Ética de liderança Bíblica
Ética de liderança
Bíblica
“Desafios para a
Igreja no Terceiro Milênio”
INTRODUÇÃO
Falta de ética é hoje em dia uma
reclamação comum. A ética reflete-se em condutas e normas resultantes do
exercício da razão, da crítica e esta vinculada a três pré-requisitos:
consciência, autonomia e coerência. O conceito de ética supera, portanto, a
ideia de um conjunto de normas, pressupondo reflexão e decisão, devendo ser
compreendido contextualmente, porque também está sujeito às transformações da
sociedade e da relação do homem com o seu ambiente. A “priori” encaramos a
ética como algo de bom, justo, correto, virtude, boa conduta enfim adjetivos de
bons tratos, porém não podemos definir ética com uma visão superficial, temos
que ir além, no profundo de cada bloco social, pois aí habita um costume, ou
seja, há uma diferenciação de uma sociedade para outra, em razão dos costumes,
dos hábitos. Portanto o que é ética para uma sociedade, pode ser uma visão
antagônica para a outra sociedade. Percebemos então o espaço em que há na
ética, uma lacuna que só poderá ser completada por um grupo social de
comportamento homogêneo.
Por essa razão a ética tem que ser analisada
de um prisma mais contundente, analisando caso a caso, conforme a história de
vida de uma sociedade, ou seja, em relação ao padrão moral de vida e
comportamento, obtendo um discernimento do que é bom para com o mau, do justo
com o injusto, do que é certo do errado. Enfim analisar o valor humano, agindo
com modulação e dosagem do comportamento humano (ação humana), assim poderá
desvendar o que é a ética, porém para aquele grupo especifico.
1.
ÉTICA CRISTÃ
Ética é a
ciência que estuda as normas de conduta moral que visam o bem comum. Ética tem
a ver com o comportamento do ser humano nos seus relacionamentos. Não é um
código de disciplina que estabeleça o que é certo e o que é errado, mas o
estudo dos princípios sobre os quais se baseiam os conceitos de certo e errado
de um determinado grupo. Os gregos legaram à civilização não apenas a palavra
ética, derivada de ethos, costumes (Atos 16.21), mas também o estudo da ética
como parte da filosofia. Para os gregos, o bem comum, objetivo da ética,
era o bem da polis, da cidade, portanto os seus fundamentos eram políticos.
Para os romanos, o bem comum estava subordinado aos interesses da república,
“coisa pública”, interesses do Estado. Para os judeus, a ética tinha fundamento
religioso. O bem supremo era a obediência à lei de Deus. A conduta humana era
centrada na vontade de Deus expressa na Lei, que prescrevia o mal que o
indivíduo não devia fazer contra o seu próximo.
A ética
cristã vai mais longe. Para Jesus, a ética determina não apenas o mal que não
se deve fazer contra o próximo, mas o bem que se deve fazer em favor do
próximo, ainda que o próximo seja um inimigo (Mateus 5.44; Romanos 12.20), ou
ainda que esse bem custe à própria vida, segundo o exemplo do próprio Jesus. A
ética evangélica entende que “é um mal não fazer o bem”, como diz Tiago: “Aquele,
pois, que sabe fazer o bem e não faz, comete pecado” (Tg 4.17 ARC). Outra
diferença notável está no fato de que, tanto para os gregos quanto para os
judeus, a ética estudava as ações, enquanto Jesus olha para as intenções do
coração (Mateus 5.27,28). Para nós, os cristãos evangélicos, os fundamentos da
ética não estão na cultura ou nas leis de um povo, nem na autoridade da igreja,
mas na vontade de Deus. Um viver ético, na conceituação cristã bíblica é um
viver de santidade conforme o caráter de Deus, como diz Pedro: “Mas como é
santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de
viver, porquanto escrito está: Sede santos porque eu sou santo” (1 Pd 1.15,16
ARC).
