1.2 O QUE É UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL
1.2 O QUE É UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL
No tópico anterior,
observamos, aquilo que não representa um real avivamento, e que no avivamento
existe sim a parte humana, agora vamos tratar do que realmente cremos ser um
avivamento bíblico, vale lembrar que alguns estudiosos mudam de opinião, quando
o assunto é a definição do que realmente é um avivamento espiritual. Apesar
disso, veremos que quase todos apontam para as mesmas características como
indicação de um real e verdadeiro avivamento. Não encontraremos nas Sagradas Escrituras
a palavra avivamento, encontraremos sim, fatos que podem ser designados como um
real e verdadeiro avivamento espiritual entre o povo de Deus. Senão vejamos:
No
capítulo 29 de 2 Crônicas ao capítulo 32 observamos um mover extraordinário de
Deus entre o povo de Judá, Ezequias aos vinte e cinco anos assumi o poder, manda
de início purificar o templo, o texto diz que: “Ele, no ano primeiro do seu
reinado, no mês primeiro, abriu as portas do Casa do Senhor e as reparou” (2
Cr. 29. 3) ARC. A partir daí observamos que durante todo o período de reinado
do rei Ezequias, houve um grande reavivamento entre o povo de Deus. Contudo,
queremos destacar quatro elementos que se percebe no texto e que foram
indispensáveis para a renovação e avivamento espiritual daquele povo naquele
período, vejamos:
1. Confissão
de pecados vs. 6,7; “nossos pais transgrediram” (cf. cap´31, 1);
2. Santificação
da casa do Senhor e a santificação pessoal, vs. 5 e vs. 18. E aí podemos
destacar em duas dimensões. 1. Santificar a casa do Senhor “Igreja” vs. 5, 2. Santificar
a própria “vida pessoal” vs. 15, (cf. 1 Co. 3. 16; 6. 19);
3. Renovação
do concerto vs. 10, 11. “Agora, tem vindo ao coração que façamos um concerto
com o Senhor...”
4. Anúncio
de um sacrifício expiatório, vs. 20 – 24. Aqui simboliza transferir os pecados
ao sacrifício. Isto nos aponta que devemos nos apropriar pela fé da expiação
pelo sangue de Jesus. (Cf. Hb. 9. 12 – 22).
Se
prosseguirmos no texto veremos que no verso 20 e 21 do capítulo 31 diz:
“E
assim fez Ezequias em todo o Judá; e fez o que era bom, e reto, e verdadeiro
perante o Senhor, seu Deus. E em toda obra que começou no serviço da casa de
Deus, e na lei, e nos mandamentos, para buscar a seu Deus, com todo o seu
coração o fez e prosperou” (2 Cr. 31. 20 -21) ARC.
Assim como nesse exemplo, temos muitos
outros no Antigo Testamento e todos têm praticamente o mesmo enredo, ou seja,
sempre um avivamento era precedido por um período de crise. Outro exemplo
clássico está também no livro de II Crônicas 34 a 35 onde é descrito mais um
grande e extraordinário avivamento experimentado pelo povo de Deus. Foi ocasionado
também através um jovem, o rei Josias, que assumiu o trono aos 8 anos de idade
e morreu, em batalha, aos 39 anos. Aos 16 anos começou sua vida espiritual o
texto diz: “porque, no oitavo ano do seu reinado, sendo ainda moço, começou
a buscar o Deus de Davi seu pai: e, no duodécimo ano, começou a purificar a
Judá e Jerusalém dos altos, e dos bosques, e das imagens de escultura e de
fundição. 2 Cr. 34. 3 ARC.
O
povo de Judá estava totalmente voltado à idolatria e as abominações. Josias
lutou contra a situação degradante e superou os problemas. No entanto queremos
destacar alguns elementos que foram indispensáveis para que esse avivamento se
realizasse:
1. A
oração. Importante papel no reavivamento ocorrido ao tempo de Josias foi a
oração. Ainda jovem, ele começou a buscar ao Senhor, 2Cr 34: 3. Consciente da
idolatria existente em seu país, lutou contra esse pecado e destruiu todos os
altares, v. 7.
