mundo conhecido como cosmos.
             
               João usa esse conceito 79 vezes e demonstra as várias relações de Deus com o cosmos. Nos termos mais fortes possíveis, João introduz a atividade universalista de Deus. Deus não é um particularista em seus interesses, amor e relações, Ele conduz o mundo segundo seu coração e propósito.
            
              Somos informados de que Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito... (3.16). Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele (3.17). Somos informados de que Cristo é o Cordeiro de Deus que tira (carrega) o pecado do mundo (1.29), o salvador do mundo (4.42), o pão de Deus é aquele que... dá vida ao mundo (6.33), a luz do mundo (8.12;9.5; 12.46). Fala-se do Espírito Santo como o Consolador que irá condenar ou convencer o mundo (16.8).


Conclusão

              Dessa forma, encontramos um círculo eternamente ampliando e aprofundado nos Evangelhos. Ele é pessoas e cósmico. Ele é altamente individual – quem quer que seja – e é racial e inclui todos.
              Nós nos movemos primeiro em direção ao existencial histórico (Marcos), a seguir para o revelador bíblico (Mateus), depois para a história universal (Lucas), e finalmente para o cósmico e metafísico (João). Tempo e eternidade, céu e terra são fiados em Cristo, e Deus e o homem se reconciliam.
              Temos os retratos de Cristo como o profeta de Deus e o servo de Jeová em Marcos, como o Messias de Deus, Rei dos Reis e Senhor dos Senhores em Mateus, Como Sacerdote de Deus e Salvador da humanidade em Lucas, e o Filho de Deus em verdade e realidade que surge para trazer vida e imortalidade ao homem em João. Dessa forma em Cristo a plenitude de Deus existe completamente, uma plenitude adequada e disponível para todos os que acreditam.
              O movimento missionário e as implicações de tais introduções são evidentes e impressionantes. Progressivamente, mas com segurança, Cristo irá triunfar em todas as esferas de sua relação, pois, Ele é realmente um Cristo missionário, o Cristo de toda a humanidade e o Senhor de todo o cosmos.

BIBLIOGRAFIA

Ferreira, João Almeida de. Bíblia Sagrada Ed. Revista e Corrigida 1995.

Peters, George W. Teologia Bíblica de Missões. Ed. CPAD 2005.

Apostila SETESC. Missões.

Champlin, R. N. J. M Bentes. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.  Ed. Candeia 1997.



Elaborado por Ev. Marcos Moraes de Paula

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