Em resumo:
A fonte da ética cristã é o caráter de Deus, pois o homem é imagem e semelhança
do seu Criador. A conduta moral dos filhos de Deus nos seus relacionamentos
reproduz os atributos morais de Deus: A justiça, o amor, a bondade, a verdade,
a pureza (ausência de qualquer contaminação moral). Para os cristãos
evangélicos, Jesus Cristo é a encarnação perfeita do mais perfeito conceito de
ética, que ele revelou em todo o seu ministério, cujo ápice está na cruz do
Gólgota. Em Filipenses 2.14,15, Paulo demonstra entender essa verdade.
2.
O
LIDER E A ÉTICA
Os líderes cristãos devem: Primeiro,
Viver a ética cristã como opção pessoal na sua conduta em todos os seus
relacionamentos com seus liderados, com os outros líderes e com as pessoas que
não professam a mesma fé. Segundo, instruir seus liderados a manterem
uma atitude de autocrítica em face dos princípios éticos e a dependerem da ação
do Espírito Santo e da Palavra de Deus para colocarem esses princípios em
prática no seu cotidiano. Terceiro: Pela sua conduta exemplar e pela
palavra, denunciar os desvios éticos da sociedade. A mais veemente denúncia
contra a falta de ética na sociedade será sempre o viver do cristão conforme a
ética de Jesus. É o que o Mestre afirma em Mateus 5.13-16: “Vós sois o sal da
terra... Vós sois a luz do mundo... Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está
nos céus”.
A ética cristã, em última análise, é a consistência entre o ser e
o saber. A conformação do ser ao saber pode representar uma intensa luta
interior, como revela o apóstolo Paulo em Romanos 7. 22,23: “Porque, segundo
o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra
lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do
pecado que está nos meus membros”. Sua exclamação diante desse paradoxo é
surpreendente: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta
morte?”. ARA.
Aqui
entra em ação a obra do Espírito Santo operando no ser interior dos salvos,
dando-lhes a sabedoria e a força moral para praticarem o que é justo aos olhos
de Deus e para, desse modo, viverem conforme a ética do evangelho. Concluímos,
pois, que o viver conforme a ética de Jesus não depende do magistério da
Igreja, nem do esforço do indivíduo, mas da atuação franca e direta do Espírito
Santo. Para que esse ideal se transforme em realidade.
A ética cristã começa com o sopro
do Espírito que dá ao homem uma nova natureza espiritual. Não é possível
esperar do indivíduo não regenerado, uma conduta coerente com os princípios
éticos do evangelho, como não é possível esperar que uma árvore má produza
fruto bom, ou que uma fonte salobra produza águas doces. Nunca haverá uma
sociedade ética sem que os indivíduos que a compõe sejam nascidos de novo. Daí
surgiu a primeira grande responsabilidade do líder cristão: ser, ele mesmo, um
agente de transformação espiritual da sociedade pela proclamação do evangelho
de Cristo visando à conversão dos pecadores para, em seguida, despertar e
conduzir os santos na evangelização do mundo.
Conhecimento da Bíblia. Se os
salvos não se familiarizarem com os ensinos éticos da Bíblia, como poderão
colocá-los em prática no seu viver? A Palavra de Deus continua sendo a arma do
Espírito Santo para a transformação do homem e da sociedade. Não há substituto
para a Palavra de Deus na construção de uma sociedade segundo os padrões éticos
de Jesus. Assim, torna-se um dever primordial do líder cristão conhecer e
ensinar a Palavra de Deus. Os santos se reúnem como igreja para louvar a Deus,
para celebrar a graça de Cristo e os sacramentos, para estreitar seus laços de
amor, para praticar a ação social, mas se todas essas ações não forem
fundamentadas na Palavra de Cristo, será como a casa edificada sobre a areia:
não resistirá aos ventos de doutrinas que não param de soprar dos quatro cantos
da terra e cairá, deixará de ser a única agência que Cristo poderá usar para
transformar o mundo que jaz no maligno em um novo mundo iluminado pela sua
graça.