2. A
redescoberta da Palavra. Além da oração, quando encontrado o Livro da Lei foi
fundamental para a implementação das reformas, 2Cr 34: 14-18. Ao ouvir a
leitura da Palavra do Senhor, o rei humilhou-se diante de Deus, v. 19. Depois,
reuniu todo o povo e leu diante da multidão a Lei do Senhor, v. 30. Isso trouxe
um grande avivamento espiritual.
3. Reconhecimento de pecado e humilhação:
"Assim que o rei ouviu as palavras da Lei, rasgou suas vestes." (II
Cr 34:19). Josias reconheceu os seus pecados e os pecados de sua nação e
humilhou-se como sinal de arrependimento.
4. Renovação
de aliança (II Cr 34:29-33). Ao tomar conhecimento da vontade de Deus, Josias
reúne todo o povo para renovar a aliança com o Soberano Senhor: “E enquanto
ele viveu, o povo não deixou de seguir o Senhor, o Deus dos seus
antepassados." (II Cr 34:33b).
Observamos
que os elementos são quase que idênticos, aos da passagem anterior examinada e o
que esses exemplos nos ensinam? Que sem oração, Palavra de Deus,
arrependimento, renovação de aliança e confissão de pecados não há avivamento. Isto
também nos apontam que pretensos avivamentos que não se fundamentem na oração e
nas Escrituras e nos demais elementos que constituem um real e verdadeiro
avivamento, provavelmente não procedem de Deus.
Andrade, (2004), p. 42 destaca um
momento de crise na história do povo de Deus, contudo com um fechamento mais
drásticos para o povo de Deus: “Foi num momento de profunda crise, que
Habacuque lançou o pungente e inadiável clamor “Aviva a tua obra, ó Senhor,
no decorrer dos anos, e no decurso dos anos faze-as conhecida (Hc. 3.2). Se
nos detivermos nos sucessos imediatos da história do povo de Deus, seremos
forçados a concluir: a súplica do profeta não foi ouvida, porquanto Judá estava
prestes a desaparecer como reino. Com a herança de Jacó, pereceriam Jerusalém e
o Santo Templo. Não obstante tais contrários, a alma do profeta persistia a
gritar: “Aviva a Tua obra, ó Senhor”. A
grande diferença foi que o povo de Deus não deu ouvidos aos profetas e não se
arrependeram, não se voltaram para a Palavra de Deus, não confessaram seus
pecados, nem mesmo renovaram sua aliança com Deus. Resultado, cativeiro
babilônico.
Amados, verdadeiramente estamos num
desses momentos, mesmo estando milhares de anos distantes desses acontecimentos
e vivendo uma nova e mais excelente, e mais perfeita aliança com Deus através
de Cristo Jesus ainda estamos tendo a necessidade de gritar “Aviva a Tua obra,
ó Senhor”. A história sempre tem se repetido ao longo dos tempos. Está claro
que vivemos em contextos bem diferentes dos tempos do Antigo Testamento, porém
o inimigo ainda é o mesmo. Será que esses mesmos elementos observados nos dois
exemplos acima de Ezequias e Josias, não devem estar presentes em um avivamento
espiritual nas igrejas hodiernas? Com toda certeza sim,
Mas como podemos definir o que é um
avivamento espiritual nos dias atuais? Um avivamento pode ser definido como uma
renovação espiritual que causa mais fervor e dedicação a Deus e que pode ser
coletivo ou individual. Entretanto, ninguém pode negar que os mesmos elementos
observados nos exemplos acima também devem fazer parte de um avivamento hoje, Andrade
(2004) p. 40 destaca: “o avivamento pode ser definido como o retorno aos
princípios que caracterizaram a Igreja Primitiva. É o retorno à Bíblia como
nossa única regra de fé e prática. É o retorno a oração como a mais bela
expressão do sacerdócio universal do cristão. É o retorno às experiências
genuínas com Cristo, sem as quais inexistiria o corpo místico do Senhor. É o
retorno à Grande comissão, cujo o lema continua a ser “...até os confins da
terra...” O avivamento, enfim é o reaparecimento da igreja como a agência por
excelência do Reino de Deus”. Oh! Aleluia, que maravilhosa definição!