Ação, capacitação dos santos para
agir visando à transformação da sociedade que só produz os frutos da carne em
uma sociedade na qual é produzido o fruto do Espírito (Gl 5.19-24), uma
sociedade que vive os princípios éticos do evangelho. Essa é também uma tarefa
essencial à natureza da liderança cristã. Os liderados não aprendem sozinhos.
Precisam ser ensinados (mente), motivados (emoção) e impulsionados (vontade) na
prática da ética cristã, que não consiste apenas em não causar o mal ao seu
próximo, mas causar-lhe o bem, o bem maior, o bem supremo que é a salvação.
3.
TIPOS
DE LÍDER
Neste tópico queremos destacar o perfil de seis tipos de líderes.
Cada personalidade gera tipos diferentes de liderança o que irá
influenciar em grande parte a posição ética no ato de liderar. O saber lidar
com as outras pessoas, necessita de muito cuidado e preparação para que não
sejamos antiéticos. Se você é líder de uma igreja ou de um departamento ou vai
ser enviado para plantar uma igreja em terras estrangeiras é importante estar
em busca constante de um estilo de liderar que seja eficiente não apenas para a
sua personalidade, mas também para a de seus liderados.
Primeiramente vamos definir o que é Antiético, é quando se
rompe as barreiras da ética é quando se infringe regras de convivência social,
quando se tem um mau comportamento que pode ser profissional, moral principalmente:
quando se rompe valores que significam muito para as pessoas no caso cristão
esses valores estão contidos na Bíblia Sagrada é quando não se respeita a
necessidade do todo para proteger seus próprios interesses.
Identificar os tipos de lideres nos
ajudará a construir um estilo de liderança que respeite os padrões de éticas
que precisam ser vistos na liderança cristão, pois, como diz o apóstolo Paulo
somos os despenseiros de Deus autênticos representantes do reino do Senhor na
terra.
A) Autoritário - aquele que
determina as ideias e o que será executado pelo grupo, e isso implica na
obediência por parte dos demais. É extremamente dominador e pessoal nos elogios
e nas criticas ao trabalho de cada membro do grupo. Conduta condenável, esta postura
e não é válido este tipo de comportamento. É uma pessoa ditadora e soberana, o
que comanda o grupo só pensando em si, não aceita as ideias de outro membro do
grupo, é uma pessoa déspota também subestimando e diminui o grupo.
Consequência: A reação do grupo de modo geral fica hostil e se distancia por
medo.
B) Indeciso- Não assume
responsabilidade, não toma direção efetiva das coisas, vive no jargão, deixa
como esta para ver como é que fica. Consequência: A reação do grupo é ficar
desorganizado gera insegurança e atritos são como um barco sem leme não sabe
para onde vai.
C) Democrático- É o líder do povo,
pelo povo, e para com o povo, preocupa-se com participação do grupo, estimula e
orienta, acata e ouve as opiniões do grupo, pondera antes de agir. Aquele que
determina, junto com o grupo, as diretrizes, permitindo ao grupo esboçar as
técnicas para alcançar os objetivos desejados. É impessoal e objetivo em suas
críticas e elogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões. Acreditamos que
a ação do líder democrático é de suma importância para o progresso e sucesso de
uma organização. A exemplo de liderança de Moisés no Egito, quando estava com o
povo defendia Deus, quando estava com Deus defendia o povo. Consequência: A
reação do grupo é de interação, participação, colaboração e entusiasmo.
D) Liberal - Aquele que participa o
mínimo possível do processo administrativo. Dá total liberdade ao grupo para
traçar diretrizes. Apresentam apenas alternativas ao grupo. Consequência: A
reação do grupo geralmente é ficar perdido, não ficando coeso.
E) Situacional - É aquele que
assume seu estilo de liderança dependendo mais da situação do que da
personalidade. A postura deste líder brota ante as diferentes situações que ele
detecta no dia-a-dia. Possui um estilo adequado para cada situação.