Temos percebido, que um avivamento tem
suas características bem distintas, Renovato,( 2023) p. 16 diz: “Avivamento
espiritual é, uma intervenção de Deus que só tem lugar quando o Espírito Santo
encontra espaço no coração de uma pessoa, de um grupo, de uma cidade ou de uma
nação e, mais ainda, quando uma igreja se volta para Deus, buscando a sua
presença de maneira intensa e profunda, visando alcançar mudanças e
transformações na realidade espiritual”. Nicodemus, (2022), p. 30 declara sobre
avivamento: “avivamento é a ação do Espírito Santo por meio da Palavra de Deus,
em que o Senhor renova o amor do cristão por ele, eleva o interesse do homem
pela Palavra, dá clareza espiritual e permite que tenhamos uma disposição
mental aprovada diante do Senhor”. Fica claro, que a Palavra de Deus, oração,
arrependimento, confissão de pecados, renovação de aliança e o agir
sobrenatural do Espírito Santo, perfazem e se completam num verdadeiro e real
avivamento espiritual. “Estás disposto a buscar?”
Vamos destacar mais um exemplo no
Antigo Testamento que também aponta para a realidade da qual estamos tratando,
ou seja, um verdadeiro avivamento precisa ser reconhecido com tais elementos
supracitados: Em Neemias 8 observamos como o povo começou a orar e ter fome da
Palavra de Deus no que culminou em um grande avivamento. Sabemos que o povo de
Deus foi para o cativeiro por inúmeros pecados, mas principalmente por não
observarem a Palavra de Deus. Não
obstante, quando a Lei foi lida diante do povo, isto produziu uma profunda
convicção da necessidade de confissão dos pecados no coração dos que ouviram. O
povo arrependeu-se de seus pecados e submeteu-se ao Senhor. Observamos que no
capítulo nove houve um quebrantamento espiritual entre o povo, o verso um diz
assim: “E, no dia vinte e quatro deste mês se ajuntaram os filhos de Israel
com jejum e com pano de saco e traziam terra sobre si” (Ne. 9.1) ARC. No capitulo oito
Esdras lê a palavra de Deus e à medida que a Palavra os convencia da culpa, o
povo sentia cada vez mais a necessidade de confessar os seus pecados a Deus. É
interessante que o arrependimento está intimamente ligado a uma profunda tristeza
pelo pecado e a um desejo de intenso de mudança (renovação de aliança). Como
resultado desse arrependimento, o povo decidiu se separar de tudo aquilo que
Deus condena. É importante observar, que no verso dois diz o seguinte: E a
geração de Israel se apartou de todos os estranhos, e puseram – se em pé e
fizeram confissão dos seus pecados e das iniquidades de seus pais”. (Nee. 9.2) ARC.
Por fim, ressaltamos, aquele culto foi
um culto diferente e especial, houve três horas de pregação e três horas de
oração: “E, levantando-se no seu posto, leram no livro da Lei do Senhor, seu
Deus, uma quarta parte do dia; e, na outra quarta parte, fizeram confissão; e
adoraram ao Senhor seu Deus”. (Nee.
9. 3) ARC. O reconhecimento da culpa e a consequente confissão só se tornaram
possíveis depois que ouviram e refletiram sobre a Palavra de Deus. Logo, temos
visto que ao longo do tempo, a responsável pelos mais notáveis avivamentos
espirituais na história do povo de Deus tem sido a sua Palavra aplicada ao
coração do homem pelo Espírito Santo. Portanto, o avivamento não é simplesmente
sons, barulhos e ruídos, mas sim um agir de Deus através do Espírito Santo que
nos leva a desejar mais e mais de Deus e sua presença, um interesse renovado
pela sua Palavra, oração intensa, confissão de pecados e arrependimento, como
resultado vem renovação da aliança com o Senhor. Aleluia! Que a igreja do
século XXI entenda e alcance e busque está renovação o que será para todos uma verdadeira
glória celestial!
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