Consequência: A reação do grupo é de segurança e motivação por certo tempo.
F) Emergente - Diz respeito àquele
que surge e assume o comando por reunir mais qualidades e habilidades para
conduzir o grupo aos objetivos diretamente relacionados a uma situação
especifica. Por exemplo, num caso extraordinário, onde determinadas ações devem
ser traçadas de imediato. Consequência: O grupo reage bem, participa, colabora,
sabendo que se houver emergência, o líder saberá o que fazer.
4.
REQUISITOS
PARA UMA BOA ÉTICA DE LIDERANÇA
1) Não seja Pedantista: demonstração ostensiva de que sempre sabe
mais que os outros. 2) Não seja Megalomaníaco: mania de grandeza.
3) Não seja Paroleiro: falar exageradamente. Isso é forma
disfarçada de mentir.
4) Não seja Reclamador: Nunca está satisfeito. Nada satisfaz.
5) Não seja Inconstante: mudando de atitude a toda hora.
6) Não seja Egoísta: pensar somente em si, cuidar só de si.
7) Não seja Precipitado: tomar atitudes imprudentemente.
8) Não seja Antipático: personalidade indesejável.
9) Respeite a opinião alheia.
10) Aprenda a ouvir antes de esboçar suas ideias.
11) Conhecer – se é conhecer os demais membros do grupo.
12) Não chame atenção sobre os defeitos alheios.
13) Não traia uma confiança.
14) Faça com que os outros sintam que você estima a ajuda que lhe
possam prestar.
15) Seja modesto e moderado,
principalmente nas discussões quando acontecerem.
Lembre-se
que há diferenças entre um chefe e um líder, tais como:
CHEFE: tem a visão
curta LÍDER: tem a
visão panorâmica,
Um Administra recursos
humanos Outro lidera pessoas,
Um precisa ganhar
sempre Outro precisa
ganhar mais do que perder,
Um tem todo o poder Outro tem
competência,
Para um conflitos são
aborrecimentos Para outro conflitos
são lições,
Para um crises são
riscos Para outro
crises são oportunidades,
Para um o que vale é
seus conceitos Para o outro o
respeito a e consideração com os
Liderados é fundamental
Considerações
finais
O líder do século XXI deparará com
exigências complexas; assim é imprescindível que ele tenha firmeza, capacidade
de pensar estrategicamente, astúcia, orientação, fé, ética e princípios
cristãos bem definidos e conhecimentos fundamentais do comportamento humano e
que saiba empregar o poder para a eficiência e para o bem maior. Se souberes
que a Liderança é o ponto de partida para caminhar sem tropeçar e alcançar o
alvo. O líder que sabe ser ético cresce com o grupo e desempenha um papel
relevante na vida da equipe, da igreja, da sociedade. Uma liderança eficiente
significa liderança responsável e com qualidade, que eleva não somente o seu
grupo, mas, a todos que estão unidos e reunidos ao Líder.
“Quando os justos lideram, o povo
se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo geme.” Prov.29.2.
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA.
João Ferreira de. Bíblia Sagrada. Ed. Revista e Corrigida – São Paulo. SBB
1994.
Alain
Hooper & John Potter, “Criar a paixão pela mudança”, Liderança inteligente.
São Paulo. Ed. Actual, 2004.
DUSILEK,
N.G. Liderança Cristã, (A arte de crescer com as pessoas). Rio de
Janeiro. Juerp, 1987.
KAIRÓS.
PREPARANDO Missionário para o século XXI. São Paulo. Ed. Kairós, 1998.
Apostila
Liderança Cristã, (Princípios e Prática). Roger L. Smalling. 2005.
Apostila,
(Ética de Liderança Bíblica). Pr. Isac Virgilio Lúcio. 1999.
Apostila
Liderança Cristã, (Crescendo no entendimento e exercício da boa liderança).
Jose Elias Croce. 2008.
ELABORADO POR EV. MARCOS MORAES DE PAULA
A
DEUS SEJA TODA GLORIA